Os Métodos De Ensino De Evolução Aplicados À Educação Básica
Por: André Machado • 28/2/2023 • Trabalho acadêmico • 4.358 Palavras (18 Páginas) • 115 Visualizações
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JUIZ DE FORA
ANDRÉ FERREIRA DE OLIVEIRA MACHADO
MÉTODOS DE ENSINO DE EVOLUÇÃO APLICADOS À EDUCAÇÃO BÁSICA
Juiz de fora
2017
MÉTODOS DE ENSINO DE EVOLUÇÃO APLICADOS À EDUCAÇÃO BÁSICA
André Ferreira de Oliveira Machado[1]
Berenice Chiavegatto Campos [2]
RESUMO
A evolução é um dos eixos unificadores dentro do ensino de ciências e biologia e, apesar de ser um tema indispensável, existe uma enorme dificuldade em lecionar tal conteúdo devido a diversos fatores, tais como seus níveis de abstração, controvérsias e concepções errôneas de alunos e professores sobre o assunto. Somam-se a esses a influência de ideias religiosas contrapondo-se ao conhecimento científico acerca da evolução e falta de métodos que permitem uma aprendizagem interessante e satisfatória por parte dos estudantes. As salas de aula nos dias de hoje mantêm o mesmo padrão há alguns anos, se tornando algo fora da realidade tecnológica e dinâmica dos alunos. Deste modo, o objetivo do presente estudo foi analisar e sugerir diferentes metodologias aplicadas nos ensinos de evolução, como jogos, filmes e assuntos recorrentes na mídia, para uma melhor clareza da didática pedagógica empregada nas escolas. O trabalho constituiu de pesquisas bibliográficas em revisões literárias e na elaboração de um jogo para aparelhos móveis afim de garantir uma maior aproximação entre os alunos e o conteúdo de evolução, utilizando ferramentas que os mesmos já estão familiarizados, como celulares e tablets.
Palavras-chave: Jogos. Didáticas. Pedagógicas.
1 INTRODUÇÃO
A evolução da vida na Terra é considerada por muitos um dos principais temas e um dos eixos unificadores de todo o ensino de biologia, porém ainda é um tema que gera muitas dúvidas, tanto provindas dos alunos, quanto dos professores, afinal é um tema relativamente complexo e requer uma determinada aceitação. De acordo com Dobzhansky (1973): “Nada na Biologia faz sentido exceto à luz da evolução” e apesar de sua importância, o ensino da evolução ainda não o tem espaço necessário na educação básica (CASTRO; AUGUSTO, 2009).
A Teoria da Evolução, proposta por Charles Darwin em seu livro A Origem das Espécies, publicado em 1859, apresenta inúmeras evidências de que a diversidade de espécies existentes é resultado de um processo de descendência com modificação, o qual as espécies se adaptam gradualmente por meio de uma seleção natural, ramificando-se a partir de seus ancestrais, como em uma árvore, a chamada árvore filogenética. Desse modo, a Teoria da Evolução corre em direção oposta ao Criacionismo, que propõe a criação de todos os organismos por um ser inteligente.
Darwin não foi o único pensador que propôs a ideia de que as espécies modificavam-se com o tempo. Um dos que o antecedeu foi o naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck, que publicou suas ideias no seu livro Philosophie Zoologique, em 1809. Segundo ele, as espécies se transformariam em resposta ao ambiente, e essas características adquiridas eram passadas para seus descendentes. Essa teoria ficou conhecida como Lei do Uso e Desuso. (ENGELKE, [s.d]).
Portanto, ao se abordar o ensino de evolução, tem-se duas barreiras principais: a relutância devido aos conflitos religiosos gerados e a utilização de métodos não eficazes para o ensino de evolução.
Considerando-se barreira religiosa, em um país de maioria cristã, a Bíblia é o grande motivador, pois indica que Deus foi o criador de todas as coisas, como diz o livro de Gênesis (OLIVEIRA; BIZZO, 2011).
Tais questões são preocupantes para os e educadores em ciências e biologia, pois a compreensão dos conceitos básicos da evolução depende do pensamento evolutivo, e essas ideias baseadas no criacionismo podem ser obstáculos para o bom entendimento da evolução. A solução seria incrementar o currículo de ciências e biologia e incluir ações pedagógicas que facilitem a compreensão da teoria evolutiva (OLIVEIRA; BIZZO, 2011).
Essas ações implicam diretamente no uso do livro didático em sala de aula. Apesar de sua indiscutível importância como elemento básico de aulas de ciências e biologia, o livro didático não tem sido um objeto de estudo mais abrangentes por parte da comunidade de ensino de biologia. A investigação da qualidade das coleções didáticas e a sugestão de soluções para melhoria de sua qualidade, vem sendo efetivada por poucos pesquisadores acadêmicos a pouco tempo (DIAS; BORTOLOZZI, 2009).
O volume de páginas dedicadas a um determinado tema reflete o grau de importância do assunto ao autor da obra. Já em relação às imagens, partindo da premissa de que a biologia é uma disciplina com boa parte de seus tópicos abstrata e, por vezes, complexa, as ilustrações nos livros didáticos tornam-se, indispensáveis (ROCHA SILVA; LETA, 2006).
Para que todo material didático seja uma ferramenta pedagógica útil para o professor e para o aluno, ele deve se encontrar livre de preconceitos e repleto de informações satisfatórias. Desta forma, o material didático deve ser ágil, instigante, fomentar a análise crítica e o debate. Porém, acontece que diversos conteúdos importantes dento da evolução não são tratados em sala de aula, e os alunos acabam sendo “treinados” para ingressar no nível superior (DIAS; BORTOLOZZI, 2009).
Não se deve esperar que qualquer material didático possa proporcionar um curso completo ou atender às exigências de todos os alunos, cabendo também ao professor completar essas deficiências. A assimilação de conceitos equivocados é capaz de fazer com que o aluno repita esses erros no futuro, comprometendo até sua futura atuação profissional (DIAS; BORTOLOZZI, 2009).
Como dito anteriormente, o ensino de evolução encontra algumas barreiras, o que torna sua abordagem em sala de aula particularmente difícil, tanto no ensino, por parte dos professores, quanto na aprendizagem, por parte dos alunos. Deve-se enfatizar que a compreensão dos processos evolutivos tem um papel central em todos os temas da ciências e biologia e que, apesar de todos estes contrapontos, deve ser ministrado e explicado aos alunos (DIAS; BORTOLOZZI, 2009).
Portanto, o objetivo deste trabalho foi discutir algumas metodologias que poderiam auxiliar o professor o aluno no processo de ensino-aprendizagem da evolução, além de desenvolver um jogo eletrônico didático.
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