TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Religião, Saúde e Cura: um Estudo entre Neopentecostais

Por:   •  13/12/2015  •  Artigo  •  606 Palavras (3 Páginas)  •  579 Visualizações

Página 1 de 3

É sabido que houve um grande aumento do número de novas religiões e de correntes misteriosas em todo o mundo, incluindo o Brasil. Acredita-se que esse fato pode ser o reflexo das demandas crescentes geradas pelas pessoas em seu cotidiano, bem como da busca de sentidos para a vida em um mundo tão dinâmico e instável. Conforme o avanço da ciência, suas descobertas tecnológicas e teorias revolucionárias, parte da população se volta para o divino, o mágico, à procura das soluções ou de respostas para o significado de estar no mundo.

Segundo o psicólogo Gaarder, há dois conceitos de religião. O primeiro afirma que a religião significa a relação entre o homem e o poder sobre-humano no qual ele acredita, expressando-se através de emoções tais como confiança, medo, crenças e ações. O outro conceito considera a religião como a convicção de que existem poderes transcendentes, pessoais ou impessoais, que atuam no mundo e se expressam por pensamento, sentimento, intenção e ação.

Outrossim, um grupo particular que vem destacando-se por sua expansão e atuação é a igreja neo-pentecostal, que são igrejas dissidentes de outros grupos evangélicos, tais como a Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Renascer em Cristo, Igreja Casa da Bênção entre outras. Tais igrejas oferecem o que as pessoas procuram na religião: atendimento das necessidades, sentido para a vida e controle do presente e do futuro. Essas igrejas vêm atuando, consideravelmente, no campo da saúde. Prometem curas e amparo emocional, assim como interferem na maneira como os fiéis encaram, elaboram e aceitam esse fato.

O fiel transforma-se em cliente da igreja, em um consumidor à procura de serviços oferecidos por essas instituições, especialmente no caso da resolução de problemas de saúde, cuja situação é agravada por um sistema de saúde ineficiente. Em outras palavras, a religião seria como um modo alternativo no que diz respeito a não solução com a medicina.

Destarte, para os fiéis, principalmente os das igrejas neopentecostais, que são basicamente pessoas de nível socioeconômico baixo e pouca escolaridade, é fácil aceitar a característica mágica da cura nas igrejas, pois já há uma visão mitológica do serviço médico.

O discurso neopentecostal faz sucesso porque o mal pregado por eles é vivido bem de perto por seus fiéis, seja no dia a dia (enfermidades, baixos salários, desemprego, brigas etc.) ou por conta de resquícios da sua religião anterior. Percebemos que o poder divino é, no entanto, limitado pelo livre-arbítrio, que deixa uma parcela de responsabilidade para aquele que pratica os atos.

Assim, ser pentecostal é muito mais do que passar a ter fé em algo em que antes não se acreditava, é necessário aderir a um sistema simbólico, uma escala de valores, mudar de comportamento, de estilo de vida e de visão de mundo.

Pode- se enfatizar, como um dos fatores de diferenciação das práticas de saúde oficiais e religiosas, o caráter inclusivo destas últimas, contrário a uma exclusão social decorrente das outras, mais comum no sistema público. Na medicina oficial, o doente é tratado como um objeto, submetido a técnicas que excluem qualquer manifestação afetiva ou humana, ou como uma doença, muitas vezes, nociva à sociedade. Já nas igrejas, o fiel é acolhido como um “irmão em Deus”, num ambiente onde os sentimentos de compaixão,

...

Baixar como (para membros premium)  txt (3.8 Kb)   pdf (40.1 Kb)   docx (11.8 Kb)  
Continuar por mais 2 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com