ANÁLISE BIOMECÂNICA DO MOVIMENTO DE AGACHAMENTO, LEG PRESS E SENTAR E LEVANTAR DE UMA CADEIRA
Por: CEAFFS ACADEMIA E FISIOTERAPIA SUPERVISIONADA • 1/9/2019 • Resenha • 1.164 Palavras (5 Páginas) • 708 Visualizações
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
ANÁLISE BIOMECÂNICA DO MOVIMENTO DE AGACHAMENTO, LEG PRESS E SENTAR E LEVANTAR DE UMA CADEIRA.
JULIANO PEREIRA DO NASCIMENTO
Trabalho referente ao Curso de Atualização: Tópicos Avançados da Biomecânica Aplicados ao Treinamento de Força: manipulando com eficiência e segurança os parâmetros que afetam o treinamento.
São Paulo
2019
ANÁLISE BIOMECÂNICA DO MOVIMENTO DE AGACHAMENTO, LEG PRESS E SENTAR E LEVANTAR DE UMA CADEIRA.
INTRODUÇÃO
Muito discute-se no âmbito profissional das academias, clínicas de fisioterapia e consultórios médicos a respeito da execução ou não do agachamento e leg press nas estratégias de fortalecimento muscular para o tratamento das artroses do joelho e quadril, excluindo-se total ou parcialmente estes exercícios do tratamento. A grande maioria dos médicos e fisioterapeutas optam pela exclusão total ou parcial justificando para isso a sobrecarga ser alta nas articulações durante estes movimentos, e muitas vezes adotam exercícios que para eles tem uma menor sobrecarga, ou até optam por exercícios isométricos.
Fazendo uma análise mais profunda a respeito destas restrições e alegações, percebemos que isto é um tanto incoerente haja visto que ao deixarmos de fazer estes movimentos perderemos a força para executar tarefas simples como sentar e levantar de uma cadeira e com isso aumentaremos a sobrecarga nestas articulações.
Um olhar mais crítico nos permite comparar as duas estratégias proibidas serem semelhantes a tarefa comum do dia a dia como sentar e levantar de uma cadeira.
A dúvida que levantamos é que sendo tais exercícios semelhantes a tarefa de sentar e levantar de uma cadeira, é correto proibi-los total ou parcialmente?
1- Resistência e força da articulação do quadril
A articulação do quadril está envolvida nos movimentos de agachamento, leg press e sentar e levantar de uma cadeira, e nela está o músculo mais volumoso do corpo que é o glúteo máximo. Os músculos do quadril geram maior produção de força em extensão, atingindo o seu máximo a 90० de flexão de quadril, e diminui ao aproximar-se de zero. A força de extensão depende da posição do joelho pois os isquiotibiais cruzam esta articulação. A flexão de quadril tem contribuição de muitos músculos mas o principal é o iliopsoas, porém sua força diminui com a flexão do tronco.
As forças geradas pelos músculos se combinam com as forças criadas pelo peso corporal para gerar as cargas substanciais sobre a articulação do quadril. Na posição em pé sobre os 2 membros incide uma carga de 30% do peso corporal sobre a articulação do quadril. Quando uma pessoa fica em pé sobre um dos membros, a força na articulação do quadril aumenta para 2,5 a 3 vezes o PC.
Forças na articulação do quadril por atividade:
- Subir escada: 3 x peso corporal
- Caminhar: 4 a 7 x peso corporal
- Correr: até 10 x peso corporal
“Felizmente a articulação de quadril pode aguentar de 12 a 15 vezes o peso corporal” (HAMIL J., 2008; 189).
2- RESISTÊNCIA E FORÇA DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO
O joelho está sujeito a forças muito altas durante a maioria das atividades, sejam geradas em respostas a gravidade, como resultado da absorção da força proveniente do solo, ou como consequência da contração muscular. Os músculos geram força considerável, e a força de tensão do quadríceps femoral chega a ser de até uma a três vezes o peso corporal durante a caminhada, 4 vezes o peso corporal ao subir uma escada, de três a quatro vezes o peso corporal ao escalar e 5 vezes o peso corporal durante um agachamento.
DISCUSSÃO
Sabemos que devemos controlar a sobrecarga mecânica nos exercícios, e a biomecânica tem papel fundamental nas explicações das sobrecargas geradas na execução dos movimentos da vida e do esporte.
Se não nos atentarmos ao controle da sobrecarga, o risco de lesões é aumentados, mas devemos saber que a sobrecarga está presente na estrutura musculoesquelética o tempo todo e não somente na prática de exercícios físicos. Tal fato nos mostra que podemos ter lesões até com atividades simples da vida diária como sentar e levantar, subir e descer degraus e outras mais. Portanto estamos expostos às lesões o tempo todo e devemos saber que a lesão compromete a saúde do indivíduo.
As pessoas temem a sobrecarga por entender que toda sobrecarga é perigosa, mas desconhecem o fato de que a sobrecarga está presente nas tarefas mais simples do seu dia a dia e não somente na prática dos exercícios.
O que nos chama a atenção é que muitas vezes médicos colaboram para o aumento desse medo ao orientar as pessoas em seus consultórios a não fazer determinados exercícios e recomendar outros sem base científica alguma e assim acabam atrapalhando o tratamento de su paciente. Na prática dos profissionais de educação física recebemos muitas orientações médicas proibindo ou restringindo leg press e agachamento em pacientes com lesões de joelho e quadril.
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