AS PRÁTICAS CORPORAIS NÃO CONVENCIONAIS E ALTERNATIVAS
Por: rodsantos • 18/9/2018 • Trabalho acadêmico • 1.515 Palavras (7 Páginas) • 1.330 Visualizações
MICHELE ADRIANA RODRIGUES DA SILVA
QUESTÕES SOBRE PRÁTICAS CORPORAIS NÃO CONVENCIONAIS E ALTERNATIVAS
Atividade de Portfólio 6ª semana da Disciplina de Práticas Corporais Não Convencionais e Alternativas, professora MS. Marciana Roberta de Oliveira.
Batatais
2018
Com base em todo o conteúdo apresentado até agora no CRC de Práticas Corporais não Convencionais e Alternativas, responda às questões a seguir:
1) Qual o significado de Práticas Corporais Alternativas (PCAs)?
As práticas corporais alternativas são atividades que visam o trabalho além do corpo físico, incluindo a parte mental e social do indivíduo, contrapondo-se aos padrões rígidos estéticos e competições. Integram os valores de coletividade e satisfação de todos, refutando o individualismo.
Vale ressaltar que embora as PCAs trabalhem para um entendimento do corpo de forma integral e visualizando suas diversas facetas, não são atividades que excluem outros tipos de exercícios ou práticas mais focados em performance ou estética, sendo, inclusive, indicadas como complementos destas últimas.
2) Conceitue holismo e pluralidade.
Holismo é a compreensão em sua totalidade, indo além do material e do ponto de vista único. Uma visão holística aborda todos os aspectos, incluindo as percepções sensitiva e intuitiva.
A pluralidade remete a completude, abordando todas as suas possibilidades. Ser plural é - como a própria palavra já remete – ter diversas variações, ser “muitos em um só”.
3) Cite os percussores das PCAs abordando brevemente sobre cada um deles.
- Émile Jaques-Dalcroze: Austríaco, professor de música e criador do método “euritmia”. Em seu método, Dalcroze unia a música aos movimentos corporais, integrando a espiritualidade para que atores e bailarinos conseguissem evoluir através da sensibilização corporal.
- François Delsarte: Francês que via seus alunos não como partes dissociadas, mas como indivíduos formados a partir de um todo: corpo, alma, mente, movimento.
- Wilhelm Reich: Ucranienese advindo da área da saúde. Sua metodologia baseava-se na leitura corporal para o tratamento de seus pacientes. Reich partia do pressuposto que a postura corporal era capaz de “dizer” aquilo que o paciente não falava com sua própria boca. A esta leitura do corpo que o médico e psicanalista fazia, deu-se o nome de análise da couraça muscular do caráter: todas as repressões, falta de prazer e neuroses eram expressas em forma de tensões pelo corpo que, quando entendidas pelo indivíduo, poderiam ser mais facilmente tratadas e afastadas. O conceito de equilíbrio energético para o bem estar físico foi aqui introduzido e, vale ressaltar que Reich também evoluiu o conceito de psicanálise ao aproximar-se fisicamente dos pacientes.
- Elsa Gindler: Alemã que desenvolveu durante o período da Segunda Guerra Mundial a ginástica harmônica. O desgaste mental das pessoas era tão grande nesta época que Elsa percebeu que apenas os exercícios comuns não surtiam efeito em suas rotinas, sendo necessário um trabalho focado na consciência corporal, individualidade e autonomia de cada indivíduo.
- Alexander Lowen: Introduziu a bioenergética, aperfeiçoando o conceito de energia que Reich – de quem era partidário - já havia levantado. O americano estudava as tensões musculares por um aspecto além do físico, com o intuito de compreendê-las e desfazê-las.
- Moshe Feldenkrais: Mais um precursor que criou um método curativo para evitar procedimentos invasivos e a este nomeou de consciência pelo movimento e integração funcional. A idéia de Feldenkrais era de que a correria e estresse imposto pelo dia a dia da sociedade poderiam trazer diversos malefícios ao corpo. Para combater esta realidade o russo apostava na quebra dos padrões, do mecanicismo do movimento e na prática de exercícios lentos para ativação muscular.
- Gerda Alexander: Outra adepta dos estudos à tensão muscular e busca pelo seu equilíbrio, resultando no método eutonia. Alexander propunha um conhecimento do indivíduo consigo mesmo para resultar em um melhor convívio com o próximo e com o ambiente
4) Por que a sistematização das PCAs exige, inicialmente, o conhecimento do próprio corpo?
Para que as PCAs consigam ser instituídas obtendo maiores resultados é necessário que o indivíduo primeiro conheça seu próprio corpo. As mídias e realidade atual impõem estereótipos e padrões estéticos que levam as pessoas cada vez mais a se esconderem e ignorar a sua realidade corporal. Isto, associado com o estilo de vida moderno (falta de atividades que utilizem o movimento) faz com que as pessoas tenham cada vez menos consciência corporal e acabem vivendo uma eterna frustração. Portanto, ao implementar as PCAs, é preciso que o indivíduo esteja aberto, se reconheça, consiga expressar-se livremente, respeitando seus limites, sem críticas, padrões ou regras.
5) De que maneira podemos aprender o próprio corpo nas suas várias dimensões?
Conseguimos aprender o nosso próprio corpo através das suas diversas facetas, ou seja, da sua pluralidade de aspectos (internos e externos). Assim, neste processo de aprendizado, é necessário: lidarmos com os nossos sentidos para autopercepção, mas também para perceber o outro e o meio em que vivemos; entender nossas emoções, pois serão responsáveis pelas relações interpessoais e maneira de agirmos no dia a dia; as ações cotidianas só serão realizadas através do nosso movimento, sendo fundamental este entendimento e, finalmente, é preciso que toda a dinâmica corporal esteja integrada com a mente, pois são os pensamentos que dão vida, mantendo-nos conscientes e atentos.
6) Frente ao conteúdo estudado na obra Práticas Corporais Alternativas e adotando a afirmação: “A visão dos profissionais ligados às PCAs deve ser a de que o aluno aprenda a equilibrar-se, mas também aprenda a cair e a levantar-se com independência” (TERRA; LORENZETTO, 2013, p. 44.), qual é a importância de se trabalhar atividades de Práticas Corporais Alternativas nas aulas de Educação Física Escolar na atualidade?
É importante o trabalho das PCAs na atualidade para que o aluno torne-se maleável, não apenas lidando com o momento e percebendo a si mesmo, mas aprendendo a agir individualmente e socialmente frente as diversas situações da vida. O aluno deve conseguir levar o que aprende na escola para a vida, ou seja, compreender o equilíbrio é importante, mas ele precisa saber como agir caso este equilíbrio seja perdido.
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