Alterações Fisiológicas na Gravidez
Por: Rodrigo Carvalho • 25/9/2020 • Trabalho acadêmico • 1.118 Palavras (5 Páginas) • 340 Visualizações
Alterações Fisiológicas na gravidez
As alterações fisiológicas ocorridas durante a gravidez sejam elas sutis ou marcantes, estão entre as mais acentuadas que o corpo humano pode sofrer, gerando medos, dúvidas, angústias, fantasias ou simplesmente curiosidade em relação às transformações ocorridas no corpo.
As principais modificações da fisiologia materna ocorrem no sistema cardiocirculatório, respiratório e gastrintestinal, além das metabólicas e hematológicas.
Modificações Cardio-Circulatórias
Tamanho e Posição do Coração - Nos últimos estágios da gestação, o crescimento uterino eleva o diafragma, deslocando o miocárdio para cima e rodando-o lateralmente(1) .
Freqüência Cardíaca - Já nas primeiras semanas de gestação observase um aumento gradativo de freqüência cardíaca que atinge o pico máximo entre as 28ª e 36ª semanas após o que retorna a valores menores, não voltando, contudo, aos níveis normais(1).
Débito Cardíaco - A elevação do débito cardíaco deve-se a um aumento conjunto da freqüência cardíaca e do volume sistólico(2). Cada contração uterina eleva o débito em torno de 10 - 25% (2). O maior aumento ocorre imediatamente após o nascimento, quando pode atingir até 80% dos valores iniciais(3).
Resistência Vascular Periférica Total - A resistência periférica total está reduzida em até 30% a partir da 8ª-12ª semana de gestação, mantendo-se nestes níveis até o termo(4).
Pressão Arterial - As pressões sangüíneas alteram-se muito pouco durante a gravidez(1).
Pressão Venosa - A pressão venosa é normal durante a gestação, com exceção das porções mais inferiores do corpo que tendem a elevar-se, sobretudo a partir do segundo trimestre pela ação do volume uterino sobre as veias pélvicas e cava inferior(1).
Vias Aéreas Superiores Durante a gravidez - observa-se ingurgitamento capilar venoso nas vias aéreas superiores, frequentemente causando modificações na voz e dificultando a respiração, principalmente próximo ao termo, o que se intensifica nas cardiopatas e toxêmicas(1) .
Caixa Torácica - O crescimento uterino eleva o diafragma, determinando, a partir do último trimestre, uma diminuição do diâmetro vertical da caixa torácica de até 4 cm; isto é contrabalançado com o aumento de 2 cm no diâmetro ântero-posterior e transverso. Conseqüentemente ocorre um aumento de 5 a 7 cm da circunferência da caixa torácica(1). Contudo, ao final da gestação observa-se diminuição da respiração abdominal em favor do aumento da torácica(4).
Volumes e Capacidades Pulmonares - Não se observam modificações dos volumes pulmonares até o 5º mês de gestação, após o que nota-se uma diminuição gradativa do volume de reserva expiratório (VRE), volume residual (VR) e da capacidade residual funcional(5).
Modificações Hematológicas - A partir da 8ª semana de gestação ocorre um rápido aumento do volume sangüíneo materno(1). observa-se um aumento de aproximadamente 1.500 ml, o que representa um aumento proporcional de 35 a 40% dos valores iniciais. O volume plasmático aumenta de 40 ml.kg-1 para 70 ml.kg-1 no final da gestação e o volume das hemácias também aumentam passando de 25 para 30 ml.kg-1 (1).
Modificações Gastrointestinais O aumento do volume uterino contribui para um deslocamento cefálico do estômago, modificando o ângulo da junção gastroesofágica(5), em prejuízo da função do esfíncter esofágico. A pressão intragástrica está aumentada durante a última semana de gestação, volume do suco gástrico pode estar aumentado (6). Como a pressão do esfíncter esofágico inferior está diminuída(7) e a pressão intragástrica está muito elevada, a possibilidade de regurgitação é muito grande, principalmente quando o decúbito dorsal for adotado.
Modificações Renais - O fluxo plasmático renal e a filtração glomerular elevam-se rapidamente durante o primeiro trimestre de gestação, atingindo no quarto mês valores de até 50% daqueles observados nas não grávidas. Durante o último trimestre, estes valores decrescem lentamente em direção aos valores normais. Nos últimos meses, observa-se uma dilatação dos cálices renais, pelve e ureteres, devida a ação da progesterona(8).
Modificações Hepáticas - Observa-se, durante a gestação, uma elevação dos níveis séricos das transaminases e do colesterol e em 80% das gestantes ocorre uma alteração no teste de excreção da bromosulfaleína, o que não indica necessariamente doença hepática(9).
A percepção das gestantes sobre as modificações provenientes da gravidez está direcionada ao aumento de peso, das mamas e do abdome, sendo que estas modificações são destacadas de forma distinta por cada mulher, de acordo com o período gestacional em que se encontram. O segundo e terceiro trimestres foram ressaltados como períodos em que ocorrem as mais significativas modificações corporais.
Aumento do peso corporal no segundo e terceiro trimestres: aponta a certeza do ganho de peso durante a gestação, processo este considerado natural durante o período gravídico devido ao aumento das necessidades nutricionais e metabólicas maternas para o correto desenvolvimento e crescimento fetal, fazendo com que a gestante tenha seu peso aumentado em alguns quilos(10-11).
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