PLANO DE AULA
Por: Andressa Chrystine • 18/10/2018 • Artigo • 5.607 Palavras (23 Páginas) • 205 Visualizações
Associação de dor crônica com força, níveis de estresse, sono e qualidade de vida em mulheres acima de 50 anos de idade participantes de um programa de Educação Física[a]
Introdução
Um fenômeno de amplitude mundial é a transição demográfica e epidemiológica da população, e a longevidade é um fator presente também na população brasileira¹. O envelhecimento é um processo que traz consigo diversas transformações, que podem vir acompanhadas de doenças incapacitantes, degenerativas e crônicas, como a queixa de dor1,2[b].
É possível observar em diversos estudos brasileiros que em indivíduos de meia idade (40 a 59 anos) e acima de 60 anos apresentam um elevado nível de prevalência de dor crônica (variando entre 51 e 67%), principalmente as dores musculoesqueléticas (14 a 47%)3,4. A dor crônica é a principal causa de queixa nos hospitais e ambulatórios e sintoma frequente em anamnese para o grupo da terceira idade5. Aproximadamente 45% a 80% dos idosos institucionalizados sofrem ao menos um tipo de dor, sendo de 61% de prevalência para indivíduos de meia idade, especialmente indivíduos do sexo feminino. Ainda, estima-se que 80 a 85% dos indivíduos acima de 65 anos de idade apresentam pelo menos um problema significativo de saúde que os predisponha ao relato de dor3,4,5,6.
Estudos[c] demonstram que acompanhado à dor crônica os indivíduos podem apresentar importantes complicações como ansiedade, estresse, distúrbios de sono, isolamento social, agitação, comprometimento da função cognitiva, agressividade, incapacidade funcional e diminuição da qualidade de vida. Esse conjunto de morbidades acaba gerando despesas com os serviços de saúde e uma possível dependência em atividades da vida diária7,1,8. Mesmo que não apareça como indicador direto de morte e dependência, a dor avaliada em pesquisas epidemiológicas apresenta relações com limitações funcionais e diferentes condições de sociabilidade e psicológicas que interferem na qualidade de vida8. Para todos esses impactos negativos o exercício físico tem sido utilizado há mais de 20 anos para o tratamento de dor e defendido na literatura científica como necessário para tal[d]10. Programas de exercício físico multidimensionais são utilizados como possibilidade de tratamento da dor crônica, pois abrangem características biopsicossociais[e][f]. Os[g] exercícios físicos oferecidos nesses programas atuam na regularização dos mecanismos endógenos que controlam a dor e a concentração de neurotransmissores, como noradrenalina, serotonina e dopamina10. Na visão psicológica esses programas tendem a causar uma queda nos níveis de ansiedade, depressão, angústia e algumas incapacidades mentais produzidas pela própria dor10. A capacidade de força muscular e flexibilidade articular é um importante componente da aptidão física relacionada à saúde, além de exercer papel relevante para o desempenho físico no seu dia-a-dia[h]11,12,. Tem-se reconhecido que indivíduos com dor crônica, podem apresentar uma redução considerável da força, da flexibilidade e desempenho muscular. Um estudo apresentou que um terço das mulheres diagnosticadas com dor crônica, apresentavam força muscular ou flexibilidade reduzidas em membros superiores para realização de tarefas diárias13.
O estudo da dor na idade adulta é crescente11,12,13. Nesse sentido, a dor crônica pode acometer os indivíduos antes da velhice por meio de lesões osteomioarticulares[i], ocasionando assim uma possível redução da qualidade de vida e em seus parâmetros de saúde. Assim sendo, as relações entre senescência, bem-estar e qualidade de vida apresentam uma carência considerável de estudos e investigações relacionadas às dores osteoarticulares crônicas, pois achados na literatura que associam tais fatores são precários.[j]
Este trabalho tem como objetivo comparar os níveis de dores crônicas com os níveis de força[k], qualidade de vida, estresse e sono de mulheres acima de 50 anos de idade participantes de um programa de Educação Física.
Método
O presente estudo faz parte do Programa de Educação Física para Idosos (PEFI), oferecido pela Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EEFERP-USP), propicia às mulheres da comunidade a partir de 50 anos de idade um treinamento físico multicomponente. é um programa de treinamento periodizado de musculação e treinamento em esteira ergométrica, [l][m]além de contar com o apoio de instituições de fomento à pesquisa.
Para analisar a associação entre dores e os parâmetros de saúde de força flexibilidade[n], qualidade de vida estresse e sono na população de meia idade e idosas, foi realizada uma pesquisa do tipo metodológico transversal descritivo. Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CAAE 24579513.4.0000.5407). As participantes ao serem inseridas no PEFI assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido após terem todas as dúvidas respondidas pela pesquisadora responsável.
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