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A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NOS CUIDADOS PALIATIVOS A CRIANÇA COM CÂNCER

Por:   •  29/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  6.503 Palavras (27 Páginas)  •  451 Visualizações

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A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NOS CUIDADOS PALIATIVOS A CRIANÇA COM CÂNCER

Simone de Oliveira Fernandes*

Jonatas Anunciação Dias*

Vanessa de Oliveira Sena**

RESUMO

O câncer define–se como o aumento desordenado (maligno) das células que envolvem os tecidos e órgãos, essas células dividem-se aceleradamente e tendem a ser muito invasivas e incontroláveis, produzindo assim a formação de tumores ou neoplasias malignas. É considerada uma doença rara, no entanto, ao longo dos últimos anos, o câncer constituiu-se a principal causa de morte por doença em crianças abaixo de 15 anos de idade. Dentro desse âmbito, faz necessário o uso dos cuidados paliativos, os quais se constituem como procedimentos direcionados ao melhoramento da qualidade de vida de pacientes que possuem determinadas doenças, as quais podem comprometer a sua vida. Dessa forma, este estudo classifica-se como exploratório e qualitativo e visa aprofundar os conhecimentos acerca da atuação do enfermeiro nos cuidados paliativos da criança com câncer. É inquestionável que o câncer é um problema de saúde indiscutível e seu impacto atinge mais de 60% da população. A estimativa de ocorrência no Brasil, para 2016-2017, é de em média 600 mil casos novos de câncer. O câncer infantil, em estágio iniciativo, costuma ser difícil de ser identificado, especialmente porque os sintomas constantes podem ser confundidos com o de doenças comuns na infância, como viroses e resfriados. Assim, o cuidado paliativo tem foco nas necessidades e não nos diagnósticos dos pacientes, tendo a assistência voltada para o controle de sintomas, sem ter a finalidade de curar. Logo, o resultado deste trabalho aponta para a necessidade de acolhimento do paciente e de sua família por parte da equipe multiprofissional.

Palavras-chave: Cuidados Paliativos. Câncer. Enfermeiro. Família. Criança.

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1 INTRODUÇÃO

 

O câncer define–se como o aumento desordenado (maligno) das células que envolvem os tecidos e órgãos, estas células dividem-se aceleradamente e tendem a ser muito invasivas e incontroláveis, produzindo assim a formação de tumores ou neoplasias malignas. 1

O câncer infantil é considerado uma doença rara, no entanto, ao longo dos últimos anos, o câncer constituiu-se a principal causa de morte por doença em crianças abaixo de 15 anos de idade. As neoplasias mais frequentes na infância são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas. Em criança, geralmente, o câncer, afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de conservação, enquanto no adulto, afeta as células do epitélio, que cobre os distintos órgãos. Crianças em distúrbios crônicos, geralmente desencadeiam o risco de morte, sofrem impactos influenciados por diversos fatores, como a idade no seu desenvolvimento, a sua experiência com o diagnóstico e o papel e as reações dos pais dessas crianças. 2

Nas famílias a notícia de que a criança apresenta uma doença como o câncer, não é recebida de forma fácil, justamente pelo fato de se tratar de uma situação complicada, visto que será necessário todo um acompanhamento minucioso, o que inclui muitas vezes a hospitalização daquele indivíduo. Gera dessa forma circunstâncias conturbadas, como a desestrutura familiar (pois nem todos conseguem internalizar o momento da melhor forma, onde cada componente da família reage de uma maneira) justamente porque a partir daquele momento tudo na vida de cada um que cerca aquela criança muda, as suas rotinas; a vida de uma forma geral.3 

Dessa forma, se faz necessário o uso dos cuidados paliativos, os quais se constituem como procedimentos direcionados ao melhoramento da qualidade de vida de pacientes que possuem determinadas doenças, as quais podem comprometer a sua vida. 4

Vale salientar que, a expressão “cuidados paliativos” é usada para indicar a ação multiprofissional de uma equipe a pacientes que não apresentam perspectiva de cura. A palavra “paliativa” surgiu do latim que significa manto com o objetivo de proteger aqueles que não são mais acolhidos pela medicina curativa.  Essa expressão foi utilizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma abordagem que aprimora a qualidade de vida. 5

Os cuidados paliativos se originaram como prática na área de atenção à saúde na década de 60, onde teve como percussora a médica Cicely Saunders sendo iniciado assim o movimento que engloba assistência, ensino e pesquisa. Já na década de 70 os cuidados paliativos foram levados a América por Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra suíça, que teve familiaridade com os projetos de Cicely Saunders, na qual entre 74 e 75 ocorreu a fundação de um hospício, disseminando assim o movimento e incorporando esses cuidados a pacientes que não tinham possibilidade de cura. 4

No Brasil os cuidados paliativos apresentam uma história recente, iniciado na década de 80. Hermes apud Peixoto diz que:

"o primeiro serviço nesse âmbito foi realizado no Rio Grande do Sul em 1983 onde foi seguido assim por outras cidades como São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Dessa forma tem-se também o Instituto Nacional do Câncer - INCA, do Ministério da Saúde, que inaugurou um hospital exclusivo para os cuidados paliativos" (2004). 5

Quando 1997 ocorreram à criação da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP) que era composta por profissionais que tinham interesse em divulgar a filosofia dos cuidados paliativos. Já em 2000 surge em São Paulo o programa do Hospital do Servidor Estadual que inicialmente tinha foco em tratar pacientes com câncer metastático, mas que em 2003 teve a criação de uma enfermaria de cuidados paliativos. Em 2005 ocorreu a criação da Academia Nacional de Cuidados paliativos (ANCP) que apresentou uma importância muito grande para os estudos dos cuidados paliativos, pois tinha como objetivos aperfeiçoar esses cuidados, contribuindo assim para o ensino e pesquisa. 5

 Segundo a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP, 2009) os cuidados paliativos devem ser feitos por um quadro de profissionais multidisciplinar que ajudem o paciente a adequar-se às novas transformações atribuídas pela doença. Faz-se indispensável também que essa equipe a qual deve ser composta especialmente por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, farmacêuticos e fisioterapeutas, possibilitem ao paciente uma reflexão necessária a fim de que o mesmo possa encarar essa nova condição de ameaça à vida. 6

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