A ENFERMAGEM NO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS
Por: Adriele Souza • 4/11/2021 • Resenha • 1.806 Palavras (8 Páginas) • 199 Visualizações
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CLÍNICA CIRURGICA – TURMA: TE 2 (A) – TRABALHO – T3
Raquel Oliveira da Conceição Tavares
Resumo – Artigo Enfermagem no Processo de Esterilização De Materiais
O Centro de Materiais e Esterilização (CME) possui uma história que vem acompanhando os procedimentos cirúrgicos, a fim de zelar por melhores condições de cirurgia e procedimentos invasivos nos cuidados pós-cirúrgicos. O paciente internado dificilmente não necessitará de um procedimento invasivo. A maioria dos microorganismos que penetra na ferida operatória é transmitida nos setores críticos, como o Centro Cirúrgico (CC), proveniente de um reservatório ou fonte presente no campo operatório. o instrumental a ser utilizado no paciente deve ser processado adequadamente, a fim de que esse material não se torne uma fonte de contaminação e transmissão de microrganismos. Para processar os artigos de forma a garantir a segurança dos pacientes é necessário implementar programas de educação permanente em saúde que alcancem todos os profissionais que atuam nessa área, como fator fundamental para o reconhecimento e a valorização dos profissionais e no combate a infecção, a saúde tem sido influenciada pelos avanços tecnológicos e indicadores da qualidade dos processos. A educação permanente em saúde é uma proposta essencial para mudança nos processos de trabalho. melhorias na assistência de enfermagem, buscando o desenvolvimento e o aperfeiçoamento dos profissionais. Os profissionais devem assumir papeis complementares, compartilhando saberes e responsabilidades na resolução de problemas e tomada de decisão. O Objetivo do artigo e analisar os processos de trabalhos dos profissionais de enfermagem no CC e CME.
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa. “A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, valores e atitudes [...]”.8:21-22. Esta pesquisa foi desenvolvida nos setores de CC e CME de um hospital público de Porto Alegre-RS. Os sujeitos da pesquisa foram profissionais enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, atuantes no CC e CME desse hospital. Critérios de inclusão dos sujeitos: trabalhar no mínimo um ano nos referidos setores e ser maior de 18 anos, de ambos os sexos. A coleta das informações foi realizada em local definido pela coordenação dos setores envolvidos no estudo, durante os meses de agosto a outubro de 2011, mediante agendamento prévio. Foi utilizado instrumento próprio, constituído por dois momentos: no primeiro foi coletado informações sobre aspectos sóciodemográficos dos participantes No segundo momento foi realizada uma entrevista semiestruturada, na qual os sujeitos foram questionados sobre: como é realizada a lavagem e o preparo do material cirúrgico; quais os procedimentos que são realizados na esterilização e armazenamento do material cirúrgico; se recebeu algum tipo de capacitação para realizar o seu trabalho; e as dificuldades e facilidades no seu cotidiano de trabalho, ao desenvolver as atividades inerentes ao processo de esterilização. Em relação à análise dos dados, foi percorrido o caminho metodológico: ordenação, classificação e análise final dos dados. A ordenação dos dados englobou organizar as quatro respostas de cada participante. A análise final permitiu fazer uma inflexão sobre o material e o tratamento dos resultados descreveu minuciosamente o objeto em estudo e a discussão dos achados frente ao exposto na literatura. O projeto foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital estudado, sob o protocolo n. 10-117. A entrada em campo somente ocorreu após a aprovação do projeto.
O perfil dos entrevistados teve como características: faixa etária de 28 a 50 anos. A descrição e documentação das falas trouxeram significados contextuais do processo de esterilização de materiais no CC e CME, emergindo as categorias: procedimentos envolvidos no processo de esterilização; dificuldades encontradas no processo de trabalho; e educação permanente dos profissionais de saúde como meio possível para superar as dificuldades.
Essa temática versa sobre o conhecimento dos profissionais acerca dos procedimentos realizados durante o processo de esterilização do material cirúrgico. A maioria dos entrevistados descreveu de forma sucinta as etapas de lavagem e preparação do material, que antecedem a esterilização. A limpeza de um instrumental cirúrgico deve ser rigorosa, sendo uma das etapas mais importantes do processo de esterilização. Segundo informe técnico n. 01/2009,11 o CC deverá realizar uma pré-limpeza do material e enviá-lo ao CME. Os trabalhadores atuantes no CME são responsáveis pelo combate às infecções hospitalares. A educação permanente em saúde é uma estratégia que tem se mostrado favorável e efetiva na formação dos profissionais de saúde, possibilitando transformações do trabalho e de suas relações no setor. Os autores afirmam que quanto maior a dificuldade na limpeza, na mesma proporção será a esterilização, quando não é possível a limpeza não se deve esterilizar um artigo. Outra etapa importante é a inspeção do material, pois se este não estiver efetivamente limpo deve-se repetir o processo de lavagem, os artigos que não estiverem íntegros e funcionais devem ser substituídos por outros e enviados para manutenção. Muitos fatores podem estar atrelados às dificuldades no processo de trabalho, entre eles, a falta de comunicação entre os profissionais. Em relação à falta de material, o hospital deve buscar meios para suprir as necessidades apresentadas, podendo conduzir muitas vezes ao improviso e à criatividade, desde que não interfira na qualidade do atendimento. O armazenamento é a etapa final do processo, são necessários alguns cuidados para evitar a recontaminação. Cada instituição precisa desenvolver um controle sobre a distribuição e o transporte dos produtos, evitando a contaminação, no caso de suspeita acerca de falhas no processo de esterilização, é preciso ter como rastrear este material e impedir que sejam utilizados, ou ainda, saber a sua localização. Todos concordam que é necessário um trabalhador responsável pela distribuição do material ao CC. O CME tem papel exclusivo no conhecimento da quantidade e o armazenamento dos artigos esterilizados, bem como a provisão e previsão, contribuindo para assistência ao paciente e equipe cirúrgica.
Nesta temática, os entrevistados identificam os obstáculos inerentes ao processo de esterilização. A área física do centro de material e esterilização deve ter um sentido unidirecional e contínuo com barreiras físicas, impedindo que o trabalhador mude de área, evitando o cruzamento de artigos sujos e limpos. Também deve contemplar um local para lanche e descanso dos trabalhadores. Os trabalhadores do CME seguem um ritmo acelerado de trabalho, com exigências físicas e mentais, expostos a riscos químicos, físicos e biológicos, além de trabalharem num espaço físico pequeno e com o calor das autoclaves. As dificuldades do trabalho no CME refletem diretamente na qualidade da assistência indireta prestada, essas estão associadas à falta de capacidade técnica para desempenhar a função e profissionais trabalhando adoecidos. O processo de trabalho é caracterizado pelo conjunto de atividades nas quais os profissionais transformam um objeto em um produto. No que tange à melhoria desse processo, a participação dos enfermeiros é imprescindível para o avanço do CME, por serem responsáveis técnicos pelo setor, atuando no gerenciamento e qualidade da assistência. Dessa forma, o conhecimento específico do enfermeiro no CME deve ser valorizado.
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