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A Esquizofrenia

Por:   •  4/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.075 Palavras (21 Páginas)  •  628 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

        A esquizofrenia é uma síndrome heterogênea caracterizada por perturbações da linguagem, percepção, pensamento, atividade social, afeto e volição. A síndrome comumente começa no final da adolescência, tem inicio insidioso (e menos comumente agudo) e, frequentemente, prognóstico reservado, evoluindo do retraimento social e distorção perceptiva para os delírios e alucinações recorrentes. (FAUCI, A. et al., 2009)  

É uma doença psiquiatra endógena, que está caracterizada pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, manter um olhar perdido, não dando importância com o que passa ao seu redor, alcançando níveis de alucinações e delírios, escuta vozes, a pessoa acredita estar sendo perseguido e nada o convence do contrário. (GATTAZ, W.,  2014).

Esquizofrenia constitui o mais comum dos transtornos psiquiátricos graves. Aproximadamente 20 milhões de pessoas sofrem dessa doença no mundo. A incidência anual de esquizofrenia é de 2 a 4 por 10.000 indivíduos com idade entre 15 e 54 anos, não havendo diferenças significativas entre os países.  A esquizofrenia é difícil de ser definida ou descrita. Não existem traços específicos alguns sintomas característicos que indicam uma desorganização da personalidade do paciente. A doença afeta, de uma forma geral, nos pensamentos, emoções, motivações e no comportamento motor da pessoa. Os sintomas psicóticos comprometem a capacidade de trabalho e de relações interpessoais por toda a vida Os sintomas podem ser divididos em dois grandes grupos: positivos ou negativos. Os primeiros são exacerbações de funções normais ou anormalidades e distorções e incluem delírios e alucinações, hiperatividade e hostilidade. Os sintomas negativos incluem discurso pobre, isolamento social, desmotivação e embotamento emocional. (CORTESE, L., 2001).

        À medida que os indivíduos envelhecem, os sintomas “negativos” predominam em 33% da população esquizofrênica e estão associadas a um prognóstico resevado a longo prazo bem como a resposta inadequada ao tratamento farmacológico. Cerca de 10% dos pacientes esquizofrênicos cometem suicídio. (FAUCI, A., et al., 2009).

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Estudar a doença psiquiátrica esquizofrenia para orientar os acadêmicos de enfermagem em psiquiatria.

2.2 Objetivos Específicos

        

        Explicar sobre a doença esquizofrenia e suas fases para os acadêmicos de enfermagem em psiquiatria.

Mostrar as causas, sintomas e tratamento da esquizofrenia.

Orientar sobre os cuidados de enfermagem com o paciente esquizofrênico.

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Esquizofrenia

A esquizofrenia tem origem no seu ancestral, o de demência precoce, proposto por Kraepelin o qual observou pacientes jovens que, após um período psicótico, sofriam um "enfraquecimento psíquico", mas não necessariamente se tornavam dementes. Kraepelin considerava que, como em toda medicina, nenhum conjunto dos sintomas poderia caracterizar qualquer patologia mental, dada sua grande mutabilidade. Kraepelin descreveu todos os sintomas que hoje observam-se na esquizofrenia, sem definir qualquer um deles como principal para o diagnóstico. No entanto, houve uma mudança nessa posição, não em relação aos sintomas isoladamente, mas na definição de duas grandes síndromes que caracterizariam a demência precoce: "O enfraquecimento das atividades emocionais que formam as molas propulsoras da volição" e  "A perda da unidade interna das atividades do intelecto, emoção e volição". (ELKIS, H., 2000).

Kraepelin (1856-1926) estabeleceu uma classificação de transtornos mentais que se baseava no modelo médico. Seu objetivo era delinear a existência de doenças com etiologia, sintomatologia, curso e resultados comuns. Ele chamou uma dessas entidades de demência precoce, porque começava no início da vida e quase invariavelmente levava a problemas psíquicos. A etiologia era endógena, ou seja, o transtorno surgia devido a causas internas. A demência precoce foi separada do transtorno maníaco-depressivo e da paranóia com base em critérios relacionados aos seus sintomas e curso. Kraepelin distinguiu três formas de transtorno: hebefrênica, catatônica e paranóide. (SILVA, R., 2006).

A "síndrome avolicional" foi identificada por muitos autores como a primeira descrição de um conjunto de sintomas posteriormente batizados com o nome de "negativos". Já a "síndrome da perda da unidade interna", na descrição do próprio Kraepelin, "apresenta-se como no distúrbio das associações descrito por Bleuler, na incoerência do pensamento, nas mudanças intensas do humor e na inconstância do pragmatismo".  Assim, o conceito de esquizofrenia representou uma substituição ao de demência precoce, porém ambos conviveram por alguns anos. (ELKIS, H., 2000).

Bleuler (1857-1939) criou o termo “esquizofrenia” (esquizo = divisão, phrenia = mente) que substituiu o termo demência precoce na literatura. Bleuler conceitualizou o termo para indicar a presença de um cisma entre pensamento, emoção e comportamento nos pacientes afetados. Para explicar melhor sua teoria relativa aos cismas mentais internos nesses pacientes, Bleuler descreveu sintomas fundamentais (ou primários) específicos da esquizofrenia que se tornaram conhecidos como os quatro “As”: associação frouxa de idéias, ambivalência, autismo e alterações de afeto. Breuler também descreveu os sintomas acessórios, (ou secundários), que incluíam alucinações e delírios. (EY, BERNARD, & BRISSET, 1985, APUD SILVA, R., 2006)  

Se denominava esquizofrenia, ou melhor, esquizofrenias, representava um aperfeiçoamento ao de demência precoce, em duas variáveis: a dilatação na idade de início do quadro, uma vez que o transtorno poderia aparecer tardiamente e, sobretudo, uma ênfase não no processo evolutivo (eventualmente demencial), mas na valorização de alguns sintomas que seriam denominados fundamentais para o diagnóstico. Mesmo Bleuler ter proposto a esquizofrenia como um conceito aperfeiçoado da demência precoce, muitos autores consideravam as mesmas entidades clínicas distintas. As maiores diferenças residem no fato de que as descrições kraepelinianas são puramente empíricas, já as de Bleuler são guiadas por uma teoria, na qual os sintomas fundamentais são a expressão de uma alteração cerebral subjacente e os acessórios representam uma reação da personalidade, com a emergência daquilo que Bleuler chamou de "complexos afetivamente carregados". (ELKIS, H., 2000).

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