A VIOLÊNCIA NA INFÂNCIA COMO UMA QUESTÃO CULTURAL

RESENHA DE ARTIGO

A VIOLÊNCIA NA INFÂNCIA COMO UMA QUESTÃO CULTURAL

O artigo nos traz a relação dos maus tratos contra a criança e suas parcelas culturais de culpa. Desde a antiguidade a criança é vista como propriedade dos pais, garantindo a eles total poder sobre como a ‘educava’. Muitas dessas medidas vistas como meios de educação feriam a cidadania da criança e seus direitos.

Apesar de correr a passos lentos, as mudanças culturais da ultima década vem trazendo a quebra do patriarcado sobre a mulher e dos pais sobre a criança, tendo em vista que as mesmas não podem ser tratadas e julgadas como um bem adquirido e substituível.

O artigo mostra que o conceito de cultura é uma junção de hábitos, crenças e idéias que afetam intimamente o nosso padrão social. No âmbito cultural, a prevalência de castigos físicos nas criança vem sido adotado como padrão pedagógico, pois apesar dos avanços, ainda hoje aceita-se a idéia de que o filho é propriedade dos pais, o que lhes parece como direito garantido de fazer o que bem entender. Esse tipo de comportamento cultural vai contra a idéia de  reconhecimento da criança como individuo, que tem vontades e direito de exercer sua cidadania.

Sem condições de se defender, a criança permanece em desvantagem sobre o adulto já que a mesma, precisa de um comportamento coerente do adulto para com os seus direitos. Na maioria dos casos, o respeito com a criança vai muito alem da não aplicação de artigos corporais, visto que (bem como o artigo nos traz) a perfuração do lóbulo da orelha na menina é uma forma de violação dos direitos dessa criança - uma vez que já comprovado que o recém-nascido sente dor – apenas para parecer mais bonita aos olhos dos adultos [assim como a circuncisão no caso dos meninos].

Os diferentes padrões culturais ainda dificultam a garantia de maior proteção para essa criança uma vez que, o que é considerado abuso/maus tratos para uns, é considerado pratica “normal” para outros. No que se refere a criança, esta está submetida aos valores culturais desde o momento que nasce, passando assim, de gerações em diante.