A visão do enfermeiro na atenção a mulheres grávidas em situação de rua
Por: Luciana Amaro • 25/4/2021 • Projeto de pesquisa • 882 Palavras (4 Páginas) • 158 Visualizações
A visão do enfermeiro na atenção a mulheres grávidas em situação de rua
Introdução
O surgimento da população em situação de rua é um dos reflexos da exclusão social, que a cada dia atinge e prejudica uma quantidade maior de pessoas. Essa população é caracterizada como um grupo populacional heterogêneo, composto por pessoas com diferentes realidades, e que em como tem a triste condição de pobreza absoluta, adquiridos através de vínculos interrompidos ou fragilizados e falta de habitação, sendo obrigado a utilizar a rua como espaço de moradia e sustento, por tempo determinado ou na maioria das vezes, de forma permanente (1).
A população em situação de rua ainda é pouco conhecida no Brasil. As pesquisas oficiais que partem do domicilio como unidade básica de análise deixam de incluir os moradores que não possuem endereço fixo. Isso pode ser justificado, em grande medida, pelas complicações conceituais e metodológicas envolvidas com a definição e mensuração deste tipo de população Todavia, sabe-se que se trata de uma pobreza visível todos os dias em meio ao cotidiano, divulgada com freqüência pelos meios de comunicação (1).
Dentre os principais problemas que levam pessoas a morarem na rua, estão vitimização, violência doméstica, abuso sexual, abuso de substâncias como uso de drogas, problemas de saúde mental, pobreza, relações sociais restritas e instabilidade residencial; são frequentemente precursores da vida nas ruas. Mas, apesar de muitas fugirem desse tipo de situação, nas ruas elas encontram ainda mais dificuldades, sendo essa uma realidade atual da sociedade (2).
Muitos são os problemas a que essa população está exposta, como os riscos que enfrentam pela violência de que são alvos, o uso de drogas, violência sexual e consequentemente gravidez indesejada, prostituição, condições precárias de higiene, que muitas vezes resultam em doenças que atingem de modo especial e com maior freqüência esse público, entre elas estão a AIDS, as doenças sexualmente transmissíveis, a tuberculose (especialmente como doença oportunista de quem já tem AIDS), as doenças de pele, as doenças respiratórias, entre outras.
O acesso dessa população em geral à saúde é bastante deficitário, porém, no caso das mulheres a situação é ainda pior. As mulheres que se encontram em situação de rua, raramente têm a possibilidade de realizar exames periódicos; sua higiene, que exige mais que a dos homens, é muito precária; métodos contraceptivos que depende unicamente da iniciativa própria, em geral, não ocorre. Em conseqüência, a falta de informação e de acesso a métodos contraceptivos acaba fazendo com que muitas dessas mulheres engravidem e tenham filhos, mesmo quando não desejam e não têm condições de criá-los (3).
Diante dessa situação, buscou-se a criação de estratégias e intervenções com vistas à prevenção, promoção da saúde, tratamento e redução de danos sociais e à saúde, principalmente para aqueles que se encontra em situação de rua, e que tem baixo acesso aos serviços da rede de saúde. Com o intuito de intervir nessas condições o Ministério da Saúde criou o Consultório de Rua (CR) que busca reduzir a lacuna assistencial das políticas de saúde voltadas para as pessoas em situação de rua, por meio da oferta de ações de promoção, prevenção e cuidados primários no espaço da rua. O Consultório de Rua é baseado em princípios como respeito às diferenças, a promoção de direitos humanos e da inclusão social, o enfrentamento do estigma e as ações de redução de danos a saúde (3).
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