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Aspectos Demográficos Relacionados a Covid 19

Por:   •  24/9/2024  •  Seminário  •  1.687 Palavras (7 Páginas)  •  36 Visualizações

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ETEC | CENTRO PAULA SOUZA

ADRIANO MOTA MENDES RM: 23194

FRANCIELLI STHEFANIE ROMANOV RM: 23187

GISELE LEITE DA SILVA RM: 23196

RENAN WESLEY DA SILVA DIAS RM: 23202

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS RELACIONADOS A COVID-19

CAMPO LIMPO PAULISTA

JUNHO/2024

  1. INTRODUÇÃO

Em dezembro de 2019, foram relatados em Wuhan, China, os primeiros casos de pneumonia atípica de origem desconhecida, os quais foram posteriormente associados à infecção por um novo coronavírus, denominado SARS-CoV2. No homem, o SARS-CoV-2 pode causar de infecção assintomática à doença multi-sistêmica, com comprometimento respiratório, gastrointestinal, hepático e neurológico. O vírus é principalmente transmitido por gotículas infectadas com SARS-CoV-2, liberados por indivíduos infectados. Evidências crescentes sugerem um papel da transmissão viral pelo ar, via aerossóis, particularmente em ambientes fechados e em aglomerações.

Após os casos na China, o SARS-CoV-2 rapidamente se disseminou pela Ásia e Europa, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar a pandemia de COVID-19 em março de 2020. Desde então, o cenário epidemiológico varia nos distintos países, segundo a fase epidêmica e as medidas de intervenção adotadas, incluindo a vacinação. No início de fevereiro, o Brasil declarou a Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (BRASIL. Ministério da Saúde 2020).

Em 26 de fevereiro, foi registrado o primeiro caso importado de COVID-19 em São Paulo (BRASIL. Ministério da Saúde 2020; Oliveira et al. 2020) e, desde então, o cenário epidemiológico evoluiu, observamos um recrudescimento da pandemia no território nacional, alcançando 12.534.688 casos confirmados e 312.206 óbitos em março (Conselho Nacional de Secretários de Saúde 2021). Atualmente, o Brasil, ocupa o 2º lugar global em número absoluto de casos (Johns Hopkins University 2021). As taxas de incidência e mortalidade nacionais são da ordem de 5.964 por 100.000 habitantes e 148,6 por 100.000 habitantes, respectivamente, e encontram-se em ascensão em todas as regiões do país. A taxa de letalidade é de 2,5% (Conselho Nacional de Secretários de Saúde 2021). O aumento expressivo de casos graves e óbitos têm causado impacto expressivo sobre o Sistema Único de Saúde em todos os estados da federação.

  1. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

Desde o seu surgimento, a ciência demográfica vem demonstrando sua importante contribuição para o estudo de níveis, padrões e tendências da mortalidade, o que tem sido uma das principais áreas de interesse da disciplina. A demografia é uma ciência primordialmente empírica e dedica cuidadosa atenção a questões sobre medição, disponibilidade e qualidade dos dados, a fim de estudar processos no nível populacional agregado. A estreita conexão entre produtores, avaliadores e usuários de dados demográficos é um dos recursos mais atraentes da demografia, possibilitando a produção de informações de melhor qualidade e uma melhor interpretação de seus significados (PRESTON, 1993).

Uma das principais características dos estudos demográficos, desde os primórdios da disciplina, é o seu foco em dados, com grande atenção dedicada à sua qualidade. Boa parte do trabalho do demógrafo é destinada a testes que avaliam a qualidade dos dados na tentativa de aprimorá-los e melhor interpretá-los. A suposição central de que os dados brutos são quase sempre problemáticos distingue os demógrafos da maioria dos outros cientistas sociais, médicos e estatísticos (CALDWELL, 2001).

Nesse ponto, a principal contribuição da demografia é a avaliação de todas as fontes de dados relevantes disponíveis, indicando seus alcances e limitações. No que se refere à pandemia de Covid-19, a demografia pode contribuir com sua expertise na avaliação da cobertura e qualidade dos registros de óbitos. Além de existirem mortes ocorridas por Covid-19 que nunca serão registradas com essa causa, há também uma parcela importante que será notificada tardiamente: meses ou anos depois do evento.

Existem, também, problemas relacionados à definição das mortes por Covid-19, que dependeram, em grande medida, do local de morte (casa, hospital, etc.). É provável que parte dos óbitos ocorridos em casa não tenha sido testada para a presença do vírus Sars-CoV-2 e, consequentemente, não tenha a doença Covid-19 atribuída como causa de morte. Mesmo para os óbitos ocorridos em hospitais, não se tem garantia de que todos os indivíduos suspeitos de Covid-19 tenham tido suas mortes confirmadas pelo teste.

  1. Economia e saúde no contexto da pandemia da covid-19

        No contexto da pandemia do novo coronavírus (covid-19), ao construírem um Índice da Infraestrutura da Saúde do Brasil (IIS), evidenciaram que, principalmente os estados da região Norte e Nordeste, têm menor capacidade de infraestrutura para o combate à pandemia. Dessa forma, uma baixa capacidade de atendimento à população em período de crises sanitárias afeta o acesso dos indivíduos aos cuidados com a saúde, e, assim, a gravidade da covid-19, em termos de possibilidades de internações e óbitos.

No Brasil, analisando a relação entre as características regionais e os fatores epidemiológicos e sociais na mortalidade por covid-19, foi usada uma abordagem quantitativa para análise dos dados, combinada com análise documental de evidências técnico-científicas sobre a pandemia da covid-19, aspectos da governança do Sistema Único de Saúde (SUS) e do federalismo fiscal relacionado ao financiamento do sistema de saúde. Os resultados demonstraram diferenças entre as regiões brasileiras, apontando para a desigualdade em termos de acesso aos serviços de cuidados intensivos (UTIs) e, ainda, que o perfil epidemiológico e social contribui para aumentar a mortalidade nas regiões Norte e Nordeste do país.

Borges e Crespo (2020) caracterizaram os grupos de risco para covid-19 no Brasil e estimaram o número de indivíduos convivendo no mesmo domicílio com pessoas no grupo de risco. Visando caracterizar os grupos de risco, foi ajustado um modelo, tendo como variável dependente a existência ou não de pelo menos uma condição de risco associada à covid-19 e como variáveis explicativas a idade, o sexo, a grande região, a cor ou a raça, o nível de escolaridade e a condição em relação à força de trabalho dos moradores entrevistados. Os resultados mostram que o principal fator de risco para comorbidades associadas à covid-19 é a idade, mas há também maior risco para pessoas em categorias mais vulneráveis, como os menos escolarizados e os pretos e pardos. De acordo com os resultados da pesquisa, 68,7% dos brasileiros viviam com pelo menos uma pessoa no grupo de risco – 30,3% viviam com pelo menos um idoso e 38,4% não tinham idosos em seus domicílios, mas havia pelo menos um morador adulto com condições médicas preexistentes.

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