CONTRIBUIÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇOES HOSPITALARES NA UTI
Por: Wellington Coutinho • 14/7/2016 • Projeto de pesquisa • 1.505 Palavras (7 Páginas) • 752 Visualizações
CONTRIBUIÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇOES HOSPITALARES NA UTI- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Problema
Como a enfermagem tem trabalhado para prevenir as infecções nas Unidades de Terapia Intensivas(UTI)?
OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Avaliar as medidas preventivas e de controle de Infecções Hospitalares(IH) realizadas pela equipe de enfermagem nas UTI’s.
Objetivos Específicos:
- Reconhecer a importância da prevenção de infecções nas unidades hospitalares;
- Descrever os fatores de riscos que aumentam a incidência de Infecção Hospitalar na UTI;
- Avaliar os procedimentos e técnicas desempenhados pela enfermagem na UTI;
- Apresentar os métodos que a equipe de enfermagem utiliza na prevenção e controle de Infecção Hospitalar na UTI.
JUSTIFICATIVA
Sabe-se que a enfermagem comporta o maior quadro de profissionais em uma instituição de saúde, com isso lida diretamente com outros profissionais e pacientes em seu ambiente de trabalho de forma ininterrupta. Nas UTI’s este contato aumenta os riscos de Infecção Hospitalar, já que, estas infecções são adquiridas pelos pacientes no período de internação. Dessa forma este estudo torna-se necessário para saber com maior profundidade como a equipe de enfermagem tem realizado seus procedimentos e técnicas diárias afim de prevenir e minimizar as IH nas UTI’s, para que se possa reavaliar e indicar melhorias nessa unidade hospitalar.
Este estudo visa conscientizar os profissionais e instituições hospitalares quanto à postura eficaz no que condiz a Infecção na UTI.
REFERENCIAL TEORICO
As Infecções Hospitalares(IH) são aquelas adquiridas após a admissão do paciente na unidade hospitalar, no qual o mesmo, não apresentava evidências de infecções na admissão ou manifestou 72h após a internação.Este período de 72h é um tempo de referência utilizado pelo Centers for Disease Control and Prevention(CDC), no entanto há instituições que acreditam que a manifestação de IH no prazo de 48h, são decorrentes de procedimentos invasivos. Já infecções de sítio cirúrgico podem manifestar-se até 30 dias após o procedimento cirúrgico, e esta pode aparecer até um ano se tiver implantação de prótese (BRASIL, 2004).
É alta a incidência de IH no Brasil, estima-se que 3% a 15% dos pacientes hospitalizados adquirem IH(LORENZINI et al., apud CRM, 2010). Já as IH em UTI’s apresentam cerca de 25% a 30% comparado com 5% a 10% dos hospitalizados de outros setores de internação (LINCHY; MARQUES, 2002).
De acordo com a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004) a Unidade de Terapia Intensiva(UTI) é um ambiente nas instituições de saúde no qual se encontram pacientes em estado grave. A gravidade dos pacientes define-se em:
- Cuidados intensos e ininterruptos, a fim de manter os sinais vitais;
- Doenças agudizadas ou crônicas que resultam no risco imediato de vida;
- Os com doenças crônicas agravadas;
- Os que necessitam de cuidado intensivo devido persistência de eventos agudos; e
- Pós-operatório de grande porte que requerem monitoração frequente e intensa.
No Brasil, menos de 2% dos leitos hospitalares são destinados à terapia intensiva, e mesmo com poucos leitos nas unidades de saúde, estes são responsáveis por mais de 25% das IH, com alto índice na morbimortalidade (PEDROSA; COUTO, 2003).
As UTI’S contam com profissionais altamente qualificados e com equipamentos avançados de monitorização para manutenção da vida de pacientes em estado grave. Os procedimentos necessários para manter a vida dos pacientes críticos, são em geral invasivos- como: cateteres, sondas e tubos. Estes procedimentos rompem a barreira de proteção da pele, aumentando sobremaneira os riscos de pacientes adquirirem infecções, já que é comum os pacientes nessa unidade estarem imunodeprimidos (ANVISA, 2004).
Os pacientes críticos deste setor são monitorados com tecnologia altamente especializada e complexa, o que contribui para a sobrevida desses pacientes. No entanto, esses cuidados necessários e indispensáveis aos pacientes elevam os riscos de adquirirem infecções(POMBO et al., 2010).
No estudo de Pereira et al.,(2002) apud Trilla (1994); Vicent et al., (1995); Beregogne- Berezi(1995) os principais fatores de risco à IH na UTI são:
- Internação na UTI superior à 48h;
- Uso de ventilação mecânica;
- Diagnóstico de trauma;
- Cateteres de vias urinárias, veia central, artéria pulmonar e;
- Profilaxia de úlcera de stress;
Outro fator que eleva os riscos de infeções nas UTI’s é a sobrecarga de trabalho da equipe multiprofissional, isso muitas vezes, gera a realização de procedimentos inadequados, como: a higienização incorreta das mãos, facilitando a disseminação de microorganismos entre os pacientes (BRASIL, 2005).
Além dos fatores de risco e procedimentos invasivos, existem sem dúvidas as falhas realizadas pela equipe de saúde, e nesta estão inseridos os profissionais da enfermagem(TURRINI, 2000 apud PANNUTI,1997).
A equipe de enfermagem é numerosa e é a que realiza os cuidados diários nos pacientes, ficando em contato direto e constante. Devido ser uma profissão que presta cuidados físicos, executa procedimentos diagnósticos e terapêuticos a torna um elemento de suma importância para ações preventivas, de detecção e controle de infecções hospitalares (TURRINI, 2000).
Em estudo realizado porLichy; Marques (2000) apud Teare (2001), 40% dos pacientes que tiveram contato com profissionais da enfermagem durante a internação, contaminaram-se pela bactéria Klebsiella. A transmissão se deu através das mãos da equipe, isso demonstra o quanto à enfermagem é responsável pela transmissão de infeções na unidade hospitalar. Nas UTI’s os cuidados de rotina da enfermagem, segundo Lichy; Marques (2000)apud Wey; Lomar; Coscina (1998) devem ser realizados com mais ênfase, por ser uma unidade de alto risco.
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