O LEVANTAMENTO DOS PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM SEGUNDO CIPE® EM ADOLESCENTES COM ESCOLIOSE
Por: 190006412 • 26/8/2020 • Artigo • 1.987 Palavras (8 Páginas) • 311 Visualizações
LEVANTAMENTO DOS PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM SEGUNDO CIPE® EM ADOLESCENTES COM ESCOLIOSE
Isabel Cristina Correia Pereira¹
Larissa Faquim Bazaga²
RESUMO
A escoliose é uma deformidade da coluna vertebral, que geralmente surge durante a fase de aceleração do crescimento, acometendo principalmente crianças e adolescentes¹. Nos casos de deformidades acentuadas, a realização das atividades de vida diária, a função cardiorrespiratória e autoimagem podem ser prejudicadas. Neste contexto, crianças e adolescentes com escoliose podem apresentar comportamentos ineficazes de adaptação, principalmente no período peri operatório de cirurgias para tratamento da patologia. Estes comportamentos devem ser avaliados pelos enfermeiros que atuam com esta população, permitindo levantar os diagnósticos de enfermagem que nortearão os cuidados necessários para a adaptação destes indivíduos². O objetivo desse estudo é descrever os principais diagnósticos de enfermagem levantados em pacientes com escoliose admitidos para cirurgia de artrodese de coluna por via posterior no Hospital Sarah-Brasília. Trata se de um estudo exploratório descritivo realizado em uma unidade de ortopedia e reabilitação infantil no período de novembro de 2012 a março de 2013. Nesse período foram internados 15 pacientes para cirurgia de artrodese de coluna por via posterior, destes foram separados aleatoriamente 3 adolescentes com idade entre 13 e 14 anos para estudo de caso. As informações foram coletadas por enfermeiras durante a admissão, utilizando-se um instrumento de coleta de dados padronizado na unidade. Os dados foram analisados pelas enfermeiras, que levantaram os diagnósticos de enfermagem, baseados na Classificação Internacional da Prática de Enfermagem (CIPE®) ³. Os seguintes diagnósticos de enfermagem foram prevalentes aos três adolescentes: Padrão respiratório comprometido, Taquicardia, Risco de infecção, Risco de obstipação, Déficit de conhecimento sobre o regime de tratamento, Integridade da pele comprometida (acnes), Risco de alteração do status cardíaco e respiratório após a cirurgia. O levantamento dos diagnósticos de enfermagem auxiliou no planejamento assistencial, possibilitando ao enfermeiro minimizar as dificuldades que esse paciente apresenta e pode apresentar no pós-operatório.[pic 1][pic 2]
Descritores: diagnóstico de enfermagem; planejamento da assistência ao paciente; escoliose
INTRODUÇÃO
A Enfermagem está em constante evolução em seu conhecimento teórico-científico e o cuidado passou a ser direcionado à recuperação e bem-estar do indivíduo, com base neste conhecimento e na autonomia profissional1. Com isso, foram construídos e organizados modelos conceituais de enfermagem, que são referenciais para a elaboração das teorias de enfermagem. Essas teorias que subsidiaram a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), garantem a aplicabilidade através do processo de enfermagem (PE), método imprescindível na prática do enfermeiro2.
A SAE é o modelo metodológico ideal para o enfermeiro aplicar seus conhecimentos técnico-científicos na prática assistencial, favorecendo o cuidado para que ele seja realizado. Incorporar a SAE é uma forma de tornar a enfermagem mais científica, promovendo um cuidado de enfermagem humanizado, contínuo, e com qualidade3.
Existem inúmeras teorias de enfermagem que fundamentam o processo de enfermagem, dentre eles temos a teoria do autocuidado de Dorothea Orem. A teoria do autocuidado de Dorothea Orem caracteriza-se por um grande constructo na composição de três teorias inter-relacionadas: teoria de autocuidado, teoria dos déficits de autocuidado e teoria dos sistemas de Enfermagem. A capacidade que o indivíduo tem para cuidar de si mesmo é chamada de intervenção de autocuidado, e a capacidade de cuidar dos outros é chamada de intervenção de cuidados dependentes. Assim, no modelo de Orem, a meta é ajudar as pessoas a satisfazerem suas próprias exigências terapêuticas de autocuidado. A teoria do déficit de autocuidado delineia a necessidade da intervenção necessária quando o ser humano não tem competência para executar seu cuidado, expressando a razão que leva um indivíduo a necessitar da Enfermagem. As limitações das pessoas para executarem cuidados, que visem à manutenção da vida, da saúde e do bem estar, estão associadas às suas limitações, que os tornam total ou parcialmente dependentes para agenciar o cuidado tanto para si mesmo como para outros.
A teoria de autocuidado refere-se à prática dos cuidados executados pelo indivíduo portador de uma necessidade, para manter-se com vida, saúde e bem-estar. Para tanto, o indivíduo tem de ser capaz de se engajar no autocuidado, tomando como requisitos as atividades da vida diária. A teoria dos sistemas se baseia nas necessidades e capacidades dos enfermos para a execução do autocuidado, o que determinará ou não a necessidade da intervenção de profissionais de saúde como os cuidados de enfermagem. Assim, o enfermeiro para traçar seu trabalho, considera sua assistência em comum acordo com o paciente, uma vez que, na fase de investigação, o profissional coleta dados baseados no estado de saúde da pessoa, perspectiva da pessoa sobre sua saúde e exigências de autocuidado da pessoa, dentre outros4.
Para que os enfermeiros pudessem participar nos modernos sistemas de saúde, realizar pesquisas, desenvolver o ensino e implementar a assistência de enfermagem com qualidade e a um custo acessível, viu-se necessário uma classificação internacional da sua prática. Tal sistema proporcionaria à enfermagem uma nomenclatura, uma linguagem e urna classificação que poderia ser usada para descrever e organizar os dados da enfermagem e assim criar um instrumento para enfermeiros participarem na tomada de decisões relacionadas com saúde e no processo de determinação de políticas de trabalho.
Então, em 1989, o Conselho Nacional de Representantes do Conselho Internacional de Enfermeiras (CIE) aprova a Resolução que previa a construção da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE). A CIPE é uma terminologia nova tem pouco mais de 25 anos de existência. Sua criação deu-se em decorrência da dificuldade manifestada por enfermeiros em lidar com os problemas de enfermagem encontrados no seu cotidiano e pela falta de uma linguagem padronizada. Em 1996 é publicada a primeira versão, denominada Alfa, que contemplava duas classificações, a dos fenômenos e a das intervenções de enfermagem5.
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