Qualidade de Vida em renais crônicos em Hemodialise
Por: tiode • 15/4/2015 • Seminário • 1.983 Palavras (8 Páginas) • 630 Visualizações
- INTRODUÇÃO
O número de pacientes renais crônicos em tratamento dialítico, no Brasil, vem crescendo nos últimos anos¹.
O indivíduo com insuficiência renal, pode apresentar apenas sintomas discretos, devido o aumento da concentração de uréia em seu organismo. Na maioria das vezes os pacientes permanecem praticamente sem sintomas até que tenham perdido cerca de 50% de sua função renal. Na progressão da doença renal começa a aparecer um conjunto de sinais e sintomas que constituem a síndrome urêmica, destacando fadiga, cansaço fácil, anorexia, emagrecimento, prurido, náuseas, insônia e comprometimento do estado mental. Em alguns casos, quando a hipertensão arterial ou as alterações químicas do sangue causam disfunção cerebral, o indivíduo pode apresentar crises convulsivas².
A insuficiência renal crônica é caracterizada pela falência renal de forma irreversível, é uma afecção multicausal, tratáveis de varias maneiras e controlável, sendo o principal tratamento a hemodiálise que contribui para o aumento da sobrevida dos renais crônicos³.
Os pacientes que são dependentes dessa tecnologia avançada para sobreviver, apresentam limitações no seu cotidiano, vivenciando inúmeras perdas e mudanças biopsicossociais. Sofre alterações da vida diária em virtude da dependência de realizar o tratamento, necessitando do suporte formal de atenção à saúde.
Essa patologia tem recebido maior atenção dos profissionais de saúde nas últimas décadas. Isso se deve ao importante papel desempenhado na morbimortalidade da população em geral(4).
A escolha do tratamento se da de forma individualizada, levando em consideração os aspectos clínicos, psíquicos e socioeconômicos do paciente¹.
Qualidade de vida é um conceito novo, existente na área de saúde desde 1970, que valoriza parâmetros controladores de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida.
Sabendo que não exista um conceito universalmente aceito de QV, a opinião predominante é a que define como a percepção do paciente sobre o seu estado físico, emocional e social(5).
De acordo com a OMS qualidade de vida é conceituada como a percepção da pessoa quanto à sua posição na vida, no contexto cultural e sistemas de valores nos quais ela vive, apontando os objetivos, expectativas, padrões e preocupações
DESENVOLVIMENTO
Anatomia do sistema urinário
O sistema urinário é formado por um conjunto de órgãos que se constitui em por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.
A principal função do sistema urinário consiste em manter o estado de homeostase do organismo regulando minuciosamente os líquidos e eletrólitos, removendo os resíduos e fornecendo hormônios que estão envolvidos na produção de eritrócitos, metabolismo ósseo e hipertensão(6).
Rins
São duas estruturas com o formato de feijões, esta localizado no retoperitonio, de cada lado da coluna vertebral e ao nível das ultimas vértebras torácicas, sendo que o rim direito é ligeiramente menor que o esquerdo devido a localização do fígado. Estão protegidos externamente pelas ultimas costelas e músculos. E internamente por uma camada de gordura.
Com a dissecção longitudinal dos rins veremos duas estruturas a mais externa de cor avermelhada, de textura lisa é chamada de córtex renal e a mais profunda de cor marrom-avermelhada chamada de medula. A medula é divida em múltiplas massas teciduais em formato de cones conhecidos por pirâmides renais. As pirâmides se projetam para o espaço da pelve renal, através das papilas, a pelve renal que é uma estrutura em forma de funil que continua com extremidade superior do ureter. A borda externa da pelve em dividida em estruturas de fundo-cego, chamada de cálices maiores, que se dividem em cálices menores, os quais coletam urina dos túbulos de cada papila.
O córtex contem néfrons e como já citado esta localizado na região externa do rim(6-7).
Néfrons: é a unidade funcional dos rins. Cada rim tem cerca de um milhão de néfrons que são capazes de formar urina. Os rins conseguem regenerar os néfrons, porem com o envelhecimento, doenças e lesões renais há um declínio dos néfrons. Quando essa diminuição ocorre pela idade não acarreta danos a saúde, pois as alterações adaptativas dos néfrons remanescentes os permitem excretar quantidade apropriada de água, eletrólitos e resíduos(6).
Os néfron são formados por dois componentes principais:
Corpúsculo renal:
Cápsula Glomerular (Bowman);
Glomérulo – rede de capilares sanguíneos enovelados dentro da cápsula glomerular.
Túbulo renal:
Túbulo contorcido proximal;
Alça de néfron (Henle);
Túbulo contorcido distal;
Túbulo coletor(6-7).
Ureteres, Bexiga e Uretra
Ao ser produzida pelos néfrons a urina passa pela pelve renal e desemboca nos ureteres, que são longos tubos fibromusculares que ligam os rins a bexiga. Esses se originam na porção inferior da pelve renal e se conectam no trígono da parede vesical(6).
O ureter esquerdo é ligeiramente mais curto que o direito. Os ureteres são revestidos por urotélio, que impede a reabsorção da urina, o fluxo da urina é facilitado pelos movimentos peristálticos que ajudam também a não ter refluxo urinário(6).
A Bexiga é um músculo oco localizado atrás do osso pubiano, tem capacidade de distensão. Apresenta duas entradas que são as conexões dos ureteres e uma saída que é a uretra. É composta por quatro camadas, a mais externa é a adventícia composta de tecido conjuntivo, após a uma camada de músculo liso conhecido como detrusor, seguido de uma camada de submucosa de tecido conjuntivo frouxo e posteriormente a camada mais interna contem epitélio de células de transição especializadas, uma membrana impermeável a água e impede a reabsorção da urina armazenada na bexiga. A bexiga contem dois esfíncter, o interno que ajuda a manter a continência de controle involuntário e o externo de controle voluntário que na uretra anterior(6).
A uretra origina se na base da bexiga. No homem, ela atravessa o pênis; na mulher desemboca anterior a vagina. A uretra masculina exerce duas funções a de micção e a ejaculatória, na mulher é exclusiva para urinar.
Fisiologia urinaria
O balanço hídrico é regulado pelos rins. A urina formada pelos nefrons, através de uma processo que compreende três etapas: filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular. As diversas substancias normalmente filtrada pelo glomérulo, reabsorvidas nos túbulos e excretadas na urina incluem sódio, cloro, bicarbonato, potássio, glicose, ureia, creatinia e ácido úrico. Dentro dos túbulos, algumas dessas substancias são seletivamente reabsorvidas para dentro do sangue. Outras são secretadas a partir do sangue para dentro do filtrado, à medida que o sangue percorre o túbulo(6).
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