Resenha do Documentário “Holocausto Brasileiro”
Por: Kamilla Tavares • 3/4/2020 • Resenha • 526 Palavras (3 Páginas) • 1.531 Visualizações
Resenha do documentário “Holocausto Brasileiro”.
O documentário feito por Daniela Aberx, de qual vamos falar agora, refere-se à uma “colônia” ou pode-se chamar hospital, criado no início do século XX para cuidar de doentes psiquiátricos e pessoas com tuberculose, porém foi lá que aconteceu um dos maiores genocídios ocorrido no Brasil. O que era para ser um local de cuidado e tratamento, virou um verdadeiro campo de extermínio humano, onde morreram cerca de 60 mil pessoas. A colônia infelizmente, era o cruel e trágico destino para aquelas pessoas que eram tidas pela sociedades muita das vezes como “inúteis”, “loucas”, ou pelo simples fato de não quererem mais por perto. Entre essas pessoas, encontrava-se homens, crianças e mulheres, que chegavam até ali por meio de um vagão super lotado, todos amontoados, sem um mínimo direito de conforto, e muito menos de uma oportunidade de volta. Ali eram abandonados na maioria das vezes, por seus próprios familiares, por algum erro cometido, ou até mesmo pelo simples fato de serem indesejáveis. O trem que os levavam até a colônia era chamado de “trem de doido” e chegavam toda semana.
O filme escancara a cruel e escondida realidade vivida por aquelas pessoas, por mais de 5 décadas, através de entrevistas e relatos colhidos de ex-funcionários, pesquisadores, familiares e alguns dos sobreviventes. Sob a tutela do Estado e com a convivência da sociedade médica e populacional, funcionava ali o verdadeiro e silencioso “Holocausto”. As pessoas que viviam naquele lugar, eram tidas como prisioneiros(as) e submetidos à diversas crueldades, como: ficarem nu, comerem ratos, beberem água de esgoto e tomarem constantemente eletrochoques, quem não eram utilizados somente como terapia, como deveria ser. Trancados em selas ou podemos dizer: jaulas apartir das 19h, onde ali passavam o restante do dia até as 5h da manhã do dia seguinte, quando eram liberados para o pátio. Na jaula em que ficavam, eram submetidos à dormir no chão coberto por capins colhidos por eles nos pátios, muitas das vezes os capins cheios de bicho, a rotina era desumana ao extremo. Havia lá uma superlotação extrema, na qual tinham 5 mil internados e a capacidade era de apenas 200. Nada do que acontecia, era repassado aos familiares.
Baseado nos relatos, podemos observar que muitas pessoas tiraram proveitos da situação, as confições de ex-funcionários, que colaboravam com as práticas de mals tratos com choques, com a venda de cadáveres para estudo, comparando as pessoas, seres humanos com animais como: cachorro. Para assistir tudo isso, é necessário muita frieza. Mas o objetivo maior no documentário, não é fazer julgamentos e sim, mostrar as verdades e realidades que foram escondidas por anos.
Todas essas atrocidades citadas acima, só começam a diminuir quando a reforma psiquiátrica começa a surgir, e ganha “fôlego” em Minas Gerais, isso já findando a década de 1980. Atualmente, o manicômio é mantido pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG) e conta com aproximadamente 150 pacientes do período em que o local viveu seus dias mais sombrios. Essa história é contada para que as pessoas possam vê, entender e não cometer os mesmos erros de crueldades quando forem exercer a sua profissão ou apenas o ato do cuidar.[pic 1]
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