Ventilação mecanica
Por: Daiane Regaçon • 11/5/2016 • Seminário • 2.350 Palavras (10 Páginas) • 564 Visualizações
UTILIZAÇÃO DE VENTILADORES PULMONARES E OXIGENOTERAPIA – TEORIA E PRÁTICA (2ª Edição)
Instrutores: Demian Kmohan e Ricardo Morim
Objetivo geral:
Conhecer as tecnologias utilizadas na área de ventilação pulmonar e de suporte de oxigeno no HUSM a fim de uma utilização eficaz e eficiente dos equipamentos e dispositivos disponíveis.
Conteúdo:
- Insuficiência Respiratória
- Tipos de Oxigenoterapia – Baixo e Alto Fluxo
- Manejo do Ressuscitador Manual
- Aspectos técnicos da Ventilação Mecânica
- Aspectos práticos da Ventilação Mecânica
- INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRPA)
Define-se como IRpA a incapacidade do sistema respiratório, desenvolvida agudamente, em promoves adequadamente as trocas gasosas, ou seja, oxigenação e eliminação de gás carbônico. Em um paciente respirando ar ambiente, definimos gasometricamente IRpA quando:
- PaO2 <60 mmHg (ou SpO2 < 90%), associado ou não a
- PaO2 >50 mmHg (exceto para pacientes retentores crônicos de gás carbônico).
- Sintomas da (IRpA)
Respiratórios | Taquipnéia, Dispneia, Palidez ou Cianose |
Cardiovasculares | Taquicardia, eventualmente Arritmias, Hipertensão Arterial, Vasoconstrição Periférica |
Neurológicos | Agitação ou Sonolência, Desorientação, Confusão, Cefaleias. |
Quadro 1. Sintomas da IRpA.
- Sinais Físicos da IRpA
[pic 1]
Figura 1 – Sinais físicos que evidenciam aumento do trabalho respiratório.
- OXIGENOTERAPIA
Oferta de oxigênio (Fio2) acima do ar ambiente (21%) com o objetivo de reverter a hipoxemia e através disto aliviar a sobrecarga cardiovascular e impedir a hipóxia tecidual.
- Sistemas de liberação de Oxigênio
Baixo Fluxo – liberam o oxigênio em taxas de fluxo mais baixas do que a demanda normal de fluxo do paciente. Logo permitem a diluição com o ar ambiente e a oferta de oxigênio vai variar conforme demanda.
Alto Fluxo – liberam oxigênio em taxas de fluxo superiores a demanda de fluxo inspiratório do paciente. Logo não permitem a mistura com ar ambiente mantendo a oferta de oxigênio sempre fixa.
Com reservatório – incorporam um, mecanismo de coleta e armazenamento de oxigênio entre as inspirações do paciente. Uma vez que isso reduz a diluição aérea, conseguem fornecer altas taxas de oxigênio.
- Sistemas de baixo fluxo
Cateter (Pronga) Nasal – insere-se uma pronga nasal nas narinas e o oxigênio é administrado por um cateter om 100% de O2. As vias aéreas servem como reservatório para a mistura de gases. A FiO2 depende do fluxo na parede, do volume corrente, da frequência respiratória, do padrão respiratório. Como regra prática a FiO2= (L/min parede x4) + 21, com máximo de 6 litros. Não existe evidências que indiquem a necessidade de umidificação em sistemas que empregam fluxos inferiores a 5L/min.
[pic 2]
Figura 2 – A) Cateter nasal. B) Máscara facial simples.
- Sistemas de alto fluxo
Máscara de Venturi – um adaptador a jato entre a máscara e a fonte de oxigênio permite, através dos adaptadores específicos, controlar a FiO2. O sistema Venturi caracteriza-se pelo princípio de Bernouili ou do arrastamento. Nesse mecanismo a oferta de oxigênio é fica, e pouco influenciada pelo fluxo da parede.
[pic 3]
Figura 3 – Sistema Venturi.
FiO2 (%) | Fluxo Parede (l/min) | Relação Ar/O2 | Fluxo Entrega |
24 | 3 | 25:1 | 80 |
28 | 6 | 10:1 | 67 |
31 | 8 | 8:1 | 63 |
35 | 12 | 5:1 | 67 |
40 | 15 | 3:1 | 62 |
50 | 15 | 1:1 | 41 |
Tabela 1 – Comparação entre Válvula de Venturi.
- Com reservatório
Máscara Facial com Reservatório (Hudson) – há dois tipos, o com reinalação parcial (permite que o gás exalado retorne ao reservatório de O2) e o sem reinalação (possui válvulas unidirecionais que não permitem o retorno do gás exalado para o reservatório). O primeiro tipo fornece FiO2 de 60 – 80% e o segundo de 100%. Os fluxos de parede devem ser regulados acima de 5l (para manterem o reservatório cheio e impedirem reinalação excessiva) até 12 l (limite máximo de enchimento do reservatório).
[pic 4]
Figura 4 – A) Máscara de reinalação parcial. B) Máscara de não-reinalação.
- Toxidade do oxigênio
A toxidade do oxigênio afeta, sobretudo, os pulmões e o sistema nervoso central (SNC). Dois fatores principais determinam os efeitos nocivos do oxigênio: a FiO2 e o tempo de exposição. Os efeitos sobre o SNC tendem a ocorrer somente na terapia hiperbárica, já sobre os pulmões podem ocorrer com níveis clínicos de O2.
TEMPO DE EXPOSIÇÃO (HORAS) | RESPOSTA FISIOLÓGICA |
0 – 12 | Função pulmonar normal Traqueobrnquite Dor torácica subesternal |
12 – 24 | Diminuição da capacidade vital |
24 – 30 | Diminuição da complacência pulmonar Aumento do P (A-a) O2 Diminuição da PO2 no exercício |
30 - 72 | Diminuição da capacidade de difusão |
Quadro 2 – Resposta fisiológica à exposição de 100% de O2, adaptado de Jenkinson.
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