A Investigação De Medicamentos Utilizados No Tratamento Da Depressão Pós-Parto
Por: caroliineras1 • 11/6/2023 • Monografia • 7.640 Palavras (31 Páginas) • 78 Visualizações
Trabalho de Conclusão de Curso (2018/B)[pic 1]
Curso de Farmácia
INVESTIGAÇÃO DE MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO
Ana Caroline Ramos da Silva [1]
Adalberto Alves de Castro [2]
Resumo: A depressão pós-parto pode surgir por inúmeros fatores distintos, sendo considerados os de maior importância, fatores biológicos, psicológicos e sociais. O presente trabalho tem por finalidade, por meio de revisão bibliográfica, indagar quais os medicamentos mais utilizados e os impactos que esses podem trazer para a depressão pós-parto. A literatura mostra que a depressão no período após o parto, não afeta só a mãe como também no desenvolvimento infantil. Contudo tratamentos alternativos e farmacoterapêuticos com antidepressivos tem se mostrado eficaz na prevenção de depressões pós-parto. Em relação aos possíveis danos que o uso abusivo desses fármacos pode trazer aos seus usuários, torna-se imprescindível a participação do Farmacêutico, alertando sobre as possíveis reações adversas, interações medicamentosas e adesão ao tratamento.
Palavras-chave: Antidepressivos. Depressão pós-parto. Desenvolvimento infantil. Medicamentos. Reações adversas. Pré-natal.
INVESTIGATION OF MEDICATION USED IN THE POSTPARTUM DEPRESSION TREATMENT
Abstract: Postpartum depression can arise from a number of distinct factors, being considered the most important, biological, psychological and social factors. The purpose of this study is to review the most commonly used drugs and their impact on postpartum depression through bibliographic review. The literature shows that depression in the postpartum period affects not only the mother but also child development. However, alternative and pharmacotherapeutic treatments with antidepressants have been shown to be effective in preventing postpartum depression. Regarding the possible damages that the abusive use of these drugs can bring to its users, it becomes essential the participation of the Pharmacist, alerting about the possible adverse reactions, drug interactions and adherence to the treatment.
Keywords: Anti-depressive. Postpartum depression. Child Development. Medication. Side effects. Pre-natal.
Introdução
A depressão é considerada um grande problema de Saúde Pública no Brasil, somando aproximadamente 5% da população em geral, e tendo um predomínio maior em mulheres. A Depressão Pós-Parto (DPP) tem prevalência entre 10 a 15%, e é descrita como um conjunto de sintomas dando início entre a quarta e a oitava semana após o parto. Menos de 25% das puérperas acometidas tem acesso ao tratamento, sendo que somente 50% dos casos de depressão pós-parto são diagnosticados na clínica diária. No período pós-parto podem ocorrer mudanças de humor que são designadas como: tristeza materna, depressão pós-parto e psicose materna. O que as difere é o tempo e a intensidade dos sintomas (DUNNINGHAM, OLIVEIRA, 2015). O impacto da depressão pós-parto para interação mãe-bebê, tem se tornado alvo de diversas pesquisas, examinando questões teóricas e estudos empíricos a seu respeito. Analisam-se as características da depressão pós-parto e fatores de riscos associados à sua circunstância. Em particular, abordam consequências do estado depressivo da mãe para qualidade da relação com o bebê e, assim sendo para o desenvolvimento posterior da criança. Preconiza-se que a depressão pós-parto afeta a qualidade da interação mãe-bebê, em particular no que se refere ao prejuízo na responsabilidade materna. Em contrapartida, revela que os efeitos da depressão da mãe no contato com o bebê dependem de uma série de fatores, o que não possibilita a realização de um prognóstico baseado em fatores isolados (SCHWENGBER, PICCININI, 2003). A fim de prevenir situações adversas possivelmente decorrentes do processo gestacional, o pré-natal psicológico (PNP) é um grande aliado a prática complementar ao pré-natal tradicional, voltado para maior humanização no desenvolvimento da gravidez. Defende-se que a assistência psicológica na gestação, por meio da utilização do PNP, é um indispensável instrumento psicoprofilático que deve ser executado como uma política pública em meios da saúde (ALMEIDA, ARRAIS, 2016). A grande prevalência de depressão pós-parto encontrada constata seu significado como problema de saúde pública, impondo estratégias de prevenção e tratamento. A assistência das puérperas, em especial as de baixa renda, podem prevenir problemas significativos pessoais e familiares que decorrem da DPP (DUNNINGHAM, OLIVEIRA, 2015). Avaliação precoce da depressão durante a gestação é considerada de grande importância. Uma vez diagnosticado o quadro depressivo da gestante, favorece a realização de intervenções, sendo considerado como objetivos principais o de apoia-la neste momento de transição. O diagnóstico da mãe após o nascimento do bebê viabiliza a realização de intervenções multidisciplinares logo após os sintomas serem detectados. Assim sendo, profissionais que atuam na área da saúde precisam estar atentos para intervenções que tragam benefícios a relação mãe-bebê. Considera-se que os primeiros meses após o parto caracterizam um período sensível para realização de intervenções com esse objetivo, tendo em conta a gama de sentimentos pelo qual a mãe passa após o nascimento do bebê. A ação preventiva das equipes ligadas a saúde nesse período, pode proporcionar à nova mãe o apoio de que necessita para enfrentar possíveis episódios de depressão. Além disto, o atendimento precoce a mãe deprimida possibilita a prevenção da interação negativa com o bebê, o qual pode transportar grandes repercussões para o seu desenvolvimento posterior (SCHWENGBER, PICCININI, 2003). Em alguns casos de DPP é necessário a intervenção de tratamentos farmacológicos. Atualmente existem relatos que mostram os efeitos que alguns medicamentos como os antidepressivos podem causar no desenvolvimento infantil. Encontra-se casos mostrando possíveis efeitos colaterais em crianças cujos níveis séricos foram medidos, apresentando irritabilidade, dificuldades com o sono e alimentação e até perda de peso (WEISSMANN et al., 2004).
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