A STRONGILOIDÁISE DISSEMINADA
Por: CIDA1209 • 5/9/2018 • Seminário • 621 Palavras (3 Páginas) • 243 Visualizações
STRONGILOIDÁISE DISSEMINADA
A estrongiloidíase é uma verminose causada pelo nematoide (helminto) Strongyloides stercoralis, este parasita costuma habitar o intestino delgado dos indivíduos infectados e, na maioria dos pacientes com sistema imunológico sadio, não provoca sintomas relevantes. A infecção humana ocorre quando há penetração da pele por larvas filarioides de Strongyloides stercoralis, geralmente por contato direto com o solo contaminado por fezes humanas.
Além da invasão da pele, a estrongiloidíase também pode ser adquirida pela via oral, através da ingestão de água contaminada ou quando o paciente ingere alimentos preparados por mãos infectadas, não adequadamente lavadas após uma evacuação. Após a penetração na pele, as larvas migram para os pulmões. Uma vez nos pulmões, elas migram em direção à parte superior das vias aéreas, sendo inconscientemente engolidas ao chegarem próximos à faringe, caindo no sistema gastrointestinal, quando chegam ao intestino delgado, as larvas amadurecem e evoluem exclusivamente para a forma de fêmeas adultas. As novas larvas são excretadas juntos com as fezes, reiniciando o ciclo de transmissão o verme.
O Strongyloides stercoralis é o único helminto capaz de completar seu ciclo de vida dentro do seu hospedeiro. Nem todas as larvas nascidas no intestino serão excretadas nas fezes. Algumas delas conseguem penetrar a mucosa do cólon ou a pele da região perianal e retornar à circulação sanguínea, indo em direção aos pulmões. Deste modo, o paciente fica se auto-infectando, tornando possível a perpetuação da parasitose.Em pacientes com sistema imunológico intacto, esse ciclo de auto-infecção é limitado. Todavia, se o paciente for imunodeprimido, pode haver processo de auto-infecções maciças, provocando um quadro de hiperinfecção pelo Strongyloides stercoralis e estrongiloidíase disseminada.
A estrongiloidíase disseminada é aquela que o verme consegue acometer órgãos extra-intestinais, como o sistema nervoso central, coração, trato urinário, glândulas, etc. Todos os órgãos e tecidos podem ser invadidos. Este estado mais grave desta parasitose acomete pacientes em tratamento com imunossupressores e se agrava em pacientes que fazem uso de doses elevadas de corticosteroides.
O artigo de revisão aborda prós e contras no diagnóstico e tratamento da estrongiloidíase disseminada.
DIAGNÓSTICO
O primeiro diagnóstico para a estrongiloidíase disseminada é a suspeição clínica ( sangramento gastrintestinal e pulmonar decorrente da hiper-infecção) que pode ser confirmada através do exame baseado no achado de larvas nas fezes.
Pontos Positivos para o diagnóstico: Possibilidade de diagnosticar através da suspeição clínica e confirmação com diagnóstico eficaz através do exame de fezes.
Pontos negativos: Dificuldade em detectar a presença do helminto em exames laboratoriais, doença assintomática na fase inicial dificultando a suspeição clínica da doença.
TRATAMENTO
O melhor tratamento seria identificar pacientes de alto risco infectados pelo parasita e iniciar o tratamento com helmínticos antes do tratamento com imunossupressores, porém estudos vem observando a baixa eficácia desta profilaxia, talvez pela baixa eficiência do albendazol ou tiabendazol em pacientes imuno-comprometidos. Estudos vem sendo realizados com o uso de ivermectina por via oral como tratamento de escolha em pacientes diagnosticados com strogiloidíase disseminada. Essa medicação está sendo muito bem tolerada e demostrando alta eficiência na erradicação das larvas se comparado ao tiabendazol e ao albendazol, sendo os efeitos colaterais bem menores. Sendo assim o uso da ivermectina pode vir a substituir o albendazol no tratamento desta parasitose, porém fatores como lesões nos vasos linfáticos intestinais e na mucosa intestinal causados pelo próprio parasita prejudicam o uso da ivermectina.
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