CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO OBTIDO DE FOLHA DA Persea americana
Por: Gabriela Záttera • 21/11/2016 • Artigo • 2.572 Palavras (11 Páginas) • 599 Visualizações
CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO OBTIDO DE FOLHA DA Persea americana
Ana Caroline da Costa
Cristiane Cristina de Lima
Gabriela Záttera
1. INTRODUÇÃO
A Persea americana Mill, mais conhecida como abacate mexicano, é uma planta nativa do México e da América Central, sendo encontrada principalmente em países tropicais. O abacateiro, como é igualmente chamado, pertence à família Lauraceae (MARQUES, 2001); (ADEYEMI et al., 2002); (LEE et al., 2012); (ODO et al., 2013).
Para a produção agrícola, se utiliza o abacate pertencente a duas espécies do gênero Persea, que são divididas em três variedades botânicas: Persea americana Miller var. Americanos, que correspondem às espécies das Índias Ocidentais; Persea americana Miller var. Drymifolia, que correspondem às espécies mexicanas; e Perseanubigena Miller var, Guatemalensis, espécies da Guatemala (KOLLER, 1992).
O abacateiro é uma planta arbórea, que possui galhos abundantes e varia de 8 a 20 metros de altura quando adulta. Além disso, possui uma copa ampla com flores pequenas, branco-amareladas do tipo cacho e folhas de face superior brilhante e inferior fosca, grandes, simples, oblongas e alternas, podendo ser mais avermelhadas quando novas. Origina um fruto comestível de cor verde-amarelada em forma de drupa esférica ou piriforme (ALONSO, 2004); (YAMASSAKI, 2010).
De acordo com Alonso (2004) e Borella (2009), as folhas exalam odor de aniz quando maceradas e delas são extraídas o óleo essencial, que tem elevado teor de metil chavicol, utilizado como aromatizante de alimentos. O chá, feito com as folhas da planta, combate problemas renais, razão pela qual é usado como diurético. A infusão feita com as folhas, por sua vez, tem propriedades calmantes (MARQUES, 2001).
Consoante com estudo feito por Owolabi et al. (2005), o extrato aquoso das folhas tem ação vaso-relaxante na aorta de ratos, além de diminuir a hipertensão arterial e apresentar efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, hipoglicemiantes, antidiabéticos e anticonvulsivantes. Por outro lado, o extrato metanólico das folhas de Persea americana tem potencial antioxidante (ASAOLU et al., 2010), (ADEYEMI et al., 2002), (BRAI, et al., 2007); (LIMA et al., 2012);(YAMASSAKI, 2010). Já o extrato hidroalcoólico demonstrou, por meio de pesquisas, maior potencial antioxidante quanto comparado ao extrato polissacarídico da mesma planta. Isso se deve, possivelmente, pela maior concentração de compostos fenólicos totais naquele extrato (YAMASSAKI, 2010).
Por outro lado, as folhas de abacate constituem um ingrediente natural que, aparentemente, pode ser usado como um medicamento tradicional (BRAI, et al., 2007). No entanto, seu uso é baseado em provas empirícas sem o conhecimento de qual metabólito exerce o papel funcional na cura de doenças.
Sabe-se que as propriedades medicinais de determinada planta se devem à presença de certos metabólitos em seus constituintes. Portanto, o presente trabalho visa avaliar quais os metabólitos secundários presentes nas folhas de Persea americana Mill por meio de testes qualitativos em extrato alcoólico.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Geral
A triagem fitoquímica foi realizada no laboratório de Química Orgânica, Farmacognosia e Fitoquímica da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), campus de Cascavel, Estado do Paraná, Brasil. Utilizou-se, para a triagem, os reagentes e vidrarias próprias do laboratório da Universidade.
2.2 Coleta do material vegetal
Folhas de Persea americana Mill foram coletadas em 24 de abril de 2016 na Rua Lucas José de Souza, Cascavel, Paraná, Brasil (Latitude de -24.9773617 e Longitude de -53.4300847), contabilizando o peso de 850 gramas de material. Uma amostra da planta foi separada para a preparação de uma exsicata. Após a secagem, as folhas foram trituradas em um moinho de martelos.
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2.3 Preparação do extrato bruto
Folhas secas trituradas (20 g) foram misturadas com etanol (10% (m/v) para preparação do extrato bruto. A extração se deu por turbólise durante 15 minutos, divididos em intervalos de 3 minutos (um intervalo sob turbólise e um intervalo com pausa no processo). Em seguida, o extrato bruto (EB) foi filtrado e concentrado em rotaevaporador sob pressão reduzida.
2.4. Testes fitoquímicos
Os testes padronizados para pesquisa de alcalóides, aminoácidos, proteínas, catequinas(flavanas), taninos, carboidratos redutores e polissacarídeos seguem a metodologia desenvolvida por Jacomini e Panizon (2016).
2.5. Testes para alcalóides
No teste para alcalóides redissolveu-se alguns miligramas do EB em 8 mL de ácido clorídrico a 5%. Separou-se 4 porções de 2 mL em 4 tubos de ensaios aos quais se adicionou, respectivamente: 5 gotas do Reagente Dragendorff - sol. A+B no tubo 1, no qual o surgimento de coloração vermelho-tijolo indica reação positiva; 5 gotas do Reagente de Mayer no tubo 2, no qual a aparição de precipitado esbranquiçado indica reação positiva; 5 gotas do Reagente de Bertrand no tubo 3, no qual o surgimento de precipitado esbranquiçado indica reação positiva; e 5 gotas do Reagente de Bouchardat no tubo 4, no qual a observação de precipitado vermelho-tijolo indica reação positiva.
2.6. Teste para Aminoácidos e proteínas
No teste para aminoácidos e proteínas utilizou-se a Reação da Ninidrina, na qual redissolveu-se alguns miligramas do EB em 2 mL de água destilada. Em seguida, aplicou-se gotas dessa solução aquosa em papel filtro até formar um halo de 1 cm de diâmetro. Sobre a mancha, juntou-se 2 gotas do reativo de Ninidrina a 1%. O papel filtro foi aquecido na estufa a 100ºC por, aproximadamente, 3 minutos. O surgimento de coloração violeta ou azul persistente indica reação positiva.
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