DOSAGEM DE METEMOGLOBINA NO ESPECTOFOTÔMETRO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE TOXICOLOGIA

CURSO DE FARMÁCIA

DISCIPLINA DE TOXICOLOGIA CLÍNICA

PROFESSORA NATÁLIA BRUCKER

Dosagem de Metahemoglobina Espectofotométrica

CAROLINI KUNZ DE OLIVEIRA

LAÍS MAINARDI DOS SANTOS

VINICIUS COSTA PRADO

Santa Maria, 2015

Dosagem de metahemoglobina espectofotométrica

Introdução

 A metahemoglobinemia é uma condição clínica originada pela conversão excessiva da hemoglobina em metahemoglobina , que é incapaz de ligar-se e transportar Oxigênio. Essa condiçãoé formada quando o Ferro da molécula heme é oxidado do estado ferroso (Fe2+) para o estado férrico (Fe3+).

A metahemoglobinemia ocorre quando a hemoglobina é oxidada em uma velocidade maior que a capacidade enzimática normal para a redução da hemoglobina. Certos indivíduos com capacidade enzimática prejudicada para a redução da hemoglobina podem ser susceptíveis a um stress oxidativo leve. Numerosos agentes podem ser responsáveis por esta oxidação. Os mais freqüentemente encontrados são: Anilina, Benzocaína,Cloratos,Cloroquina,Dapsona, Solo e superfície aquática contaminados por nitratos, Nitratos, Nitritos, Nitrofenol, Fenazopiridina, Primaquina.

Materiais e Métodos

Princípio do método

A quantidade de metahemoglobina na amostra pode ser determinada através de sua absortividade a 632 nm (A1). Adicionando-se ferricianeto ocorre oxidação do Fe2+ da hemoglobina à Fe3+( com subsequente formação de metahemoglobina), o que possibilita a leitura da hemoglobina total no comprimento de onda 632 nm (
A2), e determinação da proporção de metahemoglobina presente na amostra em relação a hemoglobina total. O íon cianeto é utilizado para a produção de cianometahemoglobina, complexo não mensurável no comprimento de onda utilizado, sendo a leitura obtida (A3 e A4) considerada como a dos interferentes na amostra.

Método

Foram coletados 5mL de sangue com heparina, que foi mantido em geladeira. O procedimento consiste no pré-tratamento da amostra, através de um tamponamento e a ocorrência de hemólise.

Em um tubo de ensaio foram adicionados:

• 0,6 mL de sangue;
• 1,65 mL de água destilada;
• 0,75 mL de tampão fosfato;
• 37 uL de Triton X- 100;

Levou-se ao vórtex durante 1 min em velocidade máxima.O tampão fosfato e o Triton X-100 são adicionados para que ocorra a hemóliseliberando a hemoglobina.

Em outros dois tubos foram adicionados: 2,1 mL da amostra tratada( tubo 1) e 0,28 mL de amostra tratada + 3,08 mL de ferricianeto tamponado (tubo 2).

As absorbâncias foram lidas em 632nm, zerando o espectrofotômetro contra ar. Leu-se tubo 1 (A1) e, em seguida, adicionou-se 87,5 uL de solução de cianeto na cubeta de leitura. Determinou-se novamente a absorbância(A3).

Leu-se o tubo 2 (A2) e, em seguida, adicionou-se 140uL de solução de cianeto na cubeta de leitura. Determinou-se novamente a absorbância (A4).

Reações que ocorreram nas cubetas:

A1: Metahemoglobina presente na amostra (+ interferentes).

A2: Hemoglobina total da amostra (100% MetaHb) (+interferentes).

A3: Metahemoglobina de A1 convertida em cianometahemoglobina.

A4: Metahermoglobina de A2 convertida em cianometahemoglobina.

Manifestções clínicas

A metahemoglobinemia é caracterizada por cianose na ausência de doenças cardíacas ou pulmonares, refratária a administração de Oxigênio. Uma cianose acinzentada característica é observada quando os níveis de metahemoglobina excedem 1,5 g/dL, 10% do total de hemoglobina de um indivíduo normal. Neste nível, o paciente pode estar assintomático.

Os sintomas estão relacionados com a diminuição da oxigenação e incluem cefaléia, fraqueza, taquicardia e dificuldade respiratória, evoluem progressivamente com concentrações de metahemoglobina superiores à 20%. Concentrações > 50% resultam em hipóxia grave e depressão do SNC e concentrações > 70% podem ser incompatíveis com a vida. Amostras de sangue de pacientes com mais que 15% de metahemoglobinemia apresentam um cor marrom-chocolate que não se modifica quando exposta ao ar.