Doenças parasitaria e tropicais negligênciadas
Por: Guilherme Henrique • 22/4/2015 • Trabalho acadêmico • 6.029 Palavras (25 Páginas) • 413 Visualizações
1- INTRODUÇÃO
Doenças tropicais são doenças infecciosas e parasitárias, em geral, causadas por agentes infecciosos ou parasitas( vírus, bactérias, protozoários) e a pobreza está diretamente relacionada com a ocorrência de doenças tropicais negligenciadas (DTNs). (2014, BRASIL)
As doenças negligenciadas são um grupo de doenças tropicais endêmicas com maior ocorrência e maior carga em regiões tropicais e subtropicais e com menores índices de desenvolvimento humano (IDH) como África, Ásia e América Latina.(2009, LINDOSO e LINDOSO) Elas são encaradas como ¨negligenciadas ¨ devido ao grau mais baixo de financiamento e pesquisa , assim como a atenção que recebem em comparação com malária, HIV/AIDS e tuberculose.(2014, BAYER)
Dengue, esquistossomose, filariose, doença de chagas, hanseníase, leishmaniose, malária, tuberculose, raiva, hepatites e febre amarela compõe o grupo das principais doenças tropicais negligenciadas no mundo.(2012, VASCONCELOS)
As doenças tropicais causam subnutrição e anemia, complicações na gravidez, cegueira, deformações e, nas crianças, atrasos no crescimento físico e cognitivo. Apesar de não causarem morte imediata, as doenças provocam incapacidade e menor peso à nascença, menor frequência escolar, menor produtividade dos trabalhadores, e menor qualidade de vida, ou seja, é um fator social.(2013, CONNELL)
Para algumas das DTNs, especialmente aquelas com um maior índice de morte como a doença do sono, a doença de chagas, a leishmaniose, o controle ou erradicação destas doenças só vai ser alcançável com um maior compromisso à investigação e desenvolvimento. (2012,FERREIRA)
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2- DESENVOLVIMENTO
2.1 MERCADO FARMACÊUTICO FRENTE ÁS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS
Muitas pesquisas têm sido feitas relacionadas à ocorrência e tratamento das DN entretanto a maioria não é convertida em avanços técnicos e farmacêuticos propriamente ditos devido a notável falta de interesse do mercado farmacêutico mundial justificado pelo baixo retorno econômico que essas doenças representam. Exemplos contundentes dessa situação: Um artigo publicado na revista Lancet, apontou que entre 1975 e 2004, foram registrados 1.556 medicamentos sendo que destes apenas 21 foram registrados para doenças negligenciadas, infelizmente esse é apenas um dos inúmeros exemplos que comprovam o descaso das DN mesmo que representem boa parte da carga global de doenças.
Os países em desenvolvimento, que representam 80% da população mundial, respondem por apenas 20% do mercado de medicamentos. E ainda, menos de 1% dos mais de 1300 novos medicamentos desenvolvidos nos últimos vinte e cinco anos foram destinados a essas doenças. Segundo a OMS, aproximadamente 90% das DN podem ser tratadas com medicamentos que são administrados apenas uma ou duas vezes por ano, de baixo custo, apesar disso os esforços por parte das empresas de fármacos são ínfimos. (2013 CAMARGO; et al)
2.2 PREVENÇÃO E CONTROLE DAS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS
Mesmo que sejam inúmeras as pesquisas relacionadas às DN, muitas dificuldades são encontradas para o desenvolvimento de tecnologias e produtos para combate-las. O bom desempenho in vitro das novas classes de compostos identificadas para tratar a Esquistossomose, a eficácia das terapias combinadas para o tratamento da tuberculose e leishmaniose e a obtenção de formulações contendo fármacos tecnologicamente modificados para tratar a doença de chagas são resultados promissores das pesquisas direcionadas a essas enfermidades dos países em desenvolvimento.
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Os dados da literatura também revelaram que as vacinas, que seguem em diferentes estágios de desenvolvimento, são armas que, em pouco tempo, poderão ser utilizadas na prevenção dessas doenças, mas enquanto são aguardadas. A melhor e mais simples medida para controlar a situação epidemiológica dessas doenças é melhorando as condições de saneamento básico e orientando a população sobre a forma de combate à proliferação dos vetores e agentes que as causam.
2.3 AS PRINCIPAIS DOENÇAS PARASITÁRIAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS :
2.3.1 HANSENÍASE
A hanseníase conhecida por esse nome desde 1976 é uma doença infecciosa e contagiosa causada pela Mycobacterium leprae, também conhecida como bacilo de Hansen (2014,BRASIL).
A hanseníase é basicamente uma doença cutânea, mas que pode afetar também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. Embora se pudesse imaginar que a bactéria penetrasse através da pele, o provável é que a transmissão se dê pela secreção e pelo ar que saem das vias aéreas superiores e por gotículas de saliva.(2014, REIS)
Hanseníase não é uma doença muito contagiosa sua instalação e desenvolvimento dependem da resposta do organismo invadido pela bactéria.O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo. Pode variar entre três a cinco anos, sua primeira manifestação consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçada, em qualquer região do corpo. Placas, caroços, inchaço, fraqueza muscular e dor nas articulações podem ser outros sintomas. (2013, ARAGUAIA)
A hanseníase pode causar deformações em regiões, como nariz e dedos, e impedir determinados movimentos, como abrir e fechar as mãos. Além disso, pode permitir que determinados acidentes ocorressem em razão da falta de sensibilidade nessas regiões.(2013, ARAGUAIA)
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SINAIS E SINTOMAS
Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade;
Área de pele seca e com falta de suor;
Área da pele com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas;
Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade;
Sensação de formigamento (Parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber.
Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés.
Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
Úlceras de pernas e pés.
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