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ERROS DE MEDICAÇÃO EM FARMÁCIA HOSPITALAR E ERROS DE ADMINISTRAÇÃO NAS ENFERMARIAS

Por:   •  15/1/2016  •  Monografia  •  6.583 Palavras (27 Páginas)  •  414 Visualizações

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ERROS DE MEDICAÇÃO EM FARMÁCIA HOSPITALAR E

ERROS DE ADMINISTRAÇÃO NAS ENFERMARIAS

Resumo

Este trabalho revisa apresenta e discute os problemas relacionados aos acidentes envolvendo medicamentos, da prescrição ao uso, as etapas críticas e estratégias para minimizá-los. Os medicamentos são reconhecidos, em sua maioria, como eficazes, minimizando sofrimentos e curando pessoas, porém, quando utilizados de maneira inadequada podem representar riscos à saúde.              

Portanto, os serviços de saúde devem priorizar a segurança do usuário, visando à redução dos acidentes previsíveis com os medicamentos. Acidentes com medicamentos são todos os incidentes, problemas ou insucessos, previsíveis ou não, produzidos ou não por erro, conseqüência ou não de imperícia, imprudência ou negligência, que ocorrem durante o processo de utilização dos medicamentos, causem estes eventos danos, ou não, ao paciente.   Podem ser classificados como “reações adversas” e “erros de medicação”. Considerando que maioria dos erros de medicação ocorre no estágio de prescrição do medicamento, a adoção de sistemas de prescrição eletrônica de medicamentos, com suporte à decisão clínica, pode reduzir significativamente os eventos adversos relacionados aos medicamentos, melhorando a qualidade e a eficiência do tratamento farmacológico, com redução de custos para o sistema de saúde. Erros com medicamentos são mundialmente freqüentes, acarretando potencial de risco aos pacientes, e ocorrem devido a múltiplos fatores (características dos pacientes, despreparo dos profissionais de saúde, falhas nos sistemas de atendimento à saúde, insuficiente formação graduada e educação continuada dos diferentes profissionais, polifarmácia, uso de preparações injetáveis, automedicação e outros). No sentido de prevenir ou minimizar sua ocorrência e as possíveis conseqüências aos pacientes, enfatizam-se posturas e estratégias, mais coletivas que individuais.

Palavras-chaves:Erros de medicação:Erros de dispensação;Farmácia hospitalar;Erros de administração nas enfermarias.

Introdução

Quando se trata de erros de medicação, trata-se de um assunto delicado. Pesam sobre ele estigmas, preconceitos, medos e maldiçoes principalmente desinformação, a maioria prefere não se pronunciar sobre o assunto. Acham que o melhor a fazer e mergulhar as palavras num poço de silencio. Medicação, o ato de medicar e um termo vasto que abrange a prescrição, a dispensação e a administração de medicamentos. Existem vários livros, trabalhos de mestrados e doutorados que revelam uma assustadora complexidade ao assunto. Erros de medicação existem no mundo inteiro, e segundo os especialistas, é em geral impossível eliminá-los completamente.                     Porem pode ser diminuído. E mais; carecem de políticas publicas de prevenção e de combate urgentemente. O assunto precisa mesmo e ser encarado, pelas autoridades sanitárias, profissionais e todos aqueles que lidam direta e indiretamente com o problema. O Dr. Tarcisio Palhano, Farmacêutico-Bioquiminco pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (U.F.R.N) com especialização em Farmácia Clinica pela Universidade do Chile,em 1978,é um estudioso de erros de medicação,foi quem implantou o primeiro serviço de Farmácia Clinica e o primeiro;Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM) no Brasil.

Durante dose anos, Dr. Tarcisio Palhano, Farmacêutico-Bioquímico, foi o diretor da farmácia do Hospital Universitário Onofre Lopes, referente a Universidade Federal do Rio Grande do Norte.Como professor,pregava insistentemente aos seus alunos que ali estagiavam um principio farmacêutico de que o profissional não pode prescindir.”O ato de dispensação é uma prerrogativa inalienável do farmacêutico.Para fazer isso com qualidade e respaldo técnico que o ato impõe,é preciso que ele analise a prescrição.Esta analise possibilita que se identifique erros”.Salientou que isso de fazer parte do dia-a-dia do farmacêutico,qualquer que seja a farmácia em que ele atua,hospitalar ou comunitária.E acrescentou:”Mas este ato do farmacêutico e confundido principalmente pelo medico,com uma invasão ou uma interferência  na prescrição,quando na verdade,é apenas um desdobramento de suas ações” (BRANDÃO,2005).

Por defender suas posições, foi convidado pelo chefe do Departamento de Medicina Clinica do Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para uma reunião com professores médicos dos seus vários departamentos. O pessoal da Medicina queria que o Dr.Palhano falasse sobre aquilo que defendia e sobre tantos erros de prescrição que vinha encontrado, levou junto á reunião outros colegas farmacêuticos da casa. E ali sustentou em bom tom, que os farmacêuticos não poderiam abrir mão do seu direito de analisar a prescrição. Disse ainda que diante de uma duvida,deveriam esclarecê-la junto aos próprios prescritores.”Agir em contrario e infringir o nosso Código de Ética”,declarou.A conversa do Dr.Palhano com os professores médicos foi intensa.Mas com argumentações e provas que reuniu,ele foi derrubado uma a uma as barreiras.O farmacêutico teve o cuidado de catalogar e apresentar centenas de receitas com prescrições erradas.Depois da palestra,foi convidado pelo professor de Medicina Clinica Francisco de Assis de Lima a ministrar aulas para os concluintes do ultimo semestre do curso de medicina sobre erros em prescrições medicas dentro da disciplina;Estagio Supervisionado em Medicina Clinica por ele coordenada.

O Dr.Tarcisio Palhano lembra que o que dá origem ao erro é a letra do medico. Das prescrições com problemas que ele conseguiu reunir, a maioria trazia nome de medicamentos que davam margens a confusões com outros nomes, um exemplo com nomes genéricos numa grafia ruim: Clorpromazina confundido como Clorpropamida, Triazol (Fluconasal) e Triatop (Cetoconazol) (BRANDÃO, 2005).

O conceito de medicamento como agente de cura já era associado ao seu potencial de dano pelas civilizações arcaicas da Mesopotâmia e Egito. O termo shêrtu, que aparece nos manuscritos da época, tem significado simultâneo de doença, pecado ou castigo divino. Somente através de uma operação de catarse, em que era atribuído um conteúdo mágico ao medicamento, o indivíduo alcançaria a purificação de seus pecados e o restabelecimento da saúde por intervenção dos deuses (Weatherall, 1990).

Estes conceitos influenciaram o entendimento sobre a patologia e a terapêutica durante muitos séculos e persistem, em alguns aspectos, até nossos dias. A própria palavra fármaco teve origem a partir do termo grego pharmak, que significa “aquilo que tem o poder de transladar as impurezas”. Entre os gregos, vítimas dos sacrifícios oferecidos aos deuses eram chamadas de pharmakó, e o alimento utilizado durante as cerimônias de comunhão,phármakon. Essa última palavra passou a integrar a terminologia médica grega e chegou até nossos dias com o nome de fármaco. Para os gregos, phármakon era aquilo que poderia trazer tanto o bem quanto o mal, manter a vida ou causar a morte (Weatherall, 1990).A concepção do medicamento como  potencial causador de dano também se manifestou durante a Idade Média.

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