A norma e o conceito de erro
Tese: A norma e o conceito de erro. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: josejunior • 10/6/2013 • Tese • 781 Palavras (4 Páginas) • 772 Visualizações
A norma e o conceito de erro
Neste tópico será retomado a discussão do início do capítulo. Como é de conhecimento Saussure dividiu sua teoria em duas partes; a língua, que é o sistema lingüístico, e a fala que é a execução do sistema pelas pessoas.
Mesmo seus conceitos sendo aceitos em meio aos estudiosos há críticos referente a sua teoria,como o romeno Eugenio Coseriu .Em sua crítica ele institui um terceiro nível,que estaria num grau intermediário entre a língua e a fala,que seria a norma.Analisemos o esquema de Coseriu:
PAROLE USAGE
(norma intermediária ou secundária) LANGUE
(sistema funcional)
Fonte: Coseriu, 1962, p.70
Carvalho (2003,p.65) analisando o sistema de Coseriu afirma que a língua seria um conjunto de possibilidades abstratas;a norma ,um conjunto de realizações concretas,de caráter coletivo,da língua;e a fala,a realização individual.A norma ,segundo Coseriu(1962,p70),se refere a convenção estabelecida por uma comunidade através do uso.Como exemplo apontamo9s o pronome tu falado no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina,sendo que no restante do país é utilizado o pronome você.
Leite (199,p.28) qfirma que ,no processo de variação ,duas forças opostas,uma inovadora e outra conservadora.trabalham na construção do discurso.
Assim nascem as gramáticas,atuando como a forma conservadora contra a inovação dos falantes.O problema ocorre na forma que a sistematização que a gramática têm sido feita.
Primeiro ,é eleita a variedade lingüística que é considerada a melhor e se cria uma norma explícita,que se refere apenas a alguns dos possíveis usos ,que sobrepõe às normas implícitas(Leite,1999,p.19) .Essa norma,definida como padrão,passa a ser prescrita como a forma “correta”de usar a língua.O que ocorre é que a gramática normativa apresenta regras que nunca é utilizada no território brasileiro e que não representa a língua falada aqui no Brasil.Exemplo disso é o uso do verbo ter em lugar de haver,usado por autores como Carlos Drummond de Andrade –“no meio do caminho tinha uma pedra”.
Outro exemplo é o uso de próclise dos pronomes átonos em início de frase,e segundo a gramática tradicional,a colocação do pronome antes do verbo não é recomendada quando se inicia a sentença,seja no inicio,seja após uma vírgula.
Outra questão abordada é que a língua falada e a língua escrita são duas instituições diferentes,embora uma complemente a outra.Segundo Gnerre (2003,p.8) “escrever nunca foi e nunca vai ser a mesma coisa do que falar”.O que existe em comum entre as duas formas são a existência de diferentes formatos dependendo do conteúdo e do contexto.
Os diferentes gêneros textuais vão exigir diferentes níveis de formalidade,usos de estrutura e escolhas de vocabulário.
Para Silva(2000,p.22),”esse português padrão prescritivo normativo,idealizado pelos gramáticos,continua,contudo,pairante,pelo menos no ideário e em expectativas de segmentos da sociedade brasileira que,numa atitude anacrônica,mesmo reacionária e preconceituosa,ainda labuta contra a maré da história”.
O papel da escola no ensino da norma padrão
Quando falamos dos fatos lingüísticos,citamos o mito número um de Bagno sobre a crença de que existe unidade na língua portuguesa falada no Brasil.Citaremos outro mito (número sete),apresentado pelo autor,o de que “é preciso saber gramática para falar bem e escrever bem” (Bagno ,2005,p.62) .Bagno aponta este mito um problema muito grave,que reflete no fracasso escolar de grande parte dos jovens,que não conseguem aprender a falar e a escrever bem estudando gramática.
O papel do professor é complicado neste conflito,porque a sociedade,principalmente os pais de alunos,cobra ees ensino da gramática através de regras,da mesma forma que eles foram ensinados,o que não significa que não dominem a língua.
A mídia também reforça esse posicionamento ,como por exemplo em Malhação
...