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O CASO CLÍNICO

Por:   •  28/9/2021  •  Resenha  •  1.517 Palavras (7 Páginas)  •  121 Visualizações

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  1. CASO CLÍNICO
  1. Histórico da Psiquiatria

Com a urbanização no Brasil a pressão imposta pela sociedade sobre as autoridades aumentou sobre as pessoas ditas como alienadas que representavam perigos à sociedade não tivesse mais livre circulação na comunidade local, estabelecendo novos padrões de controle sociais necessários à época (RAIMUNDO, 2004).

Com a independência do Brasil em 1822 e com o êxodo rural, a população começou a reivindicar cada vez mais a retirada dos desocupados e desordeiros das ruas. Com isso eles eram encaminhados mais rotineiramente aos presídios das cidades, e em casos evidentes de problemas mentais eram encaminhados a enfermarias de hospitais da irmandade, porém não recebiam nenhum tratamento médico (RAIMUNDO, 2004).

O primeiro hospício foi fundado em 1841 pelo imperador da época Pedro II, que resolvera “criar um hospital destinado privativamente para tratamento de alienados”, anexo ao Hospital da Santa Casa de Misericórdia da Corte (RAIMUNDO, 2004).

No Brasil, os enfermeiros, passaram a integrar um movimento antimanicomiais e de reforma a psiquiatria, contribuindo para o início do processo de desinstitucionalização no Brasil, evocando a discussão da humanização do tratamento aos pacientes (SILVA et. al, 2000).

  1. Dados clínico e diagnóstico médico

SAV, 53 anos. Paciente apresenta ser ansioso e depressivo, possui dificuldades para dormir, é fumante, tem recorrentes crises psicóticas, onde apresenta delírios, alucinações, e pensamentos suicidas, o mesmo já deu entrada no hospital, porém apresenta abandono de tratamento e por isso possui um grande histórico de internação. O paciente foi diagnosticado com CID 10 - F20.4 (Depressão pós- esquizofrênica), o Médico prescreveu os seguintes medicamentos: Carbamazepina 200 mg (TEGRETOL®) 1 comprimido 2x ao dia às 08:00 e às 20:00 horas; Levomepromazina 100 mg (NEOZINE ®) 1 comprimido 1x ao dia às 20:00 horas; Clonazepam 2 mg (RIVOTRIL®) 2x ao dia, sendo 1 comprimido às 08:00 e 2 comprimidos às 20:00 horas; Diazepam 10 mg (VALIUM ®) 2x ao dia sendo meio comprimido (½) às 08:00 e 1 às 20:00 horas; Nortriptilina 25 mg (PAMELOR®) 2x ao dia 2 comprimido às 08:00 e 1 comprimido às 14:00 horas; Oxcarbamazepina 300 mg (OLEPTAL ®) 2x ao dia 1 comprimido às 08:00 e 1 comprimido às 20:00 horas; e Aripiprazol 10 mg (ARISTAB®) 1 comprimido 1x no dia as 14:00.

  1. Síntese sobre a patologia

A esquizofrenia afeta cerca de 1% da população, ainda tem sua causa específica desconhecida ela possui uma base biológica podendo ser evidenciado pôr alterações na estrutura cerebral, alterações em marcadores de transmissão como dopamina e o glutamato, provocando um desequilíbrio neuroquímico e também os fatores genéticos. É uma das formas mais importantes de doenças psiquiátricas por acometer jovens, costuma ser crônica, e geralmente é incapacitante.

Alguns especialistas apontam estressores ambientais como um dos possíveis potencializadores da doença, em pessoas já vulneráveis a estes transtornos, como predisposição genética, complicações intrauterinas no parto ou pós-parto, infecções virais do SNC, um grande trauma ou negligência na infância. Estes estressores podem ser primariamente farmacológicos (abuso de drogas) ou de caráter social (perda de emprego, empobrecimento, rompimento de um relacionamento).

Os sintomas da esquizofrenia são divididos em sintomas positivos e sintomas negativos. Os positivos podem ser delírios onde os pacientes dizem estar sendo espionados, enganados ou seguidos. Alguns destes delírios não são derivados de experiências normais já vividas, como a retirada de seus órgãos internos sem deixar cicatriz. Ou alucinações que são percepções onde ninguém consegue perceber, podendo ser auditivas, visuais, tateais ou olfatórias. Os sintomas negativos são marcados por pobreza na fala, falta de interesse em se relacionar com outras pessoas, falta de interesse em atividades ou atividades em excesso, transtornos no pensamento e comportamentos bizarros.

A esquizofrenia possui algumas subdivisões, onde vale ressaltar a depressão pós-esquizofrênica, que é caracterizado por um período depressivo prolongado que ocorre no fim de uma afecção esquizofrênica. São percebidos alguns sintomas negativos ou positivos, mas que não dominam o quadro clínico, neste estágio é maior o risco de suicídio. Os pacientes com essa patologia tendem a cometer suicídio tornando assim uma das principais causas de morte prematura dos doentes. O tratamento se baseia em três pilares, a terapia medicamentosa onde são utilizados fármacos antipsicóticos. Os serviços de suporte que permitem aos pacientes a conviverem em comunidade, sendo acompanhados mais próximos por profissionais, promovendo a autonomia dos pacientes. Associado a isso a psicoterapia desenvolve papel fundamental, a fim de diminuir os episódios delirantes, para que os pacientes possam permanecer com suas famílias com um menor risco de recaídas.

  1. Descrição da farmacoterapia com ênfase na farmacocinética e farmacodinâmica
  • Carbamazepina (TEGRETOL®): A carbamazepina é um antiepilético geralmente utilizado em associação com antidepressivo. É uma droga estabilizante de humor cujo o mecanismo é apenas parcialmente elucidado, porém sabe-se que ela bloqueia os canais de sódio controlados por voltagem reduzindo a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. Possui meia vida entre 12 a 18 horas, provoca uma forte indução enzimática que aumenta o risco de interação com outros medicamentos.
  • Levomepromazina (NEOZINE ®): É utilizado como sedativo resultando na melhora nos quadros mentais, isso devido a sua alta capacidade de bloquear os receptores histamínicos, junto a isso ele também bloqueia os receptores dopaminérgicos D2 pós-sinápticos, possui um tempo de meia vida variável entre 15 a 80 horas.
  • Clonazepam (RIVOTRIL®) e Diazepam (VALIUM ®): São benzodiazepínicos amplamente utilizados em síndromes psicóticas, eles se ligam a receptores GABAA produzindo uma ação inibitória em todo o SNC, facilitando a abertura dos canis de cloreto que são ativados por Gaba. Os benzodiazepínicos são bem absorvidos quando administrados por via oral, a meia vida do Clonazepam varia entre 33 a 40 horas, já o Diazepam apresenta uma meia vida de 20 a 40 horas, ambos são considerados de ação longa
  • Nortriptilina (PAMELOR®): É um antidepressivo tricíclico que tem como mecanismo de ação inibir a captura seletiva (leve) de norepinefrina e serotonina, possui um tempo de meia vida longo entre 24 a 96 horas.
  • Oxcarbamazepina (OLEPTAL ®): Assim como a carbamazepina age bloqueando canais de sódio, a principal diferença entre os fármacos é a Oxcarbamazepina possuir menor risco de interação com outros fármacos.
  • Aripiprazol (ARISTAB®): É um ansiolítico usado para o tratamento de esquizofrenia, não se conhece afundo seu mecanismo de ação, sabe-se que ele se liga a vários receptores principalmente o receptor dopaminérgico D2, seu tempo de meia vida é longo variando entre 72 a 94 horas.

  1. Conclusão

Como foi observada em sala de aula e ainda mais reforçada na prática do estágio em acompanhamento ao paciente a esquizofrenia é uma das doenças psicóticas mais grave e debilitante. Associado ao quadro clinico de esquizofrenia o paciente foi diagnosticado com depressão, um quadro clinico que se apresenta dificuldade no tratamento e que exige do paciente uma grande dedicação afim de reverter o caso. Ambos os tratamentos são longos, com a ingestão de vários fármacos. No caso em questão o paciente faz o uso de Levomepromazina associado a Aripiprazol ambos são antipsicóticos que geram efeito de sedação ao paciente diminuindo os riscos de novos surtos psicóticos. A Carbamazepina juntamente com a Oxcarbamazepina muitas vezes leva a pacientes com esquizofrenia não obterem uma resposta terapêutica satisfatória com apenas um tratamento antipsicótico, então a equipe médica inclui medicamentos diversos adjuntos que são utilizados para promover resposta adicional. Pacientes com esquizofrenia devido a sua grande agitação por vezes apresentam dificuldades para dormir, com isso são receitados ansiolíticos como Clonazepam e Diazepam. O paciente está em um quadro depressivo sendo assim foi prescrito Nortriptilina.

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