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Propriedades do alho (niilina) São Camilo Farmacia

Por:   •  26/11/2015  •  Dissertação  •  1.537 Palavras (7 Páginas)  •  522 Visualizações

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ALHO

Nome científico: Allium sativum L.

Família: Liliaceae

Sinonímia: Alho hortense

Parte utilizada: Bulbos tunicados

        Histórico - Desde os primórdios tempos dos faraós, o alho vem sendo utilizado pelo homem como recurso culinário e terapêutico. Gravações muito antigas demonstram que o alho era usado como remédio desde antes de Cristo pelos babilônicos, chineses, gregos e romanos.

        Na Sicília e em outros pontos da Europa o alho cresce espontaneamente, mas no Brasil ele é muito mais utilizado e amplamente ou popularmente conhecido. Os Russos e búlgaros possuem o hábito de ingerir alho para fortalecimento da vitalidade e saúde.

        Durante a Primeira Guerra Mundial, as forças armadas britânicas valiam-se do alho para impedir infecções.

 

        Características básicas - O alho consiste no bulbo do Allium sativum Linné (Fam. Liliaceae), consumido como alimento e medicamento. As células íntegras do alho contém sulfóxido de (+)-Salil-L-cisteína (aminoácido inodoro que possui enxofre).

        Esse aminoácido é conhecido como aliina, e ocorre no alho numa concentração superior a 1,2% do peso bruto.

        Quando as células são esmagadas, entram em contato com a enzima aliinase, que está armazenada em seus vacúolos, e converte-se em alicina (tiossulfinato de dialila).

Exemplo: ALHO ESMAGADO

                               (aliina) + (aliinase)  =  alicina

        A alicina é o composto responsável pelo odor e sabor característicos do alho, decompondo-se rapidamente em presença de ar e água, para produzir dissulfeto de dialila, trissulfeto de dialila e os polissulfetos correspondentes, todos compostos extremamente odoríferos.

        Além da atividade antibacteriana, o alho possui atividade anti-hiperlipidêmica, intensifica a agregação de plaquetas. A partir da alicina, formam-se (E)-ajoeno e (Z)-ajoeno, que têm propriedades anti-trombóticas; o isômero Z é mais bioativo.

        Estudos indicam que seu modo de ação implica a inibição dos receptores de fibrinogênio das plaquetas sanguineas.

        A atividade total do alho ocorre após a produção da alicina, pois a partir daí surge a formação de novos princípios ativos.

        A recomendação diária de alho é estimada em 01 a 05 bulbos segmentados ou bulbilho isolado (dentes de alho), equivalente a 4 gramas de alho fresco por dia.

        As formas farmacêuticas “comprimido com revestimento entérico” e “cápsulas”, possuem maior atividade porque os ácidos estomacais inativam a aliinase, impedindo a conversão da aliina inativa em produtos bioativos.

        Estruturalmente, o bulbo tunicado do alho é composto por catáfilos (região de reservas); prato (região da base e de ligação das raízes com os bulbilhos) e raízes.

        Constituintes - Cada 100 gramas de alho contém:

  • Cálcio                (30mg)
  • Enxofre                (80mg)
  • Iodo                (0,004mg)
  • Silício                (traços)
  • Sódio                (45mg)
  • Ferro                (1mg)
  • Vitamina A        (0,1mg)
  • Vitamina B1        (0,1mg)
  • Vitamina B2        (0,1mg)
  • Vitamina C        (17mg)
  • Possui ainda: Heterosídeos sulfurados / Alicina (10 a 13%); Ácido Fosfórico livre; Aliina; Óxido Dialidisulfeto (60%); Ajoeno; Dissulfeto de Dialila; Dissulfeto de Dietila; Trissulfeto de Alila e Polissulfeto de Dialila.

        Ação como Fitoterápico: Expectorante; anti-séptico pulmonar; analgésico; antiinflamatório; antibacteriano; tônico; hipotensor; vermífugo; hipoglicemiante; febrífugo; antiplaquetário; antioxidante  hipocolesterolimizante. Diminui a viscosidade sanguinea e é anti-helmíntico. Sustenta a função imune.

        Propriedades Farmacológicas: O princípio de ação do óleo de alho se deve à alicina e aliina. A alicina originada a partir da alinase possui notáveis propriedades bacteriostáticas e bactericida sobre numerosas bactérias gram + e gram -. A alicina destrói os grupos tiólicos (-SH) essenciais à proliferação das bactérias. O alho reduz os níveis plasmáticos de colesterol através do óxido dialildissulfeto, prevenindo a formação de placas nas artérias.

        Possui ação vermífuga fraca para ascaris e oxiúros.

        Possui um efeito antitóxico não permitindo a formação de toxinas no intestino, além de eliminar as espécies patogênicas sem afetar a flora normal.

        É um estimulante do organismo e de algumas glândulas de secreção interna, sendo muito eficaz no diabetes. Devido a sua capacidade vasodilatadora é considerado um eficaz hipotensor.

        O óleo de alho modifica as secreções brônquicas, ajudando a desobstruir as vias aéreas, por fluidificar as secreções respiratórias.

        O efeito antiplaquetário se deve a presença do di e trisulfeto de dialila e trisulfeto de metilalila que inibem a tromboxano-sintetase, enzima que tem um papel importante na formação da tromboxanoA2, responsável pela agregação plaquetária.

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