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SEGURANÇA DO PACIENTE E COMBATE Á ERROS DE MEDICAÇÃO

Por:   •  15/5/2018  •  Artigo  •  2.042 Palavras (9 Páginas)  •  407 Visualizações

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SEGURANÇA DO PACIENTE E COMBATE Á ERROS DE MEDICAÇÃO

E. C. Cianci*, F. C. F. Lima*, J. Cruz*, R. Poletto*, V. A. Pereira* e R. Claudino**

*Acadêmico do Centro Universitário Campos de Andrade, Curitiba-PR, Brasil.

** Professora Orientadora do Centro Universitário Campos de Andrade, Curitiba-PR, Brasil.

e-mail: emersoncianci@hotmail.com

Resumo: O presente artigo apresenta um caso de erro de administração medicamentosa, expondo o grande problema de saúde publica mundial que temos, pois, erros como este ocorrem no dia a dia de hospitais e clinicas em todo o mundo, devido a falta de competência e comunicação entre médicos, farmacêuticos e enfermeiros. Salienta também as formas de prevenção de tais erros, mostrando o papel importantíssimo da atenção farmacêutica para a informação e administração dos medicamentos e do paciente em participar ativamente de seu tratamento.

Abstract: This article presents a case of error of drug administration, exposing the great problem of public health worldwide that we have, because errors like this occur in the day to day of hospitals and clinics around the world, due to the lack of competence and communication between doctors, pharmacists and nurses. It also highlights the ways of preventing such errors, showing the important role of pharmaceutical care for the information and administration of drugs and the patient to participate actively in their treatment.

INTRODUÇÃO

Em 1995, uma jornalista americana especializada em reportagens da área da saúde de 39 anos e mãe de 2 crianças faleceu devido a um erro de medicação no Instituto de Câncer Dana-Farber, hospital internacionalmente reconhecido, em Boston - EUA, devido a uma super dosagem de medicação quimioterápica, descoberta dois meses após sua morte. Os artigos dos jornais americanos anunciaram o evento sob a alegação que as causas eram o pobre treinamento e supervisão da equipe de saúde naquele hospital. Esse incidente resultou em: investigações organizacionais, processos disciplinares contra médicos, enfermeiras e farmacêuticos, demissões da chefia médica, reorganização administrativa e grandes mudanças no cuidado naquela e em outras instituições americanas e colocou em destaque naquele país a questão dos erros na medicação. No Brasil a mídia também tem, esporadicamente, anunciada fatos que se reportam a erros na medicação, algumas vezes fatais. Entretanto, ao contrário do caso acima citado, não tem causado mudanças organizacionais de impacto nas instituições no que diz respeito à problemática dos erros nas instituições de saúde (Gois,2000, Muggiati, 1997). Estimativas norte-americanas indicam que em 1994, 100.000 pacientes hospitalizados tiveram reações adversas fatais aos medicamentos. Em cada 100 admissões há 6.5 eventos adversos e 5.5 eventos potenciais, sendo 28% desses preveníveis. Há 3 eventos adversos potenciais para cada evento realmente prevenível. 62% dos erros ocorrem nos estágios de prescrição e transcrição e pacientes que sofrem de eventos adversos às drogas têm um aumento na estadia de 2 dias e um custo aumentado na internação de mais de U$ 2000 dólares. Na avaliação dos custos de eventos adversos estima-se em $ 2.595 por evento e de $4.685 por evento prevenível, que geralmente é o mais sério (Bates et aI. , 1999a).

MÉTODOS

Erros mais comuns e letais referem-se às seguintes medicações: cloreto de potássio, insulina, cálcio e magnésio intravenoso, dosem mal calculados de digoxina em crianças, injeção concentrada de cloreto de sódio, narcóticos intravenosos e aminofilina, além dos casos onde havia já conhecimento de alergia do paciente à medicação (Argo et al. ,2000). Há algumas estratégias que se implementadas podem prevenir ou reduzir os erros na medicação, apresentadas pela American Society of Hospital Pharmacists (ASHP), em 1996 como:

  • Prescrição com entrada direta no computador e envio à farmácia.
  • Uso de códigos de barra no seu processo de medicação.
  • Desenvolvimento de sistemas mais efetivos para monitorar e relatar os eventos adversos à medicação.
  • Utilização de distribuição dos medicamentos em doses unitárias e preparação, pela farmácia, de medicações injetadas por via endo-venosa.
  • Farmacêuticos atuando em áreas dos pacientes em colaboração direta com médicos e enfermeiros.
  • Abordagem dos erros de medicação como uma falha do
  • sistema e procurar soluções para preveni-los.
  • Assegurar que as prescrições sejam rotineiramente revisadas pelos farmacêuticos antes das primeiras doses e devem assegurar que médicos, farmacêuticos e enfermeiros procurem solução quando há alguma questão de segurança com respeito ao uso da medicação.

PAPEL DO FARMACÊUTICO

O farmacêutico geralmente tem um papel fundamental na dispensação do medicamento. Todavia, na prevenção dos erros de medicação o papel torna-se diferente, na medida em que esse profissional tem uma atuação mais efetiva na clínica. Assim, o papel do farmacêutico, na clínica, inclui a intervenção no momento em que a prescrição está sendo redigida, a participação nas visitas médicas como um membro da equipe e uma fonte de consulta rápida à equipe de enfermagem sobre segurança nos medicamentos. Leape et aI. (1999) conduziram um estudo cujo objetivo foi o de medir o efeito da participação do farmacêutico, nas visitas médicas das unidades de

terapia intensiva, na incidência de eventos adversos preveníeis causados por erros na prescrição. Erro de medicação, qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente, pode levar ao uso inadequado de medicamento. Esse conceito implica que o uso inadequado

pode ou não lesar o paciente, e não importa se o medicamento se encontra sob o controle de profissionais de saúde, do paciente ou do consumidor. O erro pode estar relacionado à prática profissional, produtos usados na área de saúde, procedimentos, problemas de comunicação, incluindo prescrição, rótulos, embalagens, nomes, preparação, dispensação, distribuição, administração, educação, monitoramento e uso de medicamentos. As intervenções do farmacêutico se relacionaram a esclarecimento ou correção da prescrição, fornecimento de informação sobre o medicamento, recomendação de terapia alterativa, identificação de interação medicamentosa e identificação do erro no sistema entre outros. Através desse trabalho constatou-se uma redução de aproximadamente 58 eventos adversos previsíveis num custo de U$ 270.000 dólares por ano, tendo boa aceitação por parte dos médicos. Além da presença do farmacêutico, são ainda necessários: a manutenção do sistema de distribuição unitária (tanto o preparado pela indústria como o empacotado pela farmácia) para todas as medicações exceto as da emergência; a instituição do

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