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O Ciclo Patológico Gestatório

Por:   •  27/1/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.793 Palavras (8 Páginas)  •  360 Visualizações

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Saúde da mulher – Ciclo gestatório patológico

Acadêmica: Érica Provensi

1. Hiperêmese gravídica

a. Definição / etiologia

Sua etiologia não é definida, sendo citado os hormônios placentários, gonadotrofina coriônica humana (hCG) e estrogênios, talvez inter-relacionados.

b. Formas de tratamento

O uso de suplemento multivitamínico no início da gravidez pode reduzir a intensidade de náuseas e vômitos, e simples mudanças alimentares (refeições fracionadas e ricas em proteínas) podem resolver casos leves. O uso do gengibre, em doses de até 250 mg 4 vezes/dia, tem sido efetivo para reduzir a frequência dos vômitos. Na hiperêmese gravídica é mandatória a hospitalização. A paciente deve ser pesada e o quadro clínico é muito importante para avaliar a gravidade do caso; A alimentação oral é suspensa. É razoável tentar inicialmente a alimentação enteral. A hidratação intravenosa é indicada para pacientes que não toleram a alimentação oral ou com sinais clínicos de desidratação.

2. Abortamento

a. Definição / etiologia

O abortamento é a expulsão de feto pesando < 500 g ou com < 20 semanas de gestação. A incidência de alterações cromossômicas em abortamentos esporádicos de 1 o trimestre é de 50%.

b. Principais sintomas

Sangramento vaginal; Leve a intensa dor lombar, dor abdominal ou cólicas, que podem ser constantes ou intermitentes; um coágulo de sangue ou um jato de líquido claro ou rosa que passa pela vagina; diminuição de sinais de gravidez, como a perda da sensibilidade da mama ou náuseas.

c. Tipos

Ameaça de abortamento: gravidez complicada por sangramento antes de 20 semanas;

Abortamento inevitável: o colo está dilatado, mas o produto da concepção não foi eliminado;

Abortamento completo: todo o produto da concepção foi eliminado sem a necessidade de intervenção médica ou cirúrgica;

Abortamento incompleto: alguma parte do produto da concepção foi eliminada, mas não a sua totalidade. Podem estar retidos feto, placenta ou membranas;

Abortamento infectado: abortamento (geralmente incompleto) complicado por infecção intrauterina

Abortamento retido: gravidez na qual já há a morte fetal (em geral por semanas) sem a sua expulsão

Abortamento habitual: 2 ou mais abortamentos consecutivos.

d. Formas de tratamento

Dependendo do tipo de abortamento é indicado -> repouso, interromper relações sexuais, antiespasmóstico e analgésicos para as pacientes com cólica; uso de misoprostol vaginal, esvaziamento cirúrgico, administração de ocitocina para contração uterina e expulsão do feto.

3. Placenta prévia

a. Definição / etiologia

 Considera-se placenta prévia aquela situada total ou parcialmente no segmento inferior do útero.

b. Principais sintomas

Hemorragia. Sem dúvida, é um sinal pontual e o mais importante. A hemorragia indolor, de sangue vermelho, brilhante, desvinculada de quaisquer esforços ou traumatismos, ocorre em mais de 90% dos casos, em geral despontando no último trimestre.

c. Formas de tratamento

Internação e atividade modificada para o primeiro caso de sangramento antes de 36 semanas de parto se a mãe ou o feto estão instáveis; se a mulher está estável, parto em 36 semanas/0 dias a 37 semanas/0 dias.

4. Descolamento prematuro de placenta

a. Definição / etiologia

O descolamento prematuro da placenta normalmente inserida (DPP) é a separação intempestiva da placenta implantada no corpo do útero, antes do nascimento do feto, em gestação de 20 ou mais semanas. Os fatores de risco para o DPP incluem a história do acidente em gravidez anterior, trauma, tabagismo, uso de cocaína, gravidez múltipla, hipertensão, pré-eclâmpsia, idade materna avançada, ruptura prematura das membranas pré-termo, placenta circunvalada, infecção intrauterina (corioamnionite), dengue, polidramnia e Doppler de uterina anormal. O DPP tem sido recentemente associado ao uso de cocaína, que é conhecida por apresentar efeitos hipertensivos e vasoconstritivos.

b. Principais sintomas

O quadro clínico do DPP é variável, podendo haver desde casos assintomáticos até aqueles nos quais há morte fetal e grave morbidade materna. Os sintomas clássicos são sangramento vaginal e dor abdominal.

c. Formas de tratamento

Em casos de DPP com feto vivo e periviável (≥ 23 semanas), está indicada a interrupção da gravidez, de preferência pela operação cesariana;

Em casos de DPP grave com morte fetal ou feto inviável, o parto vaginal é o indicado. Em geral, após a amniotomia, o útero se contrai vigorosamente e o parto progride de maneira muito rápida;

Em gestações pré-termo (< 34 semanas), quando o quadro do DPP não é grave (“crônico”) e os estados materno e fetal estão estáveis, pode-se recomendar a conduta conservadora com rigorosa vigilância das condições maternas e fetais.

5. Amniorrexe prematura

a. Definição

É a rotura das membranas ovulares havida antes de iniciar o parto. A causa básica tem sido atribuída a infecção vaginocervical produtora de enzimas que enfraquecem as membranas.

b. Formas de tratamento

Levará em conta a idade da gravidez e a presença ou não de infecção:

- Gestação > 34 semanas: Conduta expectorante com parto espontâneo na ausência de infecção ou indução do parto com antibioticoterapia, presente infecção intrauterina.

- Gestação entre 24 e 34 semanas: de 23 a 30 semanas, cada dia da permanência do feto in útero melhora sua sobrevida, com boa qualidade em 2-3%.

6. Parto prematuro

a. Definição / etiologia

Denomina-se parto pré-termo aquele ocorrido antes de 37 semanas de gestação (259 dias). Etiologicamente, os partos pré-termo podem ser inicialmente classificados em 2 grupos: o 1 o está constituído pelo parto pré-termo espontâneo, associado ou não à ruptura prematura das membranas pré-termo; o 2 o grupo está representado pelo parto pré-termo indicado, decorrente da interrupção provocada da gravidez ditada por complicações maternas ou fetais.

b. Formas de tratamento

O tratamento pode ser dividido em:

-Profilático: visam a inibição da contratilidade uterina e a aceleração da maturidade pulmonar do concepto;

- Assistência ao parto prematuro: realizar vigilância constante da viabilidade fetal e da cinética uterina, se necessário emprego liberal da oxigenoterapia, analgesia, episiotomia, fórcipe de alívio e cesariana.

- Assistência imediata ao recém-nascido prematuro: ligadura do cordão umbilical, avaliação do índice de apgar, aspiração, aquecimento e reanimação.

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