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O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA

Por:   •  23/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.402 Palavras (18 Páginas)  •  231 Visualizações

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Defesas do Hospedeiro

As defesas do hospedeiro contra vírus dividem-se em duas grandes categorias: (1) não específicas, das quais as mais importantes são os interferons e as células natural killer, e (2) específicas, incluindo imunidade humoral e imunidade celular. Os interferons constituem uma precoce linha de defesa, ao passo que a imunidade humoral e imunidade celular são efetivas apenas posteriormente, pois são necessários vários dias para induzir os lados humoral e celular da resposta imune.

Defesas inespecíficas

  1. Interferons

Os interferons são um grupo de glicoproteínas heterogêneas produzidas por células humanas e em animais como respostam a uma infecção viral (ou após a exposição a substâncias indutoras).

O vírus e o RNA de dupla-fita são os indutores mais potentes de interferons. Muitos vírus induzem interferons (a indução dos interferons e a sua ação não é específica).

Os interferons agem por meio de sua ligação a um receptor na superfície da célula, o que sinaliza para que a célula produza ribonuclease, oligo A sintase e proteína-cinase em suas formas inativas. O RNAdf produzido por um vírus infectante ativa essas proteínas. Os interferons não entram na célula e não possuem efeito em vírus extracelulares.

Os interferons inibem a replicação intracelular de uma ampla variedade de vírus de DNA e RNA, mas produzem pouco efeito no metabolismo de células não infectadas, ou seja, exibem alto grau de inibição seletiva.

Os interferons são divididos em três grupos, de acordo com a origem celular: leucócito, fibroblasto e linfócito. Também são conhecidos como α, β e γ. A α e β são induzidos por vírus, enquanto o interferon γ (células T imune) é induzido por antígenos e é um dos efetores da imunidade mediada por células. Os interferons α e β possuem uma ação antiviral mais forte do que a do interferon γ. O último age principalmente como uma interleucina que ativa macrófagos.

  1. Células Matadoras Naturais (Natural Killer)

As células naturais killer (NK), são linfócitos que destroem células infectadas por muitos vírus diferentes. As células NK não possuem um receptor para antígeno em sua superfície, diferentemente dos linfócitos T e B. Em vez disso, células NK reconhecem e destroem células que não apresentam proteínas do MHC de classe I em sua superfície. Elas matam células pelos mesmos mecanismos usados pelas células T citotóxicas (pela secreção de perforinas e granzimas).

  1. Fagocitose e Limpeza Mucociliar

Os macrófagos e a limpeza de muco pelos cílios do trato respiratóri+o também são defesas importantes. Dano a essas defesas predispõem a infecções virais.

  1. Fatores que Modificam as Defesas do Hospedeiro

Níveis aumentados de corticosteroides inibem várias defesas do hospedeiro e predispõem a infecções virais graves, sobretudo infecções disseminadas por herpes-vírus. A má nutrição leva a infecções graves de sarampo em países em desenvolvimento. Indivíduos muito jovens e idosos apresentam infecções virais mais graves.

Defesas específicas

O tipo de defesa específica mais importante é a imunidade adquirida ativamente pela exposição ao vírus ou passivamente pela transferência de soro imune. A imunidade ativa pode ser obtida contraindo-se a doença, por uma infecção inaparente ou pela vacinação.

  1. Imunidade ativa

A imunidade ativa contra infecções virais é mediada por anticorpos e células T citotóxicas. Ela pode ser gerada tanto por exposição ao vírus quanto por imunização por uma vacina viral. A duração da imunidade ativa é muito mais longa do que a da imunidade passiva. A imunidade ativa é medida em anos, ao passo que imunidade passiva dura poucas semanas ou poucos meses.

  1. Imunidade passiva

A imunidade passiva consiste em anticorpos pré-formados em outra pessoa ou animal. Ela tem efeito imediatamente, enquanto a imunidade ativa leva de sete a 10 dias na resposta primária (ou três a cinco dias na resposta secundária) para estimular quantidades detectáveis de anticorpos.

  1. Imunidade rebanho

A imunidade rebanho é a proteção de um indivíduo que resulta da imunidade de muitos outros membros da população (o “rebanho”), que interrompe a transmissão do vírus para o indivíduo. Ela pode ser obtida tanto pela imunização (vacinas), quanto pela infecção natural de uma porcentagem suficientemente alta da população.

Diagnóstico Laboratorial

Há cinco estratégias para o diagnóstico das doenças virais em amostras espécimes clínicas: (1) identificação do vírus em cultura de células, (2) identificação microscópica diretamente na amostra, (3) procedimentos sorológicos para detectar uma elevação nos títulos de anticorpos ou pela presença de anticorpos IgM, (4) detecção de antígenos virais no sangue e em fluidos corporais e (5) detecção de ácidos nucléicos virais no sangue ou nas células do paciente.

Identificação em Cultura de Células

O crescimento viral requer cultivos celulares, porque os vírus se replicam apenas em células vivas, e não em meio livre de células, como a maioria das bactérias. A replicação vira em cultura de células frequentemente produz um efeito citopático (ECP) que pode fornecer um diagnóstico presuntivo.

Se o vírus não produz CPE sua presença pode ser detectada por outros métodos:

  1. Hemadsorção, ligação de eritrócitos à superfície das células infectadas por vírus.
  2. Interferência na formação de CPE por um segundo vírus.
  3. Uma diminuição na produção de ácido por células infectadas que estão morrendo. Isso pode ser detectado visualmente pela mudança da coloração do meio de cultura, o qual contém vermelho de fenol, um indicador de Ph.

Uma identificação definitiva do crescimento viral em uma célula é realizada pelo uso de anticorpos conhecidos em um de vários testes. A fixação do complemento, a inibição da hemaglutinina e a neutralização do CPE são os testes empregados com maior frequência.

A seguir discutiremos brevemente estes dois testes utilizados com mais frequência e outros demais procedimentos.

  • Fixação do Complemento

Se o antígeno (um vírus desconhecido em uma amostra) e um anticorpo conhecido são homólogos, o complemento será fixado (ligado) ao complexo antígeno-anticorpo.

  • Inibição da Hemaglutinina

Se o vírus e o anticorpo são homólogos, há um bloqueio do ataque do vírus aos eritrócitos e não ocorre a hemaglutinação.

  • Neutralização

Se o vírus e o anticorpo são homólogos, o anticorpo liga-se à superfície do vírus, bloqueando sua estrada na célula.

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