Paralisia Cerebral - Associação de Pais e Amigos de Crianças

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DO VALE DO AVE

CURSO DE LICENCIATURA EM FISIOTERAPIA[pic 1]

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Paralisia Cerebral

3º Ano

2018/2019

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Associação de Pais e Amigos de Crianças

Orientador de Estágio: Nathalie Geraldo

Orientando: João Paulo Macedo da Silva

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Definição

A Paralisia Cerebral (PC) descreve um grupo de desordens permanentes do desenvolvimento do movimento e da postura, causando limitação de atividade, que são atribuídas a distúrbios não progressivos que ocorreram no cérebro fetal ou infantil em desenvolvimento. Os distúrbios motores da paralisia cerebral são frequentemente acompanhados por distúrbios de sensibilidade, perceção, cognição, comunicação e comportamento, por epilepsia e por problemas musculoesqueléticos secundários (Rosenbaum, 2007).

A PC apresenta múltiplas causas que leva à lesão do SNC, estas podem ocorrer nos períodos pré-natal (se ocorrerem até ao parto), perinatal/neonatal (se ocorrerem durante o parto até aproximadamente 27 dias após parto) ou pós-natal (se ocorrerem após os 27 dias do pós parto), sendo que na grande maioria dos casos as causas são desconhecidas. A maioria está relacionada com fatores pré-natais (Sebastião, 2016) (Sankar & Mundkur, 2005).

Segundo Robaina-Castellanos et all segundo o tempo de ocorrência de lesão cerebral, a PC é classificada de congénita quando esta ocorre na fase pré-natal, parto ou neonatal; pós-natal e adquirida quando ocorrem após o 1º mês de idade.

Fatores de risco

Existem fatores de risco associados à PC que podem fazer com que uma mãe tenha maior probabilidade de ter um filho com a patologia em questão. Esses efeitos diferem da fase do nascimento do bebé, pré-natal, perinatal ou pós-natal (Jones, Morgan, Shelton, & Thorogood, 2007).

Um fator de risco não é necessariamente considerado uma causa, mas uma variável que quando está presente aumenta os riscos da ocorrência da PC, ou seja, características individuais, ambientais ou sociais do indivíduo são considerados fatores de risco. Estes fatores servem para todos estarem atentos e observarem o desenvolvimento da criança de modo a prevenir alguns desses fatores (Santos, 2014).

Pré-natal	Perinatal	Pós-natal
Hipoxia Desordens Genéticas Desordens Metabólicas Múltipla gestação Infeções intrauterinas Desordens Trombofílicas Exposição teratogénica Corioamnionite Febre maternal Exposição a toxinas Malformação nas estruturas do cérebro Restrição do crescimento intrauterino Trauma abdominal	Asfixia Prematuro antes das 32 semanas ou < 2500gr Incompatibilidade de sangue Infeção Apresentação fetal anormal Deslocamento da placenta	Asfixia Convulsões dentro de 48horas durante o nascimento Enfarte cerebral Hiperbilirubinemia Sepsis Síndrome do desconforto respiratório / doença pulmonar crónica Meningite Esteroides pós-natal Hemorragia interventricular Leucomalácia periventricular Lesão na cabeça

Tabela 1-Fatores de risco associados à Paralisia Cerebral
Retirado de: (Jones, Morgan, Shelton, & Thorogood, 2007)

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Causas

Muitas das alterações observadas em crianças com esta patologia podem estar presentes em outras condições patológicas. Com o avanço e aperfeiçoamento das técnicas de diagnóstico pode-se destacar as principais causas de PC (Funayama, et al., 2000)

Assim, a PC pode ser de causas pré-natais, perinatais, pós-natais e fatores específicos do parto.

Pré-natais	Perinatais	Pós-natais	Fatores específicos do parto
↓ da pressão de O2 ↓ da concentração de hemoglobina ↓ da superfície placentária Alterações da circulação materna Tumores uterinos Nó de cordão Cordão curto Malformações de cordão Prolapso ou compressão do cordão	Idade da mãe Desproporção Céfalo-pélvica Anomalias da placenta Anomalias do cordão Anomalias da contração uterina Narcose e anestesia Primogenidade Prematuridade Imaturidade Gemelaridade Malformações fetais Macrossomia fetal	Anoxia anêmica Anoxia por estase Anoxia anoxémica Anoxia histotóxica	Parto instrumental Anomalias de posição Duração do trabalho de parto

Tabela 2-Causas da Paralisia Cerebral
Retirado de: (Rotta, 2002)

Classificação PC

Os diferentes tipos de PC possuem tipos de padrões de movimentos característicos, estes estão classificados, segundo qualidade de tónus postural, como: espasticidade, rigidez, atetose, hipotonia e ataxia. Segundo distribuição de tónus postural, como: tetraplegia, diplegia e hemiplegia. E segundo o grau de envolvimento em ligeiro, moderado ou severo (Santos, 2014) (Rotta, 2002) (Bahia, 2008).

Qualidade de tónus postural

Espasticidade: Disfunção do sistema sensório-motor, qualificada por aumento do tônus muscular com exacerbação dos reflexos profundos, causados pela hiperexcitabilidade do reflexo de estiramento. A espasticidade afeta o posicionamento articular, impedindo o movimento do músculo ou grupo muscular antagonista, prejudicando a marcha e as atividades de vida diária. Apresenta resistência em um ponto ou percurso reduzido da amplitude de movimento passivo (Mayer, 1997) (Levitt, 2001).