Um Projeto de TCC de Fisioterapia
Por: Isabella Martins • 15/9/2019 • Projeto de pesquisa • 2.008 Palavras (9 Páginas) • 335 Visualizações
- - INTRODUÇÃO
O Câncer é a nomenclatura dada ao crescimento desordenado de um conjunto de células que sofreram algum dano no DNA, ou seja, seu código genético, esse crescimento não se limita as restrições do nosso organismo e invade os tecidos e órgãos. Os cânceres nas glândulas são os mais silenciosos em sua fase inicial, e isso dificulta seu tratamento logo no início da doença. (SILVA, et al, 2014).
O câncer de mama continua sendo o segundo tipo de carcinoma mais recorrente entre mulheres no Brasil, perdendo somente para o câncer de pele, foi estimado para 2019 o aparecimento de 59.700 novos casos, um percentual de 29%. Nos homens essa patologia se torna rara, com uma representação de 1% de casos no total. Em sua maioria os sinais se dão em: nódulos fixos e indolores, pele da mama avermelhada, retraída com aspecto de casca de laranja, alterações no mamilo, pequenos nódulos nas axilas ou pescoço e saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos. Todos esses sintomas podem ser em conjunto ou individuais, torna-se necessário a visita ao médico para uma avaliação dos sintomas que segue o diagnóstico tripé: exame clínico, exame de imagem e analise histopatológica, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2019).
Existem três tipos de câncer de mama mais comuns ocorrentes no Brasil, onde cada um representa o local em que o tumor se instala. Os tipos mais comuns de carcinomas são:
- Carcinoma ductal in situ: Também conhecido como carcinoma intraductal, é considerado não invasivo ou um câncer de mama pré-invasivo. Representa cerca de 20% dos novos casos de câncer de mama. Quase todas as mulheres diagnosticadas neste estágio da doença podem ser curadas.
- Carcinoma invasivo: Este é o tipo mais comum de câncer de mama. Representa cerca de 70% dos cânceres de mama invasivos. Ele se inicia em um ducto mamário.
- Carcinoma lobular invasivo: Ele começa nas glândulas produtoras de leite (lóbulos).Representa cerca de 10% dos cânceres de mama invasivos, que pode ser mais difícil de ser diagnosticado na mamografia do que o carcinoma ductal invasivo. (DROPE, J. et al, 2018)
Os tipos menos comuns de câncer de mama são: Inflamatório, que é um tipo raro que representa cerca de 1 a 3% dos cânceres de mama; A Doença de Paget, que é um tipo de câncer que começa nos ductos mamários e se dissemina para a pele do mamilo e auréola, é raro e representa apenas 1% dos casos; O tumor Filodes é um tipo muito raro que se desenvolve no estroma da mama; E o angiosarcoma, que é um tipo de câncer que começa nas células que revestem os vasos sanguíneos ou vasos linfáticos, ele raramente ocorre na mama. (DROPE, J. et al, 2018)
O tratamento do carcinoma de mama depende do estadiamento da doença, bem como das características do tumor. O câncer de mama pode ser dividido em tratamento localizado, por meio de cirurgia e radioterapia, bem como reconstrução mamária e tratamento sistêmico, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica. Os estádios dessa patologia podem ser divididos em: (DROPE, J. ET AL, 2018)
Estádio I e II: Conservadora, com cirurgia para a retirada do tumor ou da mama e reconstrução mamária. Após a cirurgia complementa-se o tratamento com radioterapia. O tratamento sistêmico é baseado com as características físicas e do tumor a ser tratado. A hormonioterapia é indicada conforme mensuração dos receptores hormonais;
Estádio III: Pacientes com tumores maiores, que começam o tratamento com o trabalho sistêmico, quimioterapia, seguindo-se de cirurgia e radioterapia. Esse tratamento possibilita a diminuição do tumor e o descarte de uma mastectomia radical;
Estádio IV: O grau mais grave, tendo como prioridade uma decisão terapêutica que busca a sobrevida do paciente, tratamento do tumor e os efeitos colaterais dos tratamentos. O tratamento seguido com maior frequência consiste em tratamento sistêmico seguido de local. (DROPE, J. ET AL, 2018).
Existem três tipos de mastectomias radicais sendo utilizadas para o tratamento cirúrgico. Sendo elas, a mastectomia radical clássica ou método de Halsted, que é a retirada do tecido mamário, músculo peitoral maior e menor e linfadenectomia axilar, que é o esvaziamento axilar dos linfonodos; A mastectomia radical modificada Patey é a retirada da mama, dos linfonodos axilares, do pequeno peitoral e da aponeurose anterior e posterior do peitoral maior; A mastectomia radical modificada do tipo Madden tem a preservação do peitoral maior e menor. Essas são caracterizadas como as cirurgias radicais mais utilizadas no procedimento. (VEIGA, et al, 2010).
No início da intervenção fisioterapêutica, deverá ser realizado uma anamnese onde deve conter, além dos dados pessoais do paciente, a data e tipo da cirurgia, as informações sobre a presença de curativos compressivos ou drenos, se existe aderência de cicatriz, seroma, infecções ou inflamações, perimetria de membros superiores entre outros. (DUARTE, ET AL 2017).
Segundo Moreira (2012), um dos principais tratamentos para o câncer de mama se dá pela cirurgia que está dividida entre conservadoras quando o paciente está em estágios iniciais da doença (estágios I e II) ou radicais quando ocorre a remoção total da mama, gânglios linfáticos axilares, pele e dos músculos do pequeno peitoral, o tratamento pode incluir também a radioterapia, quimioterapia e hormônioterapia, que podem está associados ou de forma individualizada. Em virtude dos tratamentos, ocorrem limitações e incapacidades permanentes ou temporárias que dificultam a funcionalidade limitando essas pacientes, as principais queixas estão na limitação e redução da amplitude de movimento do ombro, hipoestesia, aderências, fibrose e desenvolvimento de linfedema. (MOREIRA, ET AL, 2012).
O tratamento fisioterapêutico deve se iniciar ainda no período pré-operatório, com uma avaliação que contenha uma anamnese criteriosa e o exame físico. É nesse período que o paciente pode tirar todas as suas dúvidas em relação à cirurgia e ao pós-operatório, e a relação terapeuta e paciente pode ser criada. O tratamento fisioterapêutico deve se concentrar também nas maiores queixas dos pacientes, sendo pensado na recuperação funcional e na melhora da qualidade de vida. Entre eles podem ser citados os tratamento e prevenção de contraturas musculares, prevenção ou minimização de linfedemas, prevenir complicações circulatórias e respiratórias, evitar aderências cicatriciais, tratar desvios posturais e melhorar o arco de movimento. (JAMMAL, ET AL, 2008).
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