A presença de microplásmicos em sais comerciais de diferentes países

A presença de microplásticos em sais comerciais de diferentes países

Resumo

Desde a sua produção em massa na década de 1950, a produção global de plástico vem aumentando, o que ultrapassou os 322 milhões de toneladas em 2015 1 . Os resíduos de plástico mal geridos podem encontrar os seus caminhos para os oceanos 2 . Enquanto isso, a fragmentação contínua de grandes objetos de plástico resultou no acúmulo de partículas menores chamadas microplásticos (MPs, dimensionados entre 1 e 1000 μm 3 , 4 ). Além disso, os MPs podem ser introduzidos diretamente nos ambientes aquáticos por meio de suas fontes primárias (por exemplo, meios de jateamento sintético, formulações cosméticas, têxteis) 5 , 6 , 7 . A ampla distribuição de MPs em corpos aquáticos está bem documentada, como no mar Celta 8 , nos Grandes Lagos Laurenteanos 9 , no Golfo Pérsico 10 e em giros subtropicais 11 . Assim, espera-se que os produtos originários das massas de água contaminadas também sejam carregados com MPs.

Diversos estudos mostraram a presença de MPs em produtos do mar, como moluscos 12 e peixes 13 .Portanto, o consumo de produtos do mar pode ser uma rota significativa de exposição a MPs em humanos.Por exemplo, os principais consumidores de moluscos europeus devem ingerir até 11.000 partículas de plástico por ano 14 . Os microplásticos podem ser um problema de saúde, uma vez que mostraram transportar produtos químicos perigosos 15 , 16 e microrganismos 17 .

Apesar da ocorrência relativamente bem documentada de MPs em produtos de frutos do mar, pouco se sabe sobre as cargas de MP em produtos de água salgada abióticos, que devem inevitavelmente conter contaminantes da água. O sódio é um elemento essencial para o organismo humano manter a homeostase e é consumido principalmente como sal comum (cloreto de sódio, NaCl) 18 . O mar comercial e os sais lacustres são principalmente produzidos através de um processo de cristalização, como resultado da evaporação da água do mar ou da salmoura natural sob os efeitos combinados do calor e do vento da luz do sol 19 , 20 . Existem preocupações sobre o potencial de transferência de contaminantes da água para o sal marinho após o processo de cristalização e concentração 20 . No único estudo disponível sobre produtos abióticos, Yang et al . 21 mostraram a presença de até 681 MPs / kg em sais originários da China. No entanto, a composição química das partículas de MP individuais não foi determinada, com a identificação de MP baseada no agrupamento das partículas de acordo com suas características morfológicas e na análise de amostras representativas através da Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FT-IR). No entanto, a triagem visual não é o método mais confiável para identificar MPs 22 , 23 pois isso pode superestimar significativamente a concentração de materiais antropogênicos. Nenhum relatório está disponível, no entanto, sobre cargas de MP em amostras de sal de outras regiões do mundo que são potencialmente consumidas por cerca de 6 bilhões de pessoas, excluindo bilhões de outros organismos, como o gado que precisa consumir sal regularmente 24 . Neste estudo, investigamos ainda mais a presença de MPs por meio da extração de partículas de 17 marcas diferentes de sal provenientes de 8 países em 4 continentes. Separação de densidade e identificação visual foram empregadas para inicialmente isolar partículas semelhantes a MP. Finalmente, todas as partículas foram analisadas por espectroscopia micro-Raman para sua composição química.

Vamos para:

Resultados

A presença de uma grande quantidade de sedimento branco no sal do lago da Malásia ( Tabela 1 ) bloqueou a membrana do filtro com tamanho de poro de 149 µm. Essas partículas foram identificadas como carbonato de cálcio (CaCO 3 ) usando espectroscopia Raman. Portanto, essa amostra foi excluída da análise de MP. Um total de 72 partículas semelhantes a MP foram isoladas de 16 marcas de sal. O tamanho médio das partículas (média ± DP) foi de 515 ± 171 μm. O tamanho da menor partícula foi de 160 μm e o maior tamanho de 980 μm. A figura 1 apresenta um histograma do número de partículas ordenadas por tamanho. Como mostrado na Fig. 2a , 30 partículas (41,6%) foram confirmadas como polímeros plásticos, 17 partículas (23,6%) foram pigmentos, 21 partículas (29,1%) não foram identificadas e 4 partículas (5,50%) foram itens não-plásticos (isto é, carbono amorfo). Os principais polímeros plásticos foram PP a 40,0% do total de polímeros plásticos seguidos de PE (33,3%), polietilenotereftalato (PET; 6,66%), poliisopreno / poliestireno (6,66%), poliacrilonitrila (10,0%) e poliamida-6 ( nylon-6, NY6; 3,33%) ( Fig. 2b ). As partículas identificadas como pigmentos foram ftalocianina (82,3%), amarelo-cromo (5,88%), verde hostasol (5,88%) e azul hostaperm (5,88%) ( fig. 2c ). A abundância de MPs por amostra de sal variou de 0 por kg na amostra de sal # France-F (ou seja, país de origem: França, marca F) para 10 na amostra de sal # Portugal-N. As Figuras 3a e b são o gráfico de barras empilhadas do número de polímeros plásticos e partículas de pigmento isoladas de cada marca de sal, respectivamente.

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figura 1

Histograma do número de partículas isoladas em diferentes tamanhos.

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Figura 2

Composição química das partículas isoladas.

( a ) Gráfico de pizza da composição química das partículas isoladas de todas as amostras de sal e a proporção correspondente de diferentes ( b ) polímeros plásticos e ( c ) pigmentos.

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Figura 3

Gráficos de barras empilhadas das partículas isoladas através das marcas de sal.

Gráfico de barras empilhadas do número de ( a ) polímero plástico e ( b ) partículas de pigmento isoladas de diferentes marcas de sal.