Epidemias brasil
Por: Melina Grings • 10/5/2017 • Dissertação • 5.056 Palavras (21 Páginas) • 381 Visualizações
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO.....................................................................................5
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................11
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Melina Stefânia Grings
EPIDEMIAS OCORRIDAS NO BRASIL DESDE 1500
Dissertação apresentada na disciplina
História da Medicina, do curso de Graduação
de Medicina, do Centro Universitário UNIVATES.
Orientadores: Marcos Rogério De Castro Frank e Claudete Rempel.
Lajeado, maio de 2017
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INTRODUÇÃO
O conceito de epidemia é: vários casos de uma doença localizados em um espaço delimitado e que pode se espalhar rapidamente entre regiões próximas (já que as doenças que são oriundas de uma região e com poucos casos é chamada de endemia), originando um surto epidêmico. Não há um número de casos mínimo para que uma doença seja considerada epidêmica, afinal o número varia com o agente, transmissão, tipo, estado da população exposta, tempo, local, forma de ocorrência e seu comportamento na população. Caso uma epidemia se prolifere de maneira exorbitante e atinja vários países e continentes, ela se torna uma pandemia, a qual é o conceito de uma epidemia que está amplamente disseminada.
O presente trabalho apresenta uma breve história das mais importantes doenças que afligiram o Brasil desde 1500 até os dias de hoje, apresentando quando e como ocorreram os surtos e as epidemias. Além de ser de suma importância para o conhecimento médico, a maneira como foi tratada e diagnosticada cada epidemia e como é imprescindível a prevenção, a qual teve início somente nos primeiros anos do século XX, mas também o quão é importante o conhecimento da população para o controle de qualquer tipo de epidemia, uma vez que muitas podem ser evitadas na transmissão ou até mesmo na eliminação do agente vetor de doenças.
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DESENVOLVIMENTO
Segundo os estudos de Barata (2000), já nos primeiros anos do descobrimento do Brasil, muitas doenças afligiam a população, e muitas delas, devido a falta de conhecimento e preparação sanitária se proliferavam tanto e tão rapidamente que as epidemias eram eminentes. A OMS considera epidemia se a cada 100 mil habitantes 300 tiverem a mesma doença no mesmo local. O histórico de epidemias do Brasil surge com a vinda dos portugueses, tendo como a primeira epidemia relatada a varíola em 1563, afetando principalmente os indígenas por nunca terem tido contato com a doença, e usarem pertences pessoais e roupas dos europeus contaminados. Durante séculos não se tinha informações suficientes da doença, o meio de se a controlar a epidemia era isolar os enfermos e descartar seus objetos pessoais. Sendo uma doença viral, a varíola traz consigo os sintomas de uma gripe comum, evoluindo para protuberâncias inflamadas na pele, levando ao óbito. A doença foi erradicada, segundo a OMS, em 1980.
O primeiro relato de tuberculose no Brasil se dá no ano de 1549, trazida pelo padre enfermo Manuel da Nóbrega. Em 1555 a doença se alastrou, infectando por volta de 1 em cada 150 habitantes. No século XX, 10% dos óbitos na cidade de São Paulo eram resultantes da tuberculose. Medidas como saneamento básico e melhores métodos de higiene pessoal reduziram essa taxa ao longo das décadas.Com o crescimento do Brasil, portos foram instalados nos litorais brasileiros, principalmente para exportação de café e tráfico de escravos. Com isto novas epidemias surgiram com mais frequência.A febre amarela foi introduzida no Brasil com a vinda dos navios negreiros, causando um surto da doença na cidade de Olinda e se alastrando para o interior do estado de Pernambuco, chegando a Salvador em 1685. Mais tarde, em 1849, houve uma epidemia originária de um navio vindo de New Orleans e Havana, contagiando moradores da cidade do Rio de Janeiro e se alastrando por todo o litoral Brasileiro. A peste negra ou peste bubônica no Brasil, surgiu no porto de Santos no estado de São Paulo e em apenas 3 meses chegou ao Rio de Janeiro (Capital Federal na época).
Em 1900, no Brasil, as doenças que atingiam grande parte da população eram
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a febre amarela, a varíola, a peste bubônica (com surtos durante toda a primeira década do século), as leishmanioses, a tuberculose, a difteria e a escarlatina. Dessas, a febre amarela se manteve em estado epidêmico até 1906. Nesse mesmo ano, iniciou-se uma endemia de meningite, sendo diagnosticada em apenas quatro pacientes, e, posteriormente, em pelo menos 50, até 1913. Em 1903, iniciaram-se as campanhas de vacinação obrigatória para o combate de febre amarela e da varíola, organizadas por Oswaldo Cruz, o que causou um choque na população, culminando na revolta da vacina; porém, ajudou a erradicar essas doenças e foi o passo inicial, no Brasil, para o combate de muitas doenças e epidemias futuras. No ano de 1907, Carlos Chagas foi enviado a Minas Gerais para combater uma epidemia que acreditava-se ser de malária, mas, posteriormente, foi descoberto que o agente transmissor não era o de malária, mas sim, da mais nova descoberta a doença de Chagas (OLIVEIRA, 2012 e SALEME, 2010). Em 1914, ocorreram alguns surtos em bairros de São Paulo de febre tifoide, e posteriormente, outros aparecimentos nos anos de 1924 e 1925. Porém, nenhuma dessas epidemias foi tão grave quanto a de 1918, com a gripe espanhola, que chegou em setembro e foi notificado mais de 350 mil casos, e que registrou um número considerável de óbitos. No ano de 1923, ocorreu uma endemia de esquistossomose em Santos, sendo a última a ocorrer no estado de São Paulo com origem rural.
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