O Ciclo da Marcha
Por: Mateus Magalhães • 8/6/2017 • Trabalho acadêmico • 1.120 Palavras (5 Páginas) • 924 Visualizações
O ciclo da Marcha
A marcha é o resultado de uma série cíclica de movimentos que ocorrem em uma sequência rítmica definida de eventos que acontecem durante o ciclo da marcha. Um ciclo da marcha completo é o período entre o momento em que o calcanhar toca o solo (o ponto 0%) e o próximo impacto do calcâneo do mesmo membro (o ponto 100%). Dentro de um ciclo da marcha o corpo experimenta dois períodos de suporte simples do membro e dois períodos de suporte duplo dos membros. (NEUMANN, 2006)
Durante a explanação do trabalho será usado o membro inferior direito como referência.
Segundo Eloy et al. (2002), o ciclo normal da marcha faz-se em duas fases:
- Fase de apoio (ou fase de posição ou de acomodação de posição), quando o pé está em contato com o solo e o membro inferior está apoiando todo ou parte do corpo;
- Fase oscilação ou de balanço, quando o pé não está tocando o solo e o peso do corpo está colocado no membro oposto.
Em consonância com Smith et al. (2014), a fase de apoio, em uma velocidade de caminhada normal, ocupa 60% do ciclo da marcha, sendo que 25% destes estão em período de suporte duplo dos membros. Ela é subdividida em cinco componentes: apoio do calcanhar, aplanamento pé, acomodação intermediária, desprendimento do calcanhar e do hálux.
Segundo FIlho et al. 2002, a fase de apoio inicia-se com apoio do calcanhar ao solo, com joelho em total extensão. A seguir o peso vai se transferindo através da borda externa do pé para frente, ocorrendo o aplanamento do pé (15% do ciclo da marcha). Neste momento começa o período de acomodação intermediária, em que a pessoa está equilibrada sobre a perna de apoio (15% do ciclo da marcha).
A seguir, ocorre o desprendimento do calcâneo, sendo todo peso transmitido para os metatarsos. O desprendimento do calcâneo é acompanhado por uma flexão do joelho e quadril, preparando o membro para a fase de balanço (25% do ciclo da marcha). (FILHO et al., 2002)
O último período da fase de apoio é o desprendimento dos dedos, quando ocorre uma aceleração (5% do ciclo da marcha). Logo após a flexão do joelho ocorrida no período de desprendimento do calcâneo, a perna contralateral terminou sua fase de balanço, seu pé está tocando o solo, em uma preparação para transferência do peso do corpo para o novo membro de apoio. Durante esse período o peso trazido no membro de apoio original diminui rapidamente. Quando se tem os dois pés no chão tem-se a fase de duplo apoio. Quando se aumenta a velocidade, a fase de apoio é encurtada muito mais que a fase de oscilação, e o período de duplo apoio diminui até desaparecer por completo, momento em que o indivíduo começa a correr, e tem-se o período simples de apoio. (FALOPPA et al., 2008)
FASE DE APOIO INICIAL
Segundo Lippert(2013), a fase de apoio se inicia com o contato inicial ou toque do calcanhar ao solo, com o objetivo de proporcionar o primeiro mecanismo de rolamento. A articulação talocrural está em posição neutra quanto à dorsiflexão e flexão plantar (90°). Hebert et al. (2017) relata que o peso que estava no membro contralateral começa a ser transferido para o membro que inicia o ciclo e absorção de parte do impacto do contato com o solo é feita pelo joelho em leve extensão e a articulação do quadril está em flexão e rotação lateral
Os músculos que permanecem ativados nessa fase são: os músculos dorsiflexores do tornozelo, como o músculo tibial anterior, extensor longo dos dedos e extensor longo do hálux, que, por meio de contração excêntrica, auxilia na ação de tocar o solo com antepé; os extensores do quadril, como o músculo glúteo máximo e ísquiotibiais, que tem o objetivo de desacelerar o avanço contínuo; os músculos intrínsecos do pé, como o músculo flexor curto dos dedos, e os tendões longos do pé, como o do músculo tibial anterior, os quais vão preservar o arco longitudinal do pé. (MOORE,2014)
No impacto do calcâneo, estão ativos os grupos musculares que equilibram a pelve e suportam o tronco ( glúteo médio, glúteo mínimo, glúteo máximo, eretor da coluna e tensor da fáscia lata). Eles se contraem excentricamente , alogando-se e permitindo a pelve cair 5°. ( FILHO, 2002)
RESPOSTA À CARGA
De acordo Hebert et al. (2017), essa é a fase de apoio completo do pé no solo e início do processo de aceitação do peso. Acontecem duas importantes ações: rolamento do tornozelo e momento externo flexor plantar, com o objetivo de amortecer o impacto e receber adequadamente a força peso. Conforme Magee (2002), há ainda o alinhamento do tronco com o membro inferior em apoio e que nessa fase a pelve cai discretamente para o lado no lado do membro inferior em balanço, rodando medialmente no mesmo lado. A tíbia move-se em rotação interna, a articulação do quadril em flexão irá iniciar sua extensão enquanto que a articulação do joelho sofrerá uma onda de flexão de 15° a 25°.e a articulação talocrural encontra-se em flexão plantar, de forma que o pé tende a pronação, para poder se adaptar à diferentes terrenos e posturas para poder se adaptar à diferentes terrenos e posturas. Os membros superiores continuam no mesmo movimento na articulação glenoumeral, de forma a permanecer em extensão ipsilateralmente e flexão no membro contralateral. (LIPPERT, 2013)
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