O luto da equipe de saúde diante de crianças e adolescentes no processo de morte e morrer
Por: Amanda Rosa • 12/11/2019 • Relatório de pesquisa • 781 Palavras (4 Páginas) • 324 Visualizações
O luto da equie de saúde diante de crianças e adolescentes no processo de morte e morrer
Diante de um processo de adoecimento nota-se o indivíduo em sua vulnerabilidade, confrontando sua mortalidade e seus medos. Ainda que adultos, há a necessidade de um cuidador, alguém que transmita uma figura de protegção à essa vulnerabilidade e que ajude-o a compreender o seu quadro. A figura de apego, como é chamado o cuidador com o qual se constrói a relação de apego, está ali para cuidá-lo. No momento em que a criança deve ser hospitalizada, constitui-se um tipo de vínculo entre a família e a equie de saúde (pediátra, enfermeiro, psicólogo, fisioterapêuta, etc – figuras de apego). A hospitalização infantil pode considerar-se como um lugar de encontro e interação entre esses dois sistemas que acabam interligando-se com a esperança de cura do paciente em questão e criando, diante da vivência dirária, um vínculo afetivo.
Com muita frequência a equipe lida com um grande número de crianças e adolescentes passando por prognósticos graves e, em muitos casos, com doenças em fase avançada\terminal, no qual a problemática da morte se torna algo frequente. Ao se perder um paciente, a equipe se depara com sentimentos de culpa, de frustração, impotência, dor, raiva, tristeza, etc. Isso ocorre não somente pela pouca idade dos pacientes (pois o mesmo ocorre com todos os outros), mas também pelo vínculo desenvolvido, a vontade e disponibilidade de querer e fazer mais, pela esperança vivenciada pela equipe e a vontade de ver o paciente vencer seu quadro clínico.
“[...]Quando cuidamos de pacientes nessa faixa etária, corremos o risco de nos envolvermos com eles e constituirmos o vínculo afetivo, que é concebido como sendo uma forma de comportamento em que uma pessoa mantém a proximidade com outra que é diferente e preferida. Ele é visto como uma base de segurança e, quando é interrompido, como na presença da morte, provoca sofrimento e sentimento de perda ou seja, provoca o luto que é uma reposta esperada frente à separação.[...]”
Cuidar de criança/adolescente em ameça de morte ocasiona inúmeras reações nos profissionais que os acompanham. Principalmente nas relações em que o envolvimento foi tão grande, a ponto de que os profissionais associam a criança/adolescente com os integrantes de sua família e relatam que sentem a morte deles como se fosse de um ente querido. Assim, podemos afirmar que o profissional vive a perda e se enluta com a morte do paciente que lhe é querido e que estabeleceu-se um vínculo, tornando-se algo difícil de aceitar por conta do rompimento da relação.
O contato de vida/morte provoca sofrimentos em que o envolvimento afetivo com as pessoas assistidas é inevitável, pois este é essencial na relação terapêutica, uma vez que promove empatia e permite que o profissional conheça melhor o paciente e atenda às suas necessidades, sem prejudicar sua atuação em determinados momentos.
Ocorre que diante da exposição ao luto, é exigido do profissional uma adaptação com a nova situação, com a separação, é preciso viver o pesar do luto de uma relação de afeto que havia sido constituída. Porém, nem sempre a equipe tem apoio para isso, nem sempre está pronto para lhe dar e, em muitos casos, não tem tempo de se reerguer da perda, pois mais pacientes estão a espera de seu trablho. Nota-se assim, que a equipe necessita de uma preparação pessoal para lhe dar com as circunstâncias que viverá.
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