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RADIAÇÃO SOLAR E SEUS EFEITOS NA PELE HUMANA

Por:   •  14/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  7.228 Palavras (29 Páginas)  •  589 Visualizações

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RADIAÇÃO SOLAR E SEUS EFEITOS NA PELE HUMANA

1 INTRODUÇÃO

O espectro solar que atinge a superfície terrestre, após ser atenuado pelas camadas atmosféricas, é formado predominantemente pelas radiações ultravioletas (100 – 400nm), visíveis (400 – 800nm) e infravermelhas (acima de 800nm) (CALDAS, 2006; CORREIA, 1993; COSTA e SILVA, 1995; FLOR et al., 2007; MANSUR et al., 1986a; PAOLA e RIBEIRO, 1998; RIBEIRO et al., 2004; ROSSI, 2000).

Considerando que a energia dos raios solares aumenta com a redução dos comprimentos de onda (CALDAS, 2006; FLOR et al., 2007), as radiações ultravioletas constituem-se na porção mais energética, e desta forma, são biologicamente mais danosas, causando 99% dos efeitos colaterais da luz solar (MENDONÇA, 1998)

Dependendo da intensidade, freqüência e características individuais, a exposição aos raios solares pode resultar em diversos benefícios ao ser humano como bem estar físico e mental, síntese de vitamina D, tratamento da icterícia, etc. (CALDAS, 2006; MENDONÇA, 1998; NEVES, 2008b; PAOLA e RIBEIRO, 1998; SILVA e FERRARI, 2007).

Contudo, a radiação solar pode causar inúmeros prejuízos ao organismo, caso a exposição ao sol seja demasiada e sem a proteção adequada (CALDAS, 2006; FLOR et al., 2007; PAOLA e RIBEIRO, 1998). As radiações solares podem gerar de radicais livres na pele, os quais podem desencadear uma série de reações dermatológicas com conseqüências irreversíveis, como a diminuição das células de Langerhans, responsáveis pela resistência imunológica da pele, degeneração da elastina (elastose), destruição das fibras de colágeno e até o desenvolvimento de câncer de pele (WEBBER; RIBEIRO; VELÁSQUEZ, 2005)

No Brasil, diversos fatores contribuem para a exposição excessiva aos raios solares: o clima tropical, a grande quantidade de praias, a idéia de beleza associada à pele bronzeada e o trabalho rural (GARCIA et al., 1991; INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2010; ROSSI, 2000 ).

Este fato conduz a um dado preocupante: o câncer de pele é o mais frequente dos tumores diagnosticados em todas as regiões geográficas brasileiras, correspondendo a 25% de todos os tumores (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2010). Estes dados tornam-se ainda mais preocupantes se considerarmos que existe um aumento da intensidade da radiação UV na superfície da Terra, devido à destruição da camada de ozônio, gerando uma elevação potencial da incidência do câncer de pele (ROSSI, 2000; STEINER, 1997).

Para prevenção não só do câncer de pele, mas também dos outros efeitos maléficos causados pela radiação UV, torna-se fundamental que durante a exposição solar desejada ou necessária, sejam adotadas medidas preventivas como: evitar a exposição ao sol entre 10 e 16 horas, usar chapéus, roupas apropriadas, guarda sóis, óculos escuros e o uso regular de filtros solares (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2010; RIBEIRO, 2004, STEINER, 2005).

Os filtros solares são substâncias capazes de absorver a radiação ultravioleta e emití-la sob outra forma não prejudicial à pele (geralmente na faixa do infravermelho, gerando sensação de calor) – filtros solares químicos ou orgânicos; ou refletir a radiação ultravioleta, impedindo que ela danifique a pele – filtros solares físicos ou inorgânicos (RIBEIRO, 2004; STEINER, 1997). Dessa forma, não há penetração da radiação solar na pele, evitando-se os efeitos indesejáveis e permitindo maior tempo de exposição ao sol (FLOR et al., 2007).

Desse modo, acredita-se que as campanhas informativas possam ser complementadas através de palestras, pesquisas, modelagens e outras atividades sistematizadas em escolas e, assim, difundir o conhecimento, gerando precocemente nos alunos uma familiaridade mais conveniente acerca do tema muitas vezes debatido na mídia. Como relata PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais):

Os conhecimentos prévios dos alunos, e a exploração de suas contradições e limitações pelo professor, exigem que este elabore situações e problemas, que o aluno não faria sozinho e que tenham o potencial de levar à aquisição de um conhecimento que o educando ainda não possui, mas que passará a ter significância dentro dos esquemas conceituais do aluno. (BRASIL, 2006).

O saber científico aliado ao conhecimento intrínseco do discente é capaz de transformá-lo de expectador em artista principal como multiplicador do saber, pois muda sua percepção de mundo e influencia hábitos familiares. Como afirma PERRENOUD (2000):

Trabalhar a partir das representações dos alunos não consiste em fazê-las expressarem-se, para desvalorizá-los imediatamente. O importante é dar-lhes regularmente direitos na aula, interessar-se por elas, tentar compreender suas raízes e sua forma de coerência. (PERRENOUD, 2000, p.28).

Diante do que foi exposto, o presente trabalho objetiva não somente investigar as concepções que os alunos possuem acerca da radiação e as interações na pele humana, mas também que medidas preventivas devem ser adotadas para o combate as doenças de pele, oriundas da exposição excessiva a radiação UV. Acredita-se que a informação proeminente produza efeitos positivos na postura e na mudança de concepção do aluno-cidadão, principalmente na adolescência. O conhecimento significativo mexe com a realidade e a proximidade entre conhecer e intervir, porque conhecer é a forma mais completa de intervir. (DEMO, 2003).

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A PELE

A pele ou cútis é considerada um órgão de relação, pois é o primeiro contato na comunicação social e revela nosso bem estar físico e mental, é o retrato de nossa saúde (PEYREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998).

A pele é a fronteira entre o corpo e o meio ambiente, é o maior órgão do corpo humano e um dos mais complexos, compreende 5% do peso corporal total e apresenta superfície extensa de aproximadamente 2m² num indivíduo adulto. Tem grande capacidade de renovação e possui uma infinidade de funções como defesa contra elementos físicos, químicos e imunológicos, proteção, termo-regulação, detecção sensorial e síntese bioquímica.

A pele é constituída por três camadas: a epiderme, a derme, e a hipoderme, demonstradas na figura 1 (YOUNG; HEATH, 2000).

Figura 1: Apresentação da estrutura da pele 1. Epiderme 2. Derme 3. Hipoderme 4.Glândula sudorípora écrina 5. Glândula Apócrina 6. Pêlo 7. Glândula sebácea. A pele é atravessada por numerosos vasos (8) e nervos (9) (PEYREFITTE; MARTINI;

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