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As Fibras Alimentares

Por:   •  23/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.120 Palavras (9 Páginas)  •  813 Visualizações

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FIBRAS ALIMENTARES

Alimentos I

Professora Gleucia Silva Moura

Turma: M5AB

Grupo: Madna Costa Freitas

             Michele da Silva Melo

             Isabelle Moura Levy

             Mayanara Lívia Cavalcante

Fortaleza – Ce

20 de agosto de 2015

1 - Definição e evolução sobre fibra alimentar. 

Fibra alimentar é a parte comestível das plantas ou análogos aos carboidratos que são resistentes à digestão e absorção pelo intestino delgado humano, com fermentação parcial ou total no intestino grosso. 

Até os anos de 1970, somente se conhecia a denominada fibra bruta, fração de carboidratos composta por celulose, hemicelulose e lignina, de valor energético nulo, mas importante para o funcionamento intestinal.  

Com o conceito de Trowell (1976), referente aos polissacarídeos não-amido e lignina resistentes à ação das enzimas digestivas, a utilização de métodos enzimáticos foi proposta. 

O conceito atual de FA inclui além de compostos como polissacarídeos celulósicos, hemicelulósicos, beta-glicanos e lignina, outros constituintes dos alimentos que também escapam do processo digestivo e chegam ao cólon sem sofrer degradação 

 2 - Componentes da fibra alimentar. 

Polissacarídeos não-amido e oligossacarídeos (celulose, hemicelulose, frutanos, gomas e mucilagens, pectinas), carboidratos análogos (amido resistente e maltodextrinas resistentes), lignina, compostos associados à fibra alimentar e fibras de origem animal (quitina, quitosana, colágeno e condroitina). 

 3 - Propriedades da FA e suas ações metabólicas. 

O consumo de fibras beneficia o trato gastrintestinal como um todoe sua falta ou ingestão inadequada pode prejudicar a motilidade e o metabolismo do intestino. 

A refeição rica em fibras tem mais volume, portanto exige mastigação prolongada. Além disso, as fibras estimulam a salivação e melhoram a viscosidade do suco duodenal, pois diminuem o pH do mesmo (pectina). 

Também retardam o esvaziamento gástrico (pectina e gomas) e aumentam a saciedade (redução na ingesta alimentar), relevante para dietas de emagrecimento. 

No intestino as fibras aumentam a velocidade do trânsito no delgado proximal e reduzem nas porções distais. Também no delgado as fibras retardam a captação de açúcares, aminoácidos e drogas como a digoxina e acetaminofeno. Estudos mostram que a pectina tem capacidade de aumentar a espessura da camada de água não agitada, que atua como barreira à difusão de nutrientes.  

No cólon é que predomina um maior aproveitamento dos alimentos mediante um contato mais intenso com a mucosa intestinal. 

As fibras insolúveis aumentam o peso e a maciez das fezes, aumentando a freqüência de evacuações. A captação de água e fermentação de fibras, FOS, inulina e amido resistente têm relação com o aumento de peso das fezes. 

 

4 – Explique a fermentação colônica da fibra alimentar.

A fermentação colônica na degradação anaeróbica é provocada por bactérias microbianas de componentes da dieta, que não são digeridos por enzimas intestinais nem absorvidos no trato gastrintestinal superior. Esse processo fermentativo é modulado pela quantidade de substrato disponível e sua estrutura, quantidade e espécies de bactérias colônicas; o tempo de contato entre as bactérias e o substrato também influencia.

O substrato para a fermentação é constituído da chamada "fração indigerível" (FA, AR, proteína resistente, oligossacarídeos, lipídios, polifenóis e outros componentes associados) e também de uma porção considerável de mucina, células epiteliais, enzimas e outros produtos de origem endógena.

A fermentação colônica pode ser sacarolítica ou proteolítica. Os principais produtos finais da fermentação sacarolítica são os ácidos graxos de cadeia curta AGCC, principalmente acetato, propionato e butirato. A fermentação proteolítica produz ácidos graxos de cadeia ramificada, especialmente isobutírico, 2-metil-butírico e isovalérico. Todos os AGCC contribuem para as necessidades energéticas diárias do hospedeiro e estimulam o fluxo sangüíneo do cólon, bem como a utilização de fluidos e eletrólitos.

A fermentação das fibras varia de 0% a 90%, e, só é considerada fermentável, se for no mínimo 60% fermentada. Quanto mais solúveis a fibra, maior o seu grau de fermentação, a saber: lignina, 0%; celulose, 15% a 60%; hemicelulose, 56% a 85% e pectinas, 90% a 95%. O trato gastrintestinal possui, mais de 500 espécies diferentes de bactérias. No cólon, a flora bacteriana consiste quase que totalmente de bactérias anaeróbias estritas, como Bacteróides, Bifidobacterium, Clostridium e Lactobacillus.

5- Qual a aplicação clínica das fibras nas diarreias, no diabetes mellitus e na doença de Crohn?

Diarreia:

As fibras alimentares diminuem a pressão do cólon aumentam o peso e melhoram a consistência das fezes (controla a diarreia), aumentam a velocidade do transito intestinal, matem a flora intestinal e as funções do colón.

As fibras solúveis, mais especificamente, estão relacionadas com a prevenção e controle da diarréia por serem altamente fermentáveis pelas bactérias anaeróbicas, formando maior quantidade de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Esses AGCC são essenciais para fornecer energia às células do cólon, regular as funções do intestino, promover a absorção de água e eletrólitos (como sódio), diminuir o crescimento de bactérias patogênicas intestinais e, conseqüentemente, contribuir para a melhora da diarréia. Exemplos desses tipos de fibras são: goma guar parcialmente hidrolisada e frutooligossacarídeos (FOS). A goma guar é adicionada aos alimentos, por exemplo, nas soluções de reidratação oral, e os FOS também podem ser adicionados aos produtos alimentícios, mas são encontrados na alcachofra, cevada, centeio, cebola, raiz do almeirão, banana, alho e aspargo. Pelo fato de as fibras solúveis serem mais fermentáveis quando comparadas com as fibras insolúveis, são mais utilizadas e estudadas para pacientes com diarréia.

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