Uso de Extratos de Plantas em Produtos Cosméticos
Por: Rafaela Bail • 20/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.063 Palavras (5 Páginas) • 649 Visualizações
Uso de Extratos de Plantas em Produtos Cosméticos
Nos últimos anos tem aumentado o interesse pelo uso de ativos naturais em vários setores. Apenas, cerca de 14% dos recursos vegetais disponíveis são conhecidos adequadamente. Considerando as plantas superiores temos atualmente cerca de 250.000 espécies no planeta, sendo que aproximadamente 55.000 localizam-se no Brasil, que conta com a maior biodiversidade do planeta e sendo apenas 2% conhecida, restando 98% para ser descoberta e pesquisada, principalmente pelo fato de termos a maior floresta tropical do mundo: a Floresta Amazônica. Empresas nacionais e multinacionais vem se destacando pelo desenvolvimento de insumos naturais padronizados e de produtos cosméticos, como: Beraca Ingredients, Centroflora, Chemyunion, Cognis, Croda, Mapric, Natura, O Boticário, Sanrisil, entre outras. É importante destacar que na área da fitoterapia existe a necessidade de se realizar estudos adequados para o desenvolvimento de matéria-prima fitoterápica e dos produtos que incorporem insumos naturais. Dentro deste contexto, o uso de estratos naturais padronizados e de atividades farmacológica/ cosmética comprovadas está sendo amplamente estudado para sua utilização em produtos cosméticos, acompanhando a tendência mundial de sua valorização em associação ao marketing que direciona o uso destes produtos com um posicionamento ecologicamente correto.
Qualidade do extrato vegetal
Seleção das plantas: a seleção visa a obtenção de plantas em condições padronizadas, pois numa população de mesma espécie podem ocorrer diferenças morfológicas, fisiológicas e bioquímicas.
Identificação botânica: etapa imprescindível para a padronização de um extrato vegetal, exige que a planta tenha laudo analítico emitido por profissional habilitado na área onde conste: nomenclatura botânica oficial, nomenclatura tradicional ou farmacopéica, identificação da localização da região de origem, parte da planta utilizada e testes de autenticidade( caracterização organoléptica, identificação macroscópica e microscópica).
Cultivo: a variedade ou raça selecionada tem contribuído para a obtenção de extratos de qualidade superior. Composição química do extrato vegetal, extrínsecos: fatores relacionados ao meio ambiente, que envolvem os climáticos (irradiação e temperatura), climáticos-edáficos (água e gás carbônico) e edáficos( estrutura física do solo, arejamento, nutrientes minerais, pestes, pH e microorganismos); intrínsecos: fatores hereditários e genéticos.
Colheita ou coleta: o teor de princípios ativos de uma planta varia de acordo com o órgão, a idade, a época de colheita e o período do dia quando é realizada.
Tratamento: após a colheita, a planta ou parte dela deve ser preparada, isto é, deve passar por tratamento de acordo com as características de seus princípios ativos, classificados assim: lavagem: processo que procura eliminar impurezas que acompanham a planta ou parte dela recém coletada; mondagem: visa retirar a camada mais externa da parte da planta coletada, para eliminar impurezas que poderiam causar destruição dos princípios ativos; secagem: tratamento mais comum e que tem por objetivo eliminar certa quantidade de água da planta, reduzir o volume e facilitar a conservação; estabilização; tem por objetivo inibir a ação de enzimas que possam inativar os princípios ativos.
Testes de Pureza e Integridade
Os testes de pureza e de integridade incluem os seguintes ensaios: cinzas totais e insolúveis em ácido clorídico, teor de umidade, pesquisas de matérias estranhas, contaminantes microbiológicos e metais pesados, dentre outros.
Padronização e Controle de Qualidade
Os fatores críticos para o emprego de extratos vegetais em produtos cosméticos envolvem, principalmente, dificuldades no controle de qualidade, reprodutibilidade dos resultados e padronização destes extratos. Para se garantir a qualidade e a padronização dos produtos derivados de plantas, devem ser conhecidas determinadas informações sobre o extrato vegetal e ensaios químicos, físico-químicos e microbiológicos, tais como: descrição quali e quantitativa do extrato vegetal acabado: planta ou parte da planta utilizada, solventes ou veículos presentes no extrato acabado, descrição do processo empregado na produção do extrato: técnica e tempo de extração, solventes utilizados e condições de produção, avaliação da qualidade: aparência, odor, cor, conteúdo de sólidos, identificação química através do marcador, quantificação dos princípios ativos, valor do pH e da viscosidade, testes microbiológicos como contagem de microorganismos viáveis, pesquisa de patogênicos específicos e teste de eficácia de conservantes, estudo da estabilidade do extrato, informações sobre dados toxicológicos, eficácia clínica e segurança de uso. Compatibilidade com matérias-primas e material de acondicionamento, outro atributos pertinentes.
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