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Doença periodontal e dermatites

Por:   •  12/12/2016  •  Artigo  •  6.313 Palavras (26 Páginas)  •  662 Visualizações

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PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES BUCAIS DAS

DOpENÇAS DERMATOLÓGICAS

REVISÃO DE LITERATURA

PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES BUCAIS DE DOENÇAS DERMATOLÓGICAS

INTRODUÇÃO

O estudo das doenças dermatológicas constitui, na atualidade, uma área de grande interesse científico odontológico, tendo em vista que a mucosa bucal é sede freqüente das manifestações clínicas dessas doenças, as quais representam muitas vezes sinais

prodrômicos ou co-existem com a enfermidade.Tanto a pele quanto a mucosa bucal são estruturas queratinizadas, fato que explica, em parte, o elo entre a patofisiologia de ambas. O diagnóstico das manifestações bucais secundárias às doenças dermatológicas constitui um grande desafio ao cirurgião-dentista, tendo em vista a semelhança clínica e a diversidade de formas de apresentação das mesmas.

Inúmeras são as dermatoses, descritas na literatura, que acometem a mucosa bucal. A classificação das mesmas também é vasta. Podem estar no grupo de lesões vésico-bolhosas, sistêmicas, brancas ou auto-imunes. Por esse motivo, no presente trabalho, nos propusemos a discutir as manifestações bucais das doenças dermatológicas mais comuns, visando despertar o cirurgião dentista para a necessidade de estabelecer um

diagnóstico precoce e preciso, buscando melhorar a qualidade de vida dos indivíduos acometidos por estas doenças e reiterando a importância da necessidade de um acompanhamento multidisciplinar.

LÍQUEN PLANO

O líquen plano é uma doença dermatológica crônica, auto-imune que acomete a pele e/ou a mucosa bucal. Segundo Lameira et al. (1999), o nome líquen plano deriva das plantas primitivas que crescem em rochas. Achava-se que as lesões que ocorriam na pele eram similares aos liquens. Doença inflamatória, de etiologia desconhecida, que acomete pele e principalmente mucosas, onde as células basais são destruídas por linfócitos citotóxicos, sendo mais freqüente em mulheres de 40 anos de idade. Apresenta etiologia desconhecida, porém existe relação com estresse emocional, com

curso longo de remissões e exacerbações.  Nos casos tratados, a remissão das lesões

cutâneas é mais rápida do que a das mucosas, podendo estas persistirem ainda

por muito tempo. “Doença mucocutânea mais comum da cavidade oral, apresentando-se como lesões tipo placa, reticulares, brancas, ou como lesões erosivas com

destacada e imediata resposta de linfócitos T no tecido conectivo subjacente” (SAPP et al., 1997). Tommasi (1989) admite ainda que o estado emocional, a tensão nervosa,

diabetes e iatrogenia medicamentosa podem contribuir para o desenvolvimento

da doença. Neville et al. (1998), no entanto, afirmam que a tensão não é fator que

predispõe a doença. Shafer et al. (1985) e Lameira et al. (1999) admitem a associação com estresse, má nutrição e infecção. Sapp et al. (1997) e Neville et al. (1998) admitem que o LP se apresenta de diversas formas, mas as mais características são a forma reticular e a erosiva. O líquen plano é de particular interesse para o dentista, pois o comprometimento da mucosa bucal geralmente precede o aparecimento das

lesões cutâneas.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

FORMA RETICULAR

Normalmente (forma clínica mais comum) assintomática e envolve, principalmente, a mucosa jugal posterior e bilateralmente. Pode estar também presente no dorso e parte lateral da língua, gengiva e palato. Caracteriza-se por estrias ou linhas reticulares brancas que se cruzam, as quais são denominadas estrias de Wickham. As localizações mais freqüentes da lesão são a mucosa jugal, gengiva e língua. Há uma predileção pelo sexo feminino numa razão de 3:2 em relação aos homens, porém são mais raras nas crianças. As lesões são tipicamente não-estáticas (NEVILLE et al., 1998).

FORMA EROSIVA

Não é tão comum como a forma reticular, porém é mais significativo para o paciente, porque as lesões são sintomáticas. Presença de área atróficas e eritematosas; presença de estrias radiantes na junção entre a mucosa e áreas lesionadas. Como a superfície é eritematosa, pode haver sangramento ao ser tocada e o paciente também se queixa de ardência. Quando há atrofia e ulceração está confinada à mucosa

gengival, denomina-se gengivite descamativa e outros exames devem ser

realizados para diferenciá-lo do penfigóide cicatricial e do pênfigo vulgar que podem apresentar-se semelhante (NEVILLE et al., 1998; SAPP et al., 1997).

Neville et al. (1998) e Lameira et al. (1999) afirmam que quando o componente erosivo é muito grave, pode haver separações epiteliais, resultando no aparecimento de bolhas. O Líquen Plano pode malignizar em 1-2% dos casos,  principalmente as lesões dos tipos atrófica e erosiva. Se localizadas em base da língua e assoalho bucal, têm chance de malignização em 17%.

Já o LÍQUEN PLANO BOLHOSO apresenta íntima relação com o LP erosivo. As bolhas têm duração breve e se ropem rapidamente. Quando há esse rompimento, o tecido subjacente se expõe e o LP torna-se erosivo (SAPP et al., 1997).

REAÇÃO LIQUENÓIDE

Várias drogas podem provocar uma reação indistinguível ao líquen plano.

Esta reação é denominada erupção liquenóide a drogas e apresenta características semelhantes ao líquen plano, freqüentemente com lesões eritematosas.

Na mucosa bucal, o líquen plano bucal e a reação liquenóide apresentam características microscópicas semelhantes, que não permitem a distinção, em coloração de rotina, entre as duas patologias. Callestini (2000) comparando microscopicamente, através das colorações de H.E., P.A.S., Giemsa e

imuno-histoquímica, vinte amostras de líquen plano bucal e vinte de reaçäo

liquenóide da mucosa bucal e utilizando-se da técnica padräo da estreptavidinabiotina-

peroxidase com os seguintes anticorpos monoclonais específicos: KP1 para macrófagos, CD1a para células de Langerhans, L26 para linfócitos B, PS-1 para linfócitos T, CD8 para linfócitos T CD8 e CD56 para células natural killer teve como resultados que as alterações da membrana basal, como espessamento e interrupção, adjacentes a áreas de destruição e desorganização epitelial, são freqüentes em ambas patologias. A distribuição do infiltrado inflamatório apresentou-se mais difusa e em banda no líquen plano e mais focal na reação liquenóide. O perfil imunopatológico foi semelhante e as diferenças microscópicas associadas com a morfologia epitelial ou

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