A ergonomia no trabalho
Por: Marcella38 • 1/11/2015 • Trabalho acadêmico • 1.820 Palavras (8 Páginas) • 956 Visualizações
Marcella Pereira
TRABALHO DE ERGONOMIA
RIO DE JANEIRO, 2015.
Marcella Pereira
TRABALHO DE ERGONOMIA
Trabalho de avaliação do curso de Graduação Terapia Ocupacional apresentado na Unidade Curricular Ergonomia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Campus Rio de Janeiro.
RIO DE JANEIRO, 2015.
SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO 4
- DESENVOLVIMENTO 5
- CONCLUSÃO
- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- INTRODUÇÃO
A interação entre o ser humano com a tecnologia, a organização e o ambiente, tem como objetivo a criação e intervenção de projetos que visem a melhoria na segurança, no conforto, no bem-estar e na eficácia das atividades humanas (Associação Brasileira de Ergonomia).
Assim, cabe à ergonomia segundo (FALZON), “interpretar através das ações”, realizar adequações ambientais, dos equipamentos e mobiliários as características do homem proporcionando mais segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores, reduzindo a fadiga, estresse, erros e acidentes durante o seu sistema produtivo, tudo considerando dentro das atividades no caso o trabalho real, a diversidade e variabilidade das pessoas que compõem o serviço.
A Terapia Ocupacional analisa o trabalho de forma global, incluindo os aspectos físicos, cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais entre outros. O que facilita na contribuição da construção de ambientes acessíveis e confortáveis, considerando as barreiras arquitetônicas e criando projetos de recursos adaptados.
Para melhor entender a análise da tarefa e da atividade, foi realizada uma pesquisa de campo observatório no ambiente de trabalho de uma fisioterapeuta, onde fosse possível identificar e entender o modo de trabalho do profissional e encontrar inadequações no local ou na forma de execução das tarefas.
- DESENVOLVIMENTO
O profissional observado é a fisioterapeuta J.N.C., 25 anos, formada em 2012 pela FAMINAS – Faculdade de Minas, com pós-graduação em Fisioterapia em Traumatologia e Ortopedia pela Faculdade Gama Filho (UGF) em 2014. A mesma trabalha atendendo pacientes em domicílio, consultório e na sua própria residência, onde foi observada durante o expediente. O ambiente conta com um imóvel próprio, na rua João Alfredo, nº 2, no bairro da Muda, cidade do Rio de Janeiro. Conta com um amplo espaço para o atendimento domiciliar, e de fácil acesso por ser próximo de pontos referenciais do bairro. O local climatizado e com música ambiente, funciona regularmente de 8:00 às 17:00 de segunda a sexta.
Quando os pacientes são atendidos na casa do profissional, o mesmo conta com uma infraestrutura apropriada para realizar o atendimento, o que inclui pensando o trabalho prescrito do fisioterapeuta para o tipo de atendimento, neste caso, o tipo Home Care: uma maca adequada, colchonetes, banco próprio com regulagem de altura, aparelhos devidamente instalados (Ultrassom, Infravermelho, Tens e Fes) e materiais terapêuticos (therabands, prancha de equilíbrio para propriocepção, bola cravo e halteres). Com isso o esforço físico é bem menor e as condições para fazer as manobras necessárias, são mais favoráveis. Dependendo do quadro clínico do paciente, há a necessidade de o profissional realizar mais esforços físicos, principalmente para a realização de movimentos dos passivos, devido a isso o desgaste do profissional é muito grande.
De acordo com o atendimento realizado pela fisioterapeuta e observado por nós com paciente o P.R.B., 27 anos, apresentava patologia da “síndrome do impacto” (onde há uma alteração progressiva do tendão supra-espinhal, onde há uma diminuição no espaço do túnel do supra-espinhal gerando, portanto, a compressão do tendão contra o acrômio anterior e arco acromial). A mesma realizou a anamneses e posteriormente os testes ortopédicos necessários, seguindo com a conduta para o tratamento.
No desenvolvimento de suas atividades, a profissional encontrava-se em pé. Somente quando realizava a conduta a mesma encontrava-se em posição mais dinâmica (em pé e depois ajoelhada ao lado de um colchonete localizado chão), mas em momento algum sentada. O que foi relatada pela mesma, que raramente se senta. “Mesmo porque o tempo já é muito corrido e o paciente precisa da minha atenção e eu preciso explicar os movimentos corretos para ele. Não posso dar esse luxo de descansar com 40-50 minutos de atendimento. A não ser que aplique recursos necessários que exijam uma postura sentada. ”, segundo relato da mesma. Análogo ao texto Banalização da Injustiça Social (DEJOURS,1986), percebemos na fala da profissional a relação que perpassa o trabalho entre o sofrimento e o prazer, pois a falta de descanso e o fato de assumir muitos horários dá a entender (não foi dito em nenhum momento pela profissional) que, embora o fisioterapeuta trabalhe com afinco, causa desprazer após certo horário, devido o cansaço.
Quando questionada no final do dia, a profissional revela que sente incômodo nas costas as vezes sim, mas que quando a dor é grande toma algum medicamento relaxante muscular ou a mesma se alonga para evitar que o sintoma mantenha-se. Embora, a Norma Regulamentadora NR 17 (BRASIL, 2002) o trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. Muitas vezes isso não é possível na execução das tarefas do fisioterapeuta, dadas as condições apontadas por Peres (2002). E a mesma conta que realiza caminhadas nos tempos livres e no sábado, para cuidar do corpo e disciplinar a mente, para então sentir-se preparada para cuidar dos outros.
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