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O Capítulo Miopatia White Striping

Por:   •  19/6/2022  •  Resenha  •  588 Palavras (3 Páginas)  •  186 Visualizações

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Capítulo 1: Miopatia White Striping:

A seleção genética de frangos com grande desenvolvimento muscular em curto espaço de tempo (linhagens de crescimento rápido) está ocasionando maior incidência de alterações musculares denominadas miopatias. Embora haja crescimento rápido das fibras musculares, os vasos sanguíneos não crescem na mesma velocidade das fibras, proporcionando déficit no suprimento sanguíneo, o que pode gerar estresse metabólico intermediário que é causado pela grande distância entre os vasos e as células musculares, prejudicando assim a difusão do oxigênio, metabólitos e a eliminação de resíduos (DRANFIELD e SOSNICKI, 1999). O aparecimento de estrias brancas na superfície do peito de frangos de corte, um problema muscular conhecido como “White Striping” (WS), tem preocupado os avicultores. As estrias brancas se desenvolvem na direção das fibras musculares e tendem a aumentar o seu tamanho com o passar da idade e desenvolvimento corporal da ave (MCKEE et al., 2010; PETRACCI E CAVANI, 2011). Essa miopatia é classificada, pelo ponto de vista macroscópico, em diferentes graus de severidade: moderado (a carne apresenta estrias brancas com espessura inferior a 1 mm), e severo (a carne apresenta estrias brancas com espessura superior a 1 mm) (KUTTAPPAN et al., 2009). A maior incidência da WS está no peito do frango, porém alguns estudos já identificaram estrias brancas nas coxas e sobrecoxas desses animais (KLASING, 2008). Pesquisas demonstraram que a maior incidência dessa miopatia ocorre nos frangos de corte machos (RUSSO et al., 2015). Inicialmente pensava-se que estas estrias eram oriundas da deficiência em vitamina E (LAURIDSEN et al., 1997) porém, segundo Kuttappan (2012b), percebeu-se que não há relação do aparecimento de “White Striping” em frangos de corte com deficiência de vitamina E. Nota-se que dietas com maior densidade energética, favorecem o aparecimento de estrias brancas em frangos de corte machos (KUTTAPPAN et al., 2013a). No estudo de Bauermeister (2009), notou-se que o aparecimento e a severidade desta miopatia estão relacionados com o alto grau de desenvolvimento muscular da ave. Embora a etiologia da miopatia ainda seja desconhecida, estudos histológicos verificaram a presença de degeneração muscular, perda das estriações transversais, alteração no tamanho das fibras, degenerações floculares e vacuolares, lise das fibras, infiltração das células mononucleares, moderada mineralização, lipidose, fibrose e inflamação intersticial (KUTTAPPAN et al., 2011 e 2013b; PETRACCI et al., 2013a). Em um estudo sorológico, utilizando frangos normais e com a presença do grau severo de “White Striping”, foi observado o aumento nos níveis séricos de creatinina quinase, alanina transaminase, aspartato, aminotransferase e desidrogenase de lactato, o que sugere a ausência de processos infecciosos ou inflamatórios e a ocorrência de degeneração (KUTTAPPAN et al., 2013b). Testes de aceitação anteriores com carne de frango contendo estriações concluíram que 50% dos consumidores consultados não aceitariam comprar carne de frangos com estrias brancas (KUTTAPPAN et al., 2012). Além disso, Kuttappan et al. (2013a) verificaram diferença com relação à espessura cranial do filé e à intensidade de amarelo, sendo que, para estas características, o grau severo apresentou maiores resultados, o que pode indicar o comprometimento de aspectos visuais e interferir na aceitabilidade do produto por parte do consumidor. Petracci et al. (2013b) fizeram uma pesquisa de campo da Itália para avaliar a incidência da miopatia, entre os abatedouros testados foram coletadas amostras de 28 mil aves, de 56 lotes diferentes e foi constatada a ocorrência da miopatia em 12% das aves abatidas (8,9% grau moderado e 3,1% grau severo), neste experimento se avaliou visualmente o músculo pectoralis major dos frangos de corte macho, com faixa de idade de 45 a 54 dias durante o período de junho a setembro.

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