A Toxoplasmose
Por: Rosecleia timm lopes • 2/9/2015 • Trabalho acadêmico • 2.552 Palavras (11 Páginas) • 397 Visualizações
INTRODUÇÃO
A Toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, trata-se de uma das mais comuns parasitoses que afetam os animais homeotérmicos, em todo o mundo, inclusive o homem, constituindo uma importante zoonose. Os felídeos são o ponto-chave da epidemiologia da toxoplasmose, sendo os únicos hospedeiros onde sucede a reprodução sexuada do parasito, culminando com a formação de oocistos que são eliminados para o meio ambiente com suas fezes. O diagnóstico da toxoplasmose deve ser baseado em uma combinação de sinais clínicos, teste sorológico, manifestação histopatológica do parasito nos tecidos, prova biológica e exame de fezes. A prevalência de indivíduos soropositivos para a toxoplasmose acresce com a idade e difere dependendo dos hábitos e costumes de vida da população. Um estudo realizado no Brasil, constatou que a toxoplasmose congênita tem prevalência de 1 para cada 300 nascimentos. A gestante tem seu sistema imunológico modificado durante este período, contribuindo para que quando infectada, a doença seja pouco manifesta para ser reconhecida pelos médicos e pela própria paciente, todavia, causa sérios danos ao feto. Pode ocorrer também transmissão pela ingestão de colostro ou leite materno dominando taquizitos. Em pacientes com o sistema imunológico não comprometido, a maioria das infecções agudas passa praticamente despercebidas, quando é manifesta, a forma mais frequente é a linf -ganglionar. A toxoplasmose humana tem sido reconhecida como uma doença congênita severa. Esta é resultante da transmissão intra-uterina do T. gondii da mãe para o feto. A maioria das crianças nascidas com toxoplasmose congênita é assintomática durante o período neonatal e, por isto, poderão desenvolver sequelas neurológicas.
A toxoplasmose é uma doença comum em animais de sangue quente e hoje se estima que mais de 2 bilhões de pessoas estejam cronicamente infectadas no mundo, é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e acarreta sérios riscos no período da gestação. Existe na forma congênita (adquirida na gestação através da contaminação da mãe) ou adquirida após o nascimento. A toxoplasmose adquirida pode determinar quadros variados, desde a ausência de sintomas até doença com manifestações graves.
Causas
O Toxoplasma gondii é um protozoário que parasita aves (galinhas, pombos), mamíferos, inclusive o homem e outros primatas. O agente causal, Toxoplasma gondii é um protozoário cocídio intracelular, próprio dos gatos, e que pertencem à família Sarcocystidae, da classe Sporozoa. Pertence ao filo Apicomplexa, que tem como característica a presença de um complexo apical, visível apenas a microscopia eletrônica.
O toxoplasma não tem especificidade de hospedeiro, nem de célula receptora, desenvolvendo-se em quase todos os tecidos orgânicos. É um parasita intracelular, com tropismo pelas células do sistema reticulo endotelial, muscular, do sistema nervoso e da retina. As formas livres são encontradas circulando por um curto período de tempo. Apresenta três formas infectantes: Taquizóitos – forma de proliferação rápida, presentes em grande número nas infecções agudas. No animal afetado, pode estar no sangue, excreções e secreções, sobrevive no meio ambiente ou carcaça por poucas horas.
Bradizóitos – reprodução lenta do Toxoplasma gondii, está presente nas infecções congênitas e crônicas, se organizam aos milhares em cistos teciduais, particularmente em músculos e tecido nervoso. Pode sobreviver no tecido por alguns dias depois da morte, é destruído pelo congelamento a – 12ºC por 24 horas ou cocção a 58ºC por dez minutos. Oocistos - são as formas resultantes do ciclo sexuado do parasita, que ocorre apenas no trato gastrintestinal dos felídeos. Os oocistos são eliminados nas fezes ainda não esporulados, tornando-se infectantes após a esporulação no meio-ambiente, que ocorre entre 3 e 5 dias de acordo com as condições ambientais. O oocisto esporulado pode permanecer viável no meio ambiente por até um ano e meio. O protozoário Toxoplasma gondii possui ciclo evolutivo heteroxênico. Seus hospedeiros definitivos são os gatos domésticos e silvestres, onde há reprodução sexuada. As aves e mamíferos atuam como hospedeiros intermediários, assim como o homem, neles ocorre a reprodução por endodiogenia. Os gatos comem aves e ratos, entrando em contato com o toxoplasma nos tecidos desses animais. Após a infecção aguda no gato, os oocistos são liberados pelas fezes durante poucos dias depois da infecção inicial, entretanto em grandes quantidades. Oocistos além de poderem sobreviver durante meses no ambiente são resistentes a desinfetantes, congelamento e processo de secagem, mas destruídos pelo aquecimento a 70ºC por 10 minutos. No hospedeiro intermediário, a contaminação ocorre por ingestão de oocistos esporulados das fezes dos gatos. Seu ciclo de vida tem duas fases: intestinal, só ocorrendo em gatos e produzindo os oocistos, intra -intestinal, ocorre em todos os animais infectados e produz traquizóitos que infectam a carne. O protozoário se desenvolve no intestino do gato e apenas uma vez na vida, por algumas semanas o animal libera os oocistos do toxoplasma junto com as fezes no solo ou nas hortas. Um terço da população mundial e mais de 50% da população brasileira foram infectados por este parasita geralmente não causa problema algum. Algumas pessoas neste grupo desenvolvem lesões oculares, que podem causar a cegueira. Oitenta por cento da população da região Sul do Brasil apresenta a forma crônica da doença e 20% dela tem a doença nos olhos. Nos EUA, evidências sorológicas de infecção por Toxoplasma gondii atingem de 3 a 70% da população adulta saudável. A presença de anticorpos anti-Toxoplasma nas diferentes populações do mundo varia de acordo comfatores sociais e econômicos, idade e área geográfica. A prevalência é maior nas áreas tropicais, relativamente baixa nas áreas quentes e áridas e nas regiões frias, como a Islândia estudo feito no Centro de Referência em Toxoplasmose de Erechim, que atende pacientes dos três estados da Região Sul, mostra que este número pode ser semelhante nestas regiões.
A toxoplasmose aguda em indivíduos imune comprometidos sem contato prévio com o agente ocorre em pacientes com AIDS ou sob intensa imunodepressão (transplantados, por exemplo). Neste grupo, a toxoplasmose é uma doença muito grave, uma vez que o sistema imune é deficiente e incapaz de impedir a proliferação do parasita. Nos imuno deprimidos, a toxoplasmose pode ser uma doença recentemente adquirida, mas é na maioria das vezes uma reativação de uma infecção crônica que passou anos em silêncio enquanto o sistema imune ainda estava intacto, e agora, aproveita-se da baixa imunológica para atacar o organismo. A fase aguda é uma afecção generalizada que pode comprometer os pulmões, fígado, coração, músculos, cérebro, circulação e intestinos. O prognóstico da doença é ruim e muitas vezes ela é diagnosticada apenas na autópsia. O quadro histopatológico se aproxima ao da toxoplasmose congênita generalizada. Para prevenir a toxoplasmose aguda em transplantados é fundamental determinar o estado de infecção dos doadores, que no caso de órgãos maciços devem ser soronegativos e em transplante de medula óssea devem ser soropositivos, pois o novo sistema imunitário deve ser competente no controle da toxoplasmose. O uso de doadores de soronegativos em transplantes de medula óssea para receptor soropositivo leva a reativação dos cistos teciduais latentes. Assim, a toxoplasmose é diagnóstico diferencial imperativo em transplantes, pela gravidade das lesões e possibilidades terapêuticas. A lesão cerebral é das mais comuns nesses pacientes, os sintomas incluem: - convulsões; - alterações na marcha; - alterações na fala, nos movimentos e no estado mental, podendo ser confundido com um AVC (acidente vascular cerebral). O paciente pode também apresentar demência e até evoluir para o coma.
...