Agenda 21, Um Desafio a Ser Atingido
Por: Davisol • 14/6/2016 • Artigo • 1.662 Palavras (7 Páginas) • 372 Visualizações
Agenda 21, um desafio a ser atingido
O ano de 1992 foi decisivo no que tange as questões ambientais, porque foi justamente nesta data, mais especificamente nos dias 3 e 4 de Junho na cidade do Rio de Janeiro, que ocorreu a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como ECO 92 ou Conferência da Cúpula da Terra.
Nesta conferência, marcada pela presença de mais de 170 países, o eixo principal foi o desenvolvimento sustentável, e a discussão, bem como a implantação da chamada Agenda 21, entendido como um compromisso firmado entre os países presentes cujo objetivo era como deixar o planeta Terra preparado para o século que estaria por vir.
Desse modo, podemos entender que a Agenda 21 é, segundo o site Universo Ambiental, “um programa de ação, baseado num documento de 40 capítulos, que se constituí na mais ousada e abrangente tentativa já realizada, em promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Trata-se, portanto, de um documento consensual resultante de uma série de encontros promovidos pela Organização das Nações Unidas, com o tema “Meio Ambiente e suas Relações com o Desenvolvimento”. O ponto central nesse processo é o levantamento das prioridades do desenvolvimento de uma comunidade e a formulação de um plano de ação, tendo em vista a sustentabilidade e a integração dos aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais, dentro de uma visão abrangente, ou seja, em longo prazo. A Agenda 21 é sem dúvida alguma, um importante instrumento nesse caminho de mudanças.”
Assim sendo, a Agenda 21 visa promover o desenvolvimento sustentável, trazendo uma melhor qualidade de vida para as pessoas. Para tanto, as cidades possuem um papel fundamental e devem implementar agendas 21 locais, além de também participarem também na implementação das Agendas 21 Escolares, cujo objetivo desta última é “a identificação de problemas que afetam a qualidade de vida de seus alunos e do ambiente próximo em que estão inseridos, para que a escola e a comunidade busquem solucioná-los, a partir de discussões que favoreçam a difusão de saberes.”
Deste modo, temos que enxergar a escola não somente como uma instituição isolada, mas que ela seja um reflexo de toda a comunidade na qual a mesma se encontra inserida, sendo ela o primeiro passo para a construção de um futuro sustentável.
Um exemplo muito bem sucedido na implantação da Agenda 21 Escolar é o município de Congonhas em Minas Gerais. Nesta cidade, todas as 29 escolas trabalham com a metodologia da Agenda 21, além de ser Lei Municipal, o que garante a sua continuação. Nas escolas, os alunos fazem o papel de verdadeiros multiplicadores dos conceitos e propostas da Agenda 21, levando para dentro de suas casas e, consequentemente, de suas comunidades.
Dentre as atividades desenvolvidas em Congonhas, podemos citar as hortas coletivas, compostagem e separação do lixo, recolhimento de pilas e baterias para a correta destinação deste produtos, além de ações que promovem a saúde e prevenção de doenças.
Em suma, vemos que o projeto do município mineiro de Congonhas serve de exemplo para muitas cidades no Brasil, uma vez que com pequenas ações que partem de dentro das escolas, visam promover não só a construção, mas também a transformação das comunidades. Este projeto, que está se mostrando muito bem sucedido, vai de encontro com a proposta central da Agenda 21 que é justamente a sustentabilidade integrada aos aspectos sócio-econômicos, no qual toda a comunidade se envolve num objetivo maior que é a educação aliada na construção de um desenvolvimento sustentável.
Meio Ambiente e Educação Ambiental nas Escolas Públicas
No artigo elaborado por Medeiros, Ribeiro e Ferreira, as autoras discorrem sobre a educação ambiental (EA) como sendo o centro das transformações para a construção de um desenvolvimento sustentável. Com isso, a educação ambiental possui o papel fundamental na criação de uma nova mentalidade e, consequentemente novos hábitos que busquem a preservação do meio ambiente. Para tanto, as escolas é que carregam este papel de difusoras do conhecimento e, devem prezar pelo desenvolvimento e formação de verdadeiros cidadãos conscientes de seu papel no mundo.
De acordo com a Lei 9795, de 27 de Abril de 1999, vemos que a EA tem que estar presente em todas as esferas da educação, seja ela do ensino público ou privado e, deve englobar a educação básica, educação infantil, ensino fundamental e médio, educação superior, educação especial, educação profissional e educação para jovens e adultos. Desse modo, a EA deve se fazer presente para todas as idades e todos os segmentos de maneira integrada, no qual “como perspectiva educativa, a educação ambiental deve estar presente, permeando todas as relações e atividades escolares, desenvolvendo-se de maneira interdisciplinar, para refletir questões atuais e pensar qual mundo queremos, e, então, por em prática um pensamento ecologista mundial. A Educação Ambiental não deve se destinar como uma nova disciplina do currículo escolar, precisa ser uma aliada do currículo, na busca de um conhecimento integrado que supere a fragmentação tendo em vista o conhecimento”.
As autoras nos trazem também as dificuldades encontradas para a correta e completa implementação da EA nas escolas públicas. No artigo, elas afirmam que os professores possuem conhecimento básico sobre o tema, porém carecem de capacitações e estímulos além de não incluírem o tema EA nas aulas do dia-a-dia.
Uma outra dificuldade encontrada é a falta de material didático sobre as questões ambientais, tornando o trabalho dos professores ainda mais difícil, além da comunidade escolar como um todo ainda não colocar em prática ações em prol do meio ambiente.
Em suma, as autoras concluem que a educação ambiental não é tratada e, muito menos desenvolvida como se deveria. Nas palavras das autoras “observa-se que a escola procura transmitir para os educandos de maneira isolada e fragmentada um conhecimento pronto sobre o meio ambiente e suas questões, onde o modo como a Educação Ambiental é praticada nessas escolas, é apenas como projeto especial, extracurricular, sem continuidade, descontextualizado, fragmentado e desarticulado.” Temos que buscar maneiras para uma maior integração do tema da EA entre as disciplinas, tratando o assunto de maneira interdisciplinar, além de cobrar das autoridades a disponibilização de material
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