AprenDenDo Com As Interações Da Natureza: Microrganismos SimBiontes Como Fontes De ProDutos Naturais Bioativos
Ensaios: AprenDenDo Com As Interações Da Natureza: Microrganismos SimBiontes Como Fontes De ProDutos Naturais Bioativos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 0201 • 1/5/2014 • 733 Palavras (3 Páginas) • 599 Visualizações
e m geral, os microrganismos, especialmente fun‑
gos e bactérias, são lembrados como causadores de
doenças. Esta associação é natural, e, infelizmente,
mesmo em uma época de tantos avanços científicos e
tecnológicos, algumas infecções microbianas podem
comprometer a vida de pacientes, principalmente aqueles que apre‑
sentam o sistema imunológico debilitado. Diversos microrganismos
também causam doenças em alimentos, plantas e animais, levando a
prejuízos significativos no agronegócio.
Esses processos patológicos e de deterioração frequentemente
estão relacionados a fatores de virulência microbianos, que podem
incluir substâncias químicas conhecidas como micotoxinas. Porém,
microrganismos também são profícuos produtores de substâncias
químicas com grande aplicação na indústria farmacêutica, pois são
usadas como fármacos ou como estruturas‑modelo para o planeja‑
mento e desenvolvimento de fármacos. Diversos antibióticos, anti‑
cancerígenos, imunossupressores e agentes redutores do colesterol
sanguíneo, entre outros, têm suas origens em produtos naturais mi‑
crobianos. Os microrganismos apresentam, portanto, uma surpre‑
endente capacidade de produzir substâncias químicas com elevada
potência biológica (1).
Todas essas substâncias químicas, com efeitos tóxicos, terapêu‑
ticos, ou mesmo sem efeito biológico conhecido, são denomina‑
das produtos naturais. Mas, qual a razão da apreciável capaacidade
biossintética dos microrganismos? Diferentemente dos metabó‑
litos primários, os produtos naturais são produzidos por razões
fisiológicas específicas, sociais ou predatórias, estando, portanto,
relacionados com a ecologia dos organismos produtores (2). Mi‑
crorganismos estão em todos os lugares: solo, ar, água, pedras, na
superfície ou no interior de outros seres vivos (plantas, animais,
humanos), ambientes com condições extremas de temperatura,
pH, oxigenação, entre outros. Esses microscópicos seres vivos não
apresentam defesas físicas e não se locomovem, portanto precisa‑
ram desenvolver estratégias adaptativas que permitissem sua so‑
brevivência no ambiente.
Em um ecossistema os organismos estão constantemente inte‑
ragindo entre si; tais relações podem ser intraespecíficas ou interes‑
pecíficas. Em função dos tipos de dependência que os organismos
mantêm entre si, e se há prejuízo ou benefício para os organismos
envolvidos, essas relações ainda são subdivididas em harmônicas e
desarmônicas. Nas relações harmônicas não existe prejuízo para ne‑
nhuma das espécies envolvidas e, pelo menos uma delas, é beneficia‑
da; já nas desarmônicas, ocorre prejuízo de uma das espécies e bene‑
fício da outra. A simbiose é uma relação interespecífica, harmônica
e estável, em geral de longa duração, frequentemente encontrada
nas comunidades terrestres e aquáticas, com papel fundamental no
surgimento das principais formas de vida na Terra e na geração de
diversidade biológica (3).
Os microrganismos surgiram e se diversificaram previamente
aos macrorganismos multicelulares. Estes organismos maiores e
mais complexos forneceram novos potenciais habitats ricos em nu‑
trientes e que ainda propiciam proteção para os microrganismos.
Assim, muitos microrganismos se tornaram dependentes de seus
hospedeiros para a sobrevivência. Por outro lado, os compostos bio‑
ativos produzidos pelos microrganismos podem ser usados como
agentes de defesa pelos hospedeiros. Como resultado,
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