CLOROPLASTOS ALGAS VERDES E CIANOBACTÉRIAS
Por: Clarice Iasmin • 14/3/2016 • Seminário • 1.429 Palavras (6 Páginas) • 1.054 Visualizações
INTRODUÇÃO
O Cloroplasto é uma organela presente nas células vegetais, algas verdes e cianobactérias, ou seja, organismos fotossintetizantes. Nele, é realizada a reação característica desses organismos: a fotossíntese. Logo, todas as partes verdes de um vegetal possuem cloroplastos, especialmente as folhas, principal local onde ocorre a fotossíntese. (LEON, 2011) Quanto a presença do Cloroplasto dentro da célula, este deriva-se dos plastos ou plastídeos. Estas organelas possuem seu próprio genoma e, dentro da folha, surgem a partir de estruturas citoplasmáticas chamadas de proplastos, capazes de se dividir, adquirindo funções especificas. Podem formar os leucoplastos, responsáveis pela estocagem de compostos, cloroplastos, que proporcionam a fotossíntese e cromoplastos, responsáveis pela pigmentação. O Cloroplasto tem como principal função a produção de alimento (açúcar) para a célula que o contém. Para a realização da fotossíntese necessitam de luz, oxidam água, liberam O2, formam energia orgânica e sintetizam pigmentos. (UFPEL, 2009) Diante de tais características, considera-se que essa organela, a maior de todas presentes em uma célula vegetal, é de papel fundamental para a mesma. Contudo, características próprias dos cloroplastos fizeram muitos pesquisadores irem a fundo, no que diz respeito a sua origem. Por exemplo, por que essas organelas possuem DNA próprio? A partir de estudos moleculares e aprofundamentos científicos mais minuciosos realizados nos últimos cem anos, foi possível construir prováveis teorias que explicam a origem de um cloroplasto.
- COMO SURGIRAM OS CLOROPLATOS?
Existem, hoje, duas teorias mais conhecidas na ciência que propõe uma explicação para o surgimento dos cloroplastos. São elas a teoria Autógena e a teoria da Endossimbiose ou Endossimbiótica.
1.2 TEORIA AUTÓGENA
A teoria autógena, sustenta que as células animais e vegetais originaram suas organelas membranosas (cloroplastos e mitocôndrias), através de invaginações de sua própria membrana plasmática. Essa hipótese não é tão bem vista no meio cientifico e poucos relatos sobre a mesma, uma vez que não possui fundamentos concretos e realmente prováveis que a constatem como verídica.
1.3 TEORIA ENDOSSIMBIÓTICA
Já a teoria Endossimbiótica, proposta por Lynn Margulis da Universidade de Massachusetts em 1981, propõe que organelas membranosas (mitocôndrias e cloroplastos) são supostamente derivadas de bactérias primitivas que foram englobadas por células eucarióticas, estabelecendo, assim, uma relação de endossimbiose, (interação biológica mutuamente benéfica), na qual a célula oferta proteção e nutrientes e o microrganismo favorece maior rendimento e aproveitamento energético através do processo de respiração celular. (LEON, 2011)
Embora proposta por Margulis em 1981, Mereschkowsky, importante biólogo russo, escreveu a primeira exposição clara da hipótese de que plastídios são derivados de uma endossimbiose com cianobactérias. Inicialmente recebida com ceticismo e desprezo, a hipótese de Mereschkowsky ganhou, em 1905, o apoio de estudos microscópicos e bioquímicos de elétrons que mostraram que plastídios continha DNA, RNA e ribossomos, fornecendo uma base estrutural e bioquímica para afirmar que a sua proposta estava correta. (RAVEN et al, 2003).
De acordo com a Dra Profa. Silvia Mattos Nascimento (UENF), a teoria da endossimbiose é suportada por fatos concretos, dos quais destacam-se os seguintes: (1) Presença de DNA nos cloroplastos, sendo este semelhante aos de procariontes pela ausência de proteínas básicas (histonas); (2) Existem procariotos de vida livre com forte semelhança estrutural, bioquímica e genética aos cloroplastos de algas da divisão Glaucophyta; (3) Cloroplasto constituído por uma membrana dupla, pelo menos. A mais interna supostamente de origem procariótica, e a mais externa de origem vacuolar (eucariótica); (4) Presença de clorofila a como principal pigmento fotossintetizante, tanto nos cloroplastos, quanto nos procariontes; (5) A incapacidade de síntese dessas organelas em células em que foram removidas.
CONCLUSÃO
Diante do que foi exposto, pode-se perceber o quão importante é a presença de um cloroplasto em uma célula vegetal. Dotados da função imprescindível de fornecer o alimento para que o organismo fotossintetizante se mantenha vivo, os cloroplastos são fundamentais. Logo, conhecer a sua origem e como essa organela tão importante começou a fazer parte da vida das plantas e algas é uma grande curiosidade dos pesquisadores que enxergam no conhecimento, a resposta para muitos enigmas propostos pela natureza.
Estudos moleculares atuais tornam clara a proximidade genômica entre cianobactérias e plastídeos, reafirmando que o cloroplasto realmente originou-se a partir da endossimbiose da célula com cianobactérias. Essa relação entre ambos, já praticamente provada através do avanço da genética e da filogenia, nos revela como organismos distintos podem associar-se e beneficiar-se mutuamente em prol da continuidade da vida.
Sendo assim, diante das duas teorias tratadas (endossimbiótica e autógena), a teoria endossímbiótica é a mais aceita, pois há evidências de que os cloroplastos são organelas supostamente derivadas de bactérias primitivas que foram englobadas por células eucarióticas, havendo uma interação benéfica, onde a célula dava proteção e nutrientes e os micro-organismos favorecendo maior rendimento e aproveitamento energético através do processo de respiração celular.
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