CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO DISCIPLINA: Agroecologia
Por: Jeferson Campana • 8/12/2016 • Monografia • 2.068 Palavras (9 Páginas) • 553 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA[pic 1]
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO
DISCIPLINA: Agroecologia
TURMA: 6/ 2ª FASE
ESTUDANTE: Jeferson Campana
Agricultura Biológica
Introdução:
Após as diversas problematização do uso dos agrotóxicos e a degradação do ambiente, foi visto que haviam meios para acabar, ou ao menos minimizar, com os danos provocados pelo sistema de agricultura. Tem se então, a partir da década de 20 os desenvolvimentos dos tipos de agriculturas alternativas, buscando novas formas de manejos e de preservação ambiental.
Howard foi um dos primeiros estudiosos a notar o estilo de manejo utilizados por camponeses em sua viagem à Índia, logo em seguida diversos autores ao longo dos anos foram ampliando e conceituando novas práticas com base na agricultura orgânica, visto que este seria um meio de preservação ambiental e da saúde humana.
Agricultura biológica é um dos meios de cultivos e criação de animais, sendo ela um meio orgânico que visa como instrumento a aplicação de condimentos orgânicos em sua relação para com as plantas e aos animais. Tem como objetivo a implantação de um sistema saudável a todos os beneficiados, visa a conservação do solo, ou ao menos minimizar o impacto decorrente das atitudes humanas, e a saúde dos demais usufruidores, tais como as plantas, os animais e a nós, seres humanos.
Alimentos frescos e saudáveis, são objetivos de produções da agricultura biológica, mas não basta apenas a utilização de elementos orgânicos para que tudo fique nas perfeitas condições e se tenha uma produção adequada. A agricultura biológica possui algumas técnicas para a sua integração sobre a qualidade dos produtos e um sistema minimizador de impactos, sendo elas: a rotação de cultivos; a não utilização de elementos químicos, pesticidas e fertilizantes sintéticos; o uso de plantas e animais adaptados ao local; criação de animais ao ar livre, tendo como alimento destes, apenas produtos de origem biológica; é de proibição o uso de organismos modificados geneticamente.
"A produção sustentável em um agroecossistema deriva do equilíbrio entre plantas, solos, nutrientes, luz solar, umidade e outros organismos coexistentes. O agroecossistema é produtivo e saudável quando essas condições de crescimento ricas e equilibradas prevalecem, e quando as plantas permanecem resistentes de modo a tolerar estresses e adversidades. Às vezes, as perturbações podem ser superadas por agroecossistemas vigorosos, que sejam adaptáveis e diversificados o suficiente para se recuperarem passado o período de estresse. Ocasionalmente, os agricultores que empregam métodos alternativos podem ter de aplicar medidas mais drásticas (isto é, inseticidas botânicos, fertilizantes alternativos) para controlar pragas específicas ou deficiências do solo. A agroecologia engloba orientações de como fazer isso, cuidadosamente, sem provocar danos desnecessários ou irreparáveis. Além da luta contra as pragas, doenças ou problemas do solo, o agroecologista procura restaurar a resiliência e a força do agroecossistema. Se a causa da doença, das pragas, da degradação do solo, por exemplo, for entendida como desequilíbrio, então o objetivo do tratamento agroecológico é restabelecê-lo. O tratamento e a recuperação são orientados por um conjunto de princípios específicos e diretrizes tecnológicas." Altieri (1998 - p.18-19)
Rotação de culturas é um ótimo meio de contribuição ao sistema de cultivo e criação biológica, pois além da alta diversidade do plantio que pode ser feito no local ela traz deveras vantagens ao solo. Seu papel fundamental nesse processo é a estabilização dos condimentos químicos, físicos e biológicos do solo que são retirados em algum processo natural. Possui grande influência no processo de dispersão de diversas plantas daninhas, insetos e doenças que tais vegetais podem ser contaminados e após isto, transmitir a outros seres. Sua quantidade de biomassa é de grande escala, podendo assim usar sua matéria orgânica como proteção ao solo e transformando-o em um solo rico em nutrientes novamente.
“A Agricultura Biológica é um sistema de produção holística que promove e melhora a saúde do ecossistema agrícola ao fomentar a biodiversidade, os ciclos biológicos e a atividade biológica do solo. Privilegia o uso de boas práticas de gestão da exploração agrícola, em detrimento do recurso a fatores de produção extremos, tendo em conta que os sistemas de produção devem ser adaptados às condições regionais. Isto é conseguido, sempre que possível, através do uso de métodos culturais, biológicos e mecânicos, em detrimento da utilização de materiais sintéticos” (FAO/WHO, 1999)
Em uma das viagens de Albert Howard, na década de 20, em direção a Índia, ele se deparou com alguns modos diferenciados de cultivos utilizado pelos camponeses, sendo elas o uso abusivo de compostagem e adubação orgânica. Em seus estudos via a qualidade e a necessidade da utilização do húmus na terra como adubo orgânico, com a chegada dos equipamentos agrícolas, ele buscava um meio de abordar e conscientizar as pessoas sobre os danosos problemas trazidos pela implantação tecnológica. Howard sabia que com o grande uso de adubos químicos e dos implementos agrícolas, seriam causadores da compactação do solo e destruição da matéria orgânica presentes na terra.
A partir deste ponto, já começaram a observação mais aguçada em relação as plantas e seu ambiente onde estava acoplada, para que assim pudessem aperfeiçoar este processo. Através de seus trabalhos sobre fertilização e microbiologia, Hans Peter Muller que era um político suíço na época, inovou o processo de cultivo com “apresentação” da agricultura biológica. Mas Muller não foi o único que trabalhou nesse processo, Hans Peter Rusch foi um percursor neste processo, ele redefiniu essa técnica de cultivo e espalhou suas ideia. Claude Aubert, que publicou "A Agricultura Biológica" e Francis Chaboussou, que publicou "Plantas doentes pelo uso de agrotóxico: A teoria da trofobiose", são dois personagens importantes neste processo revolucionário para a agricultura e saúde de todos. Em seu livro Aubert destaca a importância de possuir um solo fértil e saudável, para que as plantas cresçam com uma qualidade melhor. Chaboussou trouxe em seu livro a especificação de que plantas saudáveis são mais resistentes a doenças e insetos, além de que a utilização de agrotóxicos causam uma queda no equilíbrio nutricional e metabólico das plantas, tornando-as mais vulneráveis a doenças.
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