Conjunto Habitacional Pedregulho

A idéia do conjunto surgiu de uma necessidade da construção de moradias destinadas a população de baixa renda (funcionários públicos do estado do Rio) e, principalmente localizadas próximas dos locais de trabalho de seus moradores. Podemos dizer que o o fator mais agravante que contribuiu para o surgimento do projeto é o fato da característica topográfica da cidade do Rio de Janeiro, que se mostra irregular se expandindo por praias a vales, espremida entre montanhas e o mar. Por esse motivo e pelo rápido crescimento linear da população começaram inúmeros problemas de convívio para os moradores, como por exemplo o mais importante era a locomoção entre trabalho – moradia – lazer.

Aos poucos começava a ser compreendido não só por arquitetos, mas sim pelo público em geral e pelas autoridades que a função ‘habitar’ não se resumia na vida dentro de casa. Ela se estendia, também em todas as ações do quotidiano das pessoas, sejam atividades internas ou externas, compreendendo que seja qual for a atividade do habitante é importante que não haja uma distância que o impeça de realiza-la, sendo assim a ausência dessas facilidades ou sua imprópria localização e também falta de organização social contribuem muito para a rápida transformação dos núcleos residenciais em favelas.

“Foi seguindo esta orientação que a municipalidade do Rio de Janeiro – pretendendo proporcionar habitação a seus empregados de pequeno salário – empreendeu um plano de construção de conjuntos residenciais nos diversos distritos da cidade e, em 1948, iniciou a construção do conjunto residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho), em São Cristóvão, um dos bairros mais antigos do Rio de Janeiro e onde se acham localizadas importantes fábricas e estabelecimentos industriais. [...]”

2.2 Levantamento das condições existentes

“O programa do conjunto foi estabelecido após um minucioso levantamento das condições existentes e censo dos futuros moradores, realizado pelo Departamento de Habitação Popular da Prefeitura do Distrito Federal. Foram relacionados os serviços nos próprios locais de trabalho e preenchidas as fichas para este fim preparadas, onde eram declarados o nome, idade e estado civil de pretendente, o número de filhos com as respectivas idades e sexo[...]” “[...]Deste censo resultou a inscrição de 570 famílias, cujas condições sociais foram analisadas e constituíram a base sobre a qual foi elaborada o projeto.[...]”

A partir desse levantamento da organização das famílias foi possível a criação de diferentes perfis de moradia para que atendesse cada tipo de família, assim dispondo de diferentes tipos de apartamentos, variando de acomodações de uma só peça com banheiro e cozinha até com um, dois, três ou quatro dormitórios.

2.4

Reidy e Carmen Portinho

"As realizações de Reidy no Departamento de Habitação Popular não teriam sido possíveis sem a férrea determinação de Portinho em viabilizar seus projetos: ela não só participou da concepção do programa habitacional proposto, como dirigiu as obras e lutou para obter os recursos necessários para concretizar estes empreendimentos exemplares de habitação social[..]"

"Reidy