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CONJUNTO HABITACIONAL DE HELIÓPOLIS GLEBA G: A URBANIZAÇÃO E AS INTERACÕES NO ESPAÇO PÚBLICO

Por:   •  13/3/2017  •  Projeto de pesquisa  •  2.095 Palavras (9 Páginas)  •  597 Visualizações

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CONJUNTO HABITACIONAL DE HELIÓPOLIS GLEBA G:

 A URBANIZAÇÃO E AS INTERACÕES NO ESPAÇO PÚBLICO

A urbanização nos grandes centros, como na cidade de São Paulo, ocorreu de forma acelerada ocasionando críticos danos à condição ambiental da cidade, através de diversos prejuízos econômicos, sociais e de qualidade de vida a todas as comunidades urbanas. Tais transformações do cenário urbano resultaram em um notável aumento da população humana, que até então se predominava rural, vivenciando o surgimento da industrialização em larga escala, na esperança de melhores condições de vida. Além disso, ocorreu um intenso fluxo de pessoas do meio rural ao urbano, crescendo desordenadamente os índices demográficos, alterando a atmosfera desses locais, o que ocasionou diversas consequências físicas e sociais (SHAMS; GIACOMELI; SUCOMINI,2009).

Dentre os impactos físicos causados pelo crescimento acelerado, tanto industrial quanto populacional – que geram desigualdade social – estão à questão problemática das favelas brasileiras e comunidades precárias do espaço paulistano.

Destaca-se resolutivo para a submissão do espaço urbano o desenvolvimento da ampla indústria, e dessa maneira, o surgimento de um montante avantajado de capitais a ela vinculados. Dessa forma, se originam dois movimentos que se relacionam: o fluxo migratório – já que a população desloca-se paras cidades a procura de melhores oportunidades, como emprego – e também a adaptação do espaço a produção de mercadorias. Nesse recurso, se mesclam as ações das empresas e do Estado. Entretanto, as condições habitacionais não atendiam as demandas e propiciaram o surgimento de surtos endêmicos pelas condições miseráveis em que os proletários foram obrigados a se alojar. Simultaneamente, a concentração de trabalhadores contribuía com o processo de politização (PINTO, 2005).

O direito à cidade no Brasil ainda é violado, refletindo um quadro onde a ilegalidade eh estrutural e institucionalizada por um mercado imobiliário excludente e pela ausência de políticas públicas adequadas. Essa noção de direito surgiu ao decorrer da amplitude e abrangência não apenas dos problemas de acesso à moradia, mas também aos bens e serviços básicos que  transcorrem o processo de urbanização global, e que remetem a população mais pobre. Dispõe estreita relação com a qualidade de vida urbana sem ordenar à respeito apenas as questões materiais do habitar as cidades, que englobam também as condições de participação política frente às quais as pessoas que exercem o direito à escolha, vivendo em comunhão à diversidade característica dos aglomerados urbanos (SILVA,2014).

A favela urbanizada é caracterizada por uma área na qual seja servida por água, esgotos, eletrificação, drenagem, com estabilização do solo, possuindo vias de acesso aos domicílios e organização na implantação para que seja viável elaborar uma planta de arruamento e loteamento, caracterizando-se as áreas de uso comum ou  público e as áreas de uso tanto residencial quanto misto, que relacionam-se  os lotes de uma determinada família. Para respeitar os investimentos anteriores dos moradores locais para a fim de ampliar ao máximo a amplitude do atendimento social com os recursos financeiros disponíveis, buscando respeitar o traçado das vias já existentes minimizando as demolições de casas. Sendo assim a ação prioritária deve estar voltada para a inserção da área e de sua população a infraestrutura urbana existente no entorno envolvido, deixando-se para o próprio morador a responsabilidade quanto à melhoria ou ampliação de sua casa. Um dos aspectos questionados em relação aos espaços que passaram pelo processo de urbanização de favela referentes à construção e uso dos espaços públicos coletivos (BUENO,2000).

O espaço público nas cidades está destinado ao uso coletivo para a realização de diversas atividades humanas, transformando em um local de interação e convívio das pessoas no local. A boa qualidade desse novo meio contribui para uma permanência agradável e harmoniosa dos cidadãos que o usufruem, desenvolvendo diversas atividades sociais, trazendo mais vitalidade para a cidade. Entretanto, a qualidade desses espaços pode ser influenciada negativa ou positivamente, através de variados fatores ambientais e físicos, relacionados a convivências sociais e experiências coletivas que se substancializam nesses espaços (SHAMS;GIACOMELI;SUCOMINE, 2009).

Segundo Jane Jacobs (1962) torna-se cada vez mais importante projetar o espaço público com qualidade e que possa ser acessível para todos independente de capacidades físicas, etnia, idade ou estatuto social, oferecendo identidade e o controle, acesso a oportunidades, imaginação e distração, autoconfiança urbana e bom ambiente para todos.

Tratam-se de áreas rigorosamente recortadas e preparadas de modo a tornarem-se super-equipadas, produzindo uma rígida delimitação de territórios em termos sociais e econômicos. Destaca-se que a temática cultural vem norteando os discursos de ações desta natureza, cujos aparatos por vezes inserem-se em circuito turístico nacional e internacional, sendo comum o fato destes equipamentos contarem com eficiente e segura articulação de transporte e acessibilidade, em contraste com as condições de vida do ambiente, onde se encontram inseridos (MENDONÇA,2007, p.304).

A maior transformação de revitalização do espaço urbano na cidade de Nova York, é o High Line Park, por ser um imenso espaço público. A implantação desse projeto de suma importância, abrange não apenas a participação do Estado, como também envolve a dos residentes que atuaram de forma ativa no processo de reconversão, por meio de reuniões e fóruns públicos. O grande parque sobre a via férrea tornou-se uma fuga da vida caótica, já que tem como seu principal objetivo disponibilizar espaços existentes para os habitantes da região, repensando o espaço público, ao adicionar a paisagem urbana mais verde ao oferecer aos cidadãos opções para recreação, lazer e relaxamento (DAVID; HAMMOND).

A questão a respeito da relação entre público e privado no Brasil pressupõe analisar as ligações entre Estado e sociedade civil na formação e  desenvolvimento  do sistema capitalista. É importante destacar que a privatização é  uma peculiaridade natural da história da sociedade brasileira, já que o Estado sempre incorporou aos seus aparatos, os interesses da burguesia, e não a representação das classes subalternas (LIMA, 2011).

No Brasil, a existência do espaço público é  uma questão que ainda deve ser melhor desenvolvida, já que muitos não se encontram delimitados de forma coerente ou carecem de investimentos, resultando no abandono devido a falta de manutenção e uso, tanto por parte do Estado quanto dos usuários. Entretanto, destaca-se a Praça Roosevelt, situada no centro da cidade de São Paulo, na qual consiste de um espaço destinado a encontros, articulação, realização de livre expressão cultural e política e  liberdade para realização de fomente ideias (YAMASHITA, 2013).

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