Criação de coelhos

INTRODUÇÃO

A cunicultura é o ramo da Zootecnia que trata da criação produtiva,

econômica e racional do coelho doméstico. Existem diversos ramos da cunicultura como, por exemplo animais de laboratórios, melhoramento genético, bem como, a criação de animais para companhia e corte - para aproveitamento da maior parte da carcaça são comercializados subprodutos, como: pele (indústria da moda), pelos (roupas), orelha (gelatina e petiscos para cães), cérebro (purificação da tromboplastina), sangue (meio de cultura específico), urina (veículo de perfumes), fezes (adubação orgânica), patas e a cauda (confecção de amuletos e chaveiros).

A espécie Oryctolagus cuniculus tem origem europeia e é o ancestral de toda a variedade existente de coelhos domésticos atuais. É um animal ideal para criação, pois possui alta prolificidade, gestação curta, ovulação induzida pelo ato sexual, baixo índice poluidor e a facilidade em seu manejo.

Devido a grande procura de coelhos de estimação, a partir da década de 90 houve um trabalho de melhoramento genético de coelhos domésticos, procurando diminuir o seu tamanho dando origem às raças anãs. Este fato proporcionou o crescente aumento do interesse por coelhos para companhia.

A busca por alternativas alimentares mais saudáveis tem superado a aversão cultural brasileira ao consumo de carnes exóticas como, a carne de coelho. No Brasil, a quantidade de carne produzida não atende a demanda de consumo.

Neste projeto será abordado os segmentos da cunicultura, pet e criação para corte, que são atualmente mercados em ascensão.

1. GRANJA CUNÍCOLA

1.1 Localização

Uma boa localização de granja cunícola deve ser um local que seja próximo do mercado consumidor pet, frigorifico e a outros cunicultores, sendo este último um facilitador para diminuir os gastos com transporte, compra de insumos e equipamentos, através da realização de parcerias.

Pelas condições citadas acima, para este projeto temos como uma boa opção de região a cidade de Campo Limpo Paulista. Por ser um local próximo a São Paulo - onde os animais de companhia serão principalmente comercializados - e também encontra-se próximo a um dos maiores frigoríficos para abate de coelho do Brasil, localizado na cidade de Salto De Pirapora, além de haver outros produtores cunícolas para corte na região.

1.2 Topografia e clima da região

A cunicultura, diferentemente de outras criações, não exige características específicas topográfica, com tudo, um terreno com muitos declives deverá ser nivelado para construções dos galpões onde ficarão os coelhos.

Os coelhos são animais de clima temperado, entretanto se adaptam a diferentes temperaturas, porém o frio e o calor em excesso são prejudiciais, sendo a temperatura ideal entre 16º a 21ºC. Além da temperatura é importante buscar alternativas que visem manter a umidade relativa do ar entre 65 a 75%. Campo Limpo Paulista possui o clima ideal para melhor produtividade dos coelhos.

1.3 Instalações e equipamentos

Para a construção das instalações alguns fatores são imprescindíveis, tais como: facilidade no manejo e comodidade dos animais, higiene do local, praticidade na fiscalização e trato dos coelhos. O principal fator é o econômico, pois está diretamente ligado à construção das instalações, compra de equipamentos e economia da mão de obra que, influenciará diretamente na produtividade e lucro do produtor.

Analisando os fatores acima, a proposta consiste em:

-Galpões: serão construídos no sentido leste-oeste evitando a incidência de sol e vento. A construção será em alvenaria, onde as paredes laterais terão 1,5 metros de altura com complemento de 1,5 metros de tela de alambrado, totalizando 3,0 metros de pé direito. Do lado de fora será colocado um cortinado de lona ajustável para controle da ventilação excessiva. Deve ser dada atenção especial ao telhado, pois este necessita minimizar o barulho de chuvas, e agir como isolante térmico, proporcionando maior conforto aos coelhos. Desta forma, as telhas de barro são as indicadas. O piso deve conter uma vala coletora abaixo das gaiolas – contendo terra com 80cm de profundidade, e uma extensão de 15cm entre a gaiola e o corredor para evitar que os dejetos dos animais caiam no corredor - e os corredores devem ser de cimento liso para facilitar a circulação e a limpeza. A área cimentada deve ser 10cm acima do nível da vala.

Esta cunicultura terá 3 galpões, sendo o primeiro para os animais das raças anãs, o segundo reprodutores e matrizes da raça Nova Zelândia com seus láparos até o desmame e um apenas para a engorda dos animais para corte.

-Gaiolas: as gaiolas de reprodutores e matrizes devem ser de arame galvanizado medindo 480 cm² e a gaiola de engorda e para os pets juvenis deve ser maior medindo 1 m² com frestas do piso medindo 1x5cm para que as fezes passem facilmente através destas; a porta será na parte superior. As gaiolas ficarão suspensas por armação de madeira com 90cm de altura.

-Comedouro: deve ser de barro ou cerâmica.

-Bebedouro: deve ser automático pois, é mais duradouro, eficiente, prático e higiênico.

-Ninho: caixa de madeira medindo 45x30cm e 15cm de altura, possui furos em sua parte inferior para possibilitar a escoagem da urina.

-Outros equipamentos: caixa de contenção, carrinhos de mão, pulverizadores, lança chamas, caixa de transporte para animais vivos, material de limpeza, utensílios médicos etc.

2. ESCOLHA DA RAÇA

2.1 Raças para companhia

Foram selecionadas as raças anãs devido a exigência do mercado consumidor por animais cada vez menores. É necessário trabalhar com mais de uma raça pois o mercado exige variedade de opções. As raças a seguir são as principais comercializadas:

-Holandês

Origem: Holanda; Pelagem: bicolor (sempre branco com outra cor – preto, azul, cinza ou havana); Comprimento do pelo: curto; Peso adulto: em média 2,5kg; Cabeça: grande, inexistência de papada para ambos os sexos; Olhos: bem abertos, a íris acompanha a cor da pelagem; Orelha: eretas e juntas, podendo medir 10cm de comprimento; Tronco: curto, arredondamento quase