DANOS FOLIARES EM UMA FLORESTA DE MANGUE NA APA DA BARRA DO RIO MAMANGUAPE – PB

O manguezal é um ecossistema composto por uma comunidade vegetal que se estende ao longo da zona costeira, exposto aos processos do ambiente marinho e terrestre, com alternância de inundação derivadas da atuação das marés (Herz, 1991). Esse ecossistema ocorre em regiões tropicais e subtropicais, apresentando distribuição com maiores ocorrências na faixa entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, correspondendo a 140.000 km2 (Giri et al. 2011). No Brasil os manguezais se encontram distribuídos desde o Estado do Amapá até Santa Catarina. O Brasil é o país com a terceira maior área de manguezais do mundo, correspondendo a 7% de cobertura do mundial e 50% de toda a América do Sul (Fao 2007, Giri et al. 2011). No Estado da Paraíba esse ecossistema se desenvolve desde a foz do rio Camaratuba até a foz do rio Abiaí, cobrindo aproximadamente 96,31 km2 (Maia et al. 2006).

Os manguezais são fundamentais para a manutenção da vida marinha, sendo um dos principais ambientes exportadores de carbono orgânico ao oceano, demonstrando também grande importância para o equilíbrio ecológico ao proporcionar abrigo para a reprodução e o crescimento de diversas espécies animais, como aves, peixes, moluscos, crustáceos, entre outros (Rasp 1999). Esse ecossistema promove a fixação dos solos estabilizando a linha costeira e impedem a erosão, são capazes de reter sedimentos através de suas raízes, diminuindo assim os processos de assoreamento dos rios (Diegues, 2001). De acordo com Duke et al. (2007) as áreas de manguezal têm sido reduzidas em quase todos os países que possuem este ecossistema. A eliminação ou degradação dos manguezais resulta em impactos ambientais sócio-econômicos, uma vez que diminui a produtividade natural, modifica a paisagem e força a saída de populações locais (Schaeffer-Novelli, 2002).

A estrutura trófica do ecossistema manguezal é baseada principalmente na conversão de matéria orgânica proveniente da serapilheira das árvores de mangue (Prahl et al. 1990). As florestas de mangue apresentam elevada produtividade primária, onde parte dessa produtividade é consumida por herbívoros. A herbivoria, também conhecida como pastejo, se refere a toda a quantidade de tecido vegetal consumido pelos herbívoros, sendo a maior interação planta-animal conhecida. Os insetos são os herbívoros que apresentam maior influência direta sobre as plantas de mangue já que consomem tecidos vivos (Erickson et al. 2004). Apesar de a herbivoria desempenhar significativo papel no processo de ciclagem dos nutrientes e desencadear uma série de reações necessárias e bastante benéficas para as plantas, alguns fatores, naturais e/ou antrópicos, podem ocasionar um aumento nesse processo, resultando em desfolhação severa ou na mortalidade das espécies vegetais.